Para o estudo, liderado pela pediatra Sônia Venâncio, do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, foram avaliadas 224 crianças. Dessas, 109 tiveram o corte imediato e 115, tardio. Depois de três meses do nascimento foram realizados exames para verificar o nível de ferro. No segundo grupo, o benefício ficou comprovado.
A maioria dos profissionais realiza o corte na hora que o bebê nasce. Para Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista do Hospital Sírio Libanês (SP), o ideal é esperar o cordão parar de bater para cortá-lo. “No útero, o sangue do bebê é oxigenado pela placenta. No nascimento, ocorre uma mudança no sistema circulatório da criança para que comece a receber oxigênio pelos pulmões. A garantia de que essa transformação aconteceu, e o bebê está preparado para respirar fora do útero, é quando a artéria do cordão pára de pulsar”, diz Pupo.
O procedimento, no entanto, gera polêmica entre os especialistas. Enquanto há estudos sugerindo vantagens do corte do cordão tardiamente, há outros que mostram riscos, como a policetemia - excesso de glóbulos vermelhos no sangue - e a icterícia, que é aquela cor amarelada da pele. “Um corte tardio faz com que a criança receba um volume maior de sangue da mãe, causando esses tipos de problemas”, diz Renato Kfouri, pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP) e diretor da Sociedade Brasileira de Imunização.
De acordo com a autora do estudo, ao avaliar as complicações do corte tardio, não houve diferença de icterícia entre os grupos. “Para evitar o excesso de volume de sangue para o bebê, tomamos o cuidado de deixá-lo um minuto ligado ao cordão na mesma altura da placenta”, afirma.
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