Documentário traz de volta a saudosa TV Manchete - Confira o Teaser

sábado, 21 de novembro de 2009

Cadeira veloz: Vespa vira móvel para o escritório

Designers espanhóis reciclam as scooters italianas, transformando-as em cadeiras diferentes para home office

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Em mais de 50 anos de existência, a Vespa conquistou fãs em diversas partes do mundo. Com o tempo, o veículo vintage de duas rodas acabou sendo ultrapassado por modelos mais modernos e eficientes. Para homenagear essas estilosas scooters italianas, os designers espanhóis do estúdio Bel & Bel decidiram transformá-las em cadeiras originais para escritório.

A parte frontal da moto virou a estrutura da poltrona, que tem assento estofado, revestido de couro, e pés giratórios, com regulagem de altura. Disponível em diversas cores, a peça tem preço sob consulta. Tudo muito ecológico, já que reaproveita o material das scooters antigas e não utiliza mais energia e matéria-prima para produzir cadeiras novas.

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A cadeira aproveita partes das Vespas originais e pode ser econtrada em diferentes cores

Inventor cria colete protetor de coluna para motociclistas

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O colete pode proteger os motoboys em lesões na coluna e no crânio

A cada dia, 30 mortes são causadas por acidentes de moto, segundo dados do Ministério da Saúde. Por ano, o número chega a 10 mil.

No entanto, as lesões causadas no crânio, pescoço e coluna, que são comuns em acidentes de moto, não fazem parte dessas estatísticas. Fato que pode fazer com que os condutores deixem de andar de motocicleta por um bom tempo ou mesmo de forma definitiva.

Foi pensando nisso que o engenheiro civil Luiz Roberto da Silva criou o Colete Protetor de Coluna. O invento, que já tem patente requerida, funciona com uma proteção complementar ao capacete e envolve mais o pescoço e a cabeça, diferentemente dos protetores de coluna no mercado hoje.

“Presenciei muita gente sofrer complicações no pescoço e na cabeça, mesmo em baixa velocidade e com o uso de capacete, pois o impacto é muito grande. O colete ‘segura’ a pessoa desde a cabeça até o meio da coluna, ao mesmo tempo permitindo a mobilidade e a dirigibilidade, já que sua rigidez é maior na área do pescoço”, afirma o inventor.

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O colete está na fase de protótipo

Para o engenheiro, o produto pode ser feito de fibra de carbono, fibra de vidro reforçada ou alumínio revestido com espuma.

Ele acredita que a fibra de carbono poderia ser o material mais indicado, por garantir rigidez suficiente e, ao mesmo, proporcionar leveza ao equipamento. No entanto, há um empecilho: o material é mais caro que as demais fibras.

O inventor construiu um protótipo em uma pequena escala (1/20), e com isso não foi possível fazer os testes adequados. Silva está à procura de parceiros para ajudar a d

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Land Rover comunica recall dos modelos Discovery 3 e Range Rover Sport

Possível defeito em componentes pode diminuir eficiência do freio.
Entra no recall as versões V6 a diesel, ano/modelo 2006 a 2009.

Land Rover Discovery 3

A Jaguar e Land Rover Brasil Importação e Comércio de Veículos Ltda convocou, nesta segunda-feira (9), os proprietários dos modelos Land Rover Discovery 3 e Range Rover Sport, apenas nas versões V6 a diesel, anos/modelo 2006 a 2009, para a substituição da válvula e a mangueira de vácuo do sistema de freios por peças novas e devidamente modificadas. Será feita também a verificação da presença indevida de óleo no sistema servo-freio/cilindro-mestre, e se necessário, a substituição dos componentes. Para a realização do reparo, os proprietários devem entrar em contato com um distribuidor autorizado da marca Land Rover.

Foto: Divulgação

Land Rover Range Rover Sport

Segundo a fabricante, ao todo, 3.545 unidades deverão ser verificadas no Brasil (cerca de 650 unidades somente do Range Rover) e 155.041 no mundo.

No comunicado, a empresa informa que houve a constatação pelo fabricante do veículo, na Inglaterra, que devido a um defeito na válvula unidirecional do sistema de assistência a vácuo do freio, poderá haver perda na eficiência de frenagem, resultando em maior esforço para frear e, consequentemente, aumentando a distância percorrida para parar o veículo. Poderá ocorrer ainda a entrada de óleo do motor no servo-freio, podendo contaminar o cilindro-mestre de freio, ocasionando falha em um ou nos dois circuitos de frenagem, o que pode ocasionar acidentes.

Segundo a Land Rover, nenhum acidente grave foi registrado no mundo.

A Land Rover disponibiliza o telefone 0800 012 2733 e o site da marca para esclarecimento de dúvidas.

Citroën

Também nesta segunda-feira, a A Citroën anunciou o recall do hatch C3 devido à possibilidade de destravamento do freio de estacionamento quando acionado ou impossibilidade de travamento do mesmo. A convocação envolve 866 unidades e é a terceira do modelo somente neste ano.

De acordo com a marca, caso o freio de mão destrave com o veículo estacionado há possibilidade de acidente.

Entenda como os vírus infectam seu computador

Ao conhecer os 'vetores de ataque', fica mais fácil se proteger das pragas.
Veja como os vírus atacam e como tomar precauções para evitá-los.
Os vírus se restringem a algumas poucas formas -- ou “vetores de ataque”, na linguagem técnica – para chegar até um computador. Sendo assim, não vale a pena se preocupar o tempo todo com situações raras ou que necessitam de uma série de condições para funcionar. Ao conhecer os principais vetores de ataques, tema da coluna de hoje, você pode tomar precauções para evitar boa parte dos vírus. Veja como eles chegam até as máquinas e, no texto mais abaixo, como se proteger dessas pragas.
http://juguenhitsu.files.wordpress.com/2009/08/virus.jpg

>>> Mensagens instantâneas e redes sociais
Qualquer meio de comunicação na internet pode ser abusado por criminosos. Como os usuários são amigos ou se conhecem, a tendência é confiar naquilo que se recebe. Várias pragas, quando infectam um computador, fazem com que os programas de mensagem instantânea enviem links ou arquivos disseminando o vírus para os contatos da vítima.

Nos piores casos, o vírus poderia explorar uma brecha no programa de mensagem instantânea ou no site de rede social (e no navegador web, ver abaixo). Com isso, a infecção seria automática, sem a necessidade de clicar em nada. Mas isso é raríssimo.

Portanto, uma dica para evitar problemas é confirmar com o contato se ele realmente enviou o link antes de clicar no endereço indicado por aquela pessoa.

>>> Brecha no sistema
Programas de computadores possuem falhas e erros. Sistemas operacionais não são diferentes, e brechas em componentes de sistema podem ter um impacto bem grande. Algumas dessas vulnerabilidades já permitiram que vírus se espalhassem de um computador para o outro sem nenhuma ação do usuário. Basta estar conectado à internet para se tornar vítima.

Esse tipo de vírus é facilmente evitado. Basta usar um firewall, acessar a internet por meio de um roteador ou manter o sistema atualizado. Esse último, aliás, deve ser feito de um jeito ou de outro.

>>> Brecha no navegador e plugins
É fácil ser levado de um site para outro por meio de links, redirecionamentos automáticos e pesquisas variadas na web. Visitamos muitos sites e a maioria deles é legítimo e seguro. Acessamos links curtos no Twitter que nem sabemos para onde vão. É assim que se navega na rede. Infelizmente, nem todos os sites são inofensivos.

É possível evitar alguns conteúdos muito suspeitos, como pirataria, mas estimativas indicam que cerca de 6 milhões de páginas da web são infectadas a cada semestre. Em outras palavras, criminosos conseguem invadir e alterar os sites, tornando seus visitantes vítimas.

A melhor maneira de se proteger é manter o navegador web e todos os plugins, como Flash, PDF, QuickTime e Media Player, atualizados. Isso impede que um hacker consiga criar uma página que automaticamente infecte o seu sistema.

Os navegadores possuem sistemas de atualização automática. O Internet Explorer depende do Windows Update. Os plugins precisam de cuidado extra, pois nem todos têm sistemas de atualização automática eficientes. O Flash, da Adobe, por exemplo, não tem. O Firefox está alertando usuários a respeito de versões desatualizadas de plugins, mas outros navegadores não fazem o mesmo.

>>> E-mails

O e-mail é uma maneira muito eficaz para disseminar vírus. Milhões de e-mails podem ser enviados a um custo baixíssimo, muitas vezes a partir de computadores previamente infectados.

Há várias maneiras comuns para se disseminar uma praga por correio eletrônico. As pragas automatizadas enviam mensagens geradas automaticamente. O arquivo malicioso é anexado. Existem casos, porém, em que o criminoso constrói um e-mail para enganar as vítimas e os arquivos são, normalmente, referenciados por links. Confira aqui alguns exemplos desses e-mails.

Assim como os programas de mensagem instantânea, sites e clientes de e-mail também podem ajudar os criminosos a abusar da confiança entre internautas. Mas atenção: o campo “De:” em um e-mail pode ser forjado. Por isso, cuidado ao confiar na informação de remetente. Analise a mensagem e, se vier de um conhecido e ela for suspeita, confirme que a mesma foi enviada. Se vier de um desconhecido e tratar de um tema muito sério ou escandaloso, não abra!

>>> Pen drives
Dez anos atrás, o problema estava com os disquetes. Hoje substituídos por pen drives, os vírus também se adaptaram. Usando o recurso de reprodução automática (“Auto Run”) do Windows, um vírus pode se copiar para um pen drive e forçar sua execução assim que o dispositivo for conectado em um computador.

Para impedir que isso aconteça, é possível instalar uma atualização de segurança do Windows que desativa a reprodução automática em pen drives. Com isso, o vírus ainda continuará armazenado, mas não será executado no seu computador. Em outras palavras, você poderá conectar dispositivos USB no seu PC com muito mais tranquilidade.

>>> Engenharia Social - “o cavalo de troia”
Existem muitos “presentes de grego” na internet. Programas que prometem funções sensacionais, softwares que ainda nem foram lançados e auxílios para trapaças em games são apenas alguns exemplos. Ao fazer o download de um desses aplicativos e executá-los, você pode estar sendo enganado. Em outros casos, um vírus virá de “acompanhante”.

Existem também os softwares que prometem, por exemplo, monitorar o computador de outra pessoa. Junto com eles chega também um componente extra que irá monitorar o computador de quem fez o download do programa.

A dica é desconfiar do que parece bom demais, e ficar longe de trapaças e pirataria.

Essas foram as dicas da coluna Segurança para o PC de hoje. Se você tem uma pergunta sobre segurança, deixe-a na área de comentários, logo abaixo, porque na quarta-feira (11) é publicado o pacotão da coluna, com respostas às dúvidas de leitores. Até lá!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Califórnia destina US$ 200 milhões para pesquisa aplicada com célula-tronco

Estudos têm 4 anos para apresentar resultados em 10 doenças.
Biólogo comenta as linhas de pesquisa do ‘Disease Team Awards’.

http://pneumologia.med.br/site/wp-content/uploads/2009/04/calulas-tronco.jpgO momento é sem precedentes na história da medicina, especialmente numa área jovem e controversa como a das células-tronco. Cientistas estão extremamente ansiosos para ver os resultados desse investimento, prometido para 2013.

Pela primeira vez na história, um órgão governamental dedica a “bagatela” de US$ 200 milhões para que se ache a cura – ou ao menos novas terapias que melhorem a vida dos portadores – de cerca de dez tipos de doenças, num prazo de 4 anos, utilizando-se células-tronco.

A iniciativa, conhecida como “Disease Team Awards”, partiu do Instituto de Medicina Regenerativa da Califórnia (CIRM, na sigla em inglês) que propôs o desafio para a comunidade científica mundial. Os termos eram simples: curar ou melhorar a qualidade de vida de pacientes usando-se células-tronco. Valia qualquer tipo de células-tronco, qualquer tipo de estratégia (triagem de drogas, transplante etc.), qualquer tipo de doença incurável e qualquer tipo de pesquisador (colaborações internacionais e com empresas eram bem-vindas e estimuladas).

As únicas restrições foram o período de 4 anos para o produto entrar no mercado e que o trabalho deveria ser realizado em sua maior parte na Califórnia. Nada mais justo, visto que o CIRM surgiu a partir de um plebiscito (a famosa Proposição 71). Os cidadãos votaram a favor do uso de US$ 3 bilhões, por 10 anos, para pesquisas com células-tronco.

Desde sua criação, apoiada pelo atual governador (republicano) Arnold Schwarzenegger, o CIRM atraiu diversos pesquisadores de renome para o estado, gerando uma explosão do número e da qualidade de publicações na área. O efeito foi ainda maior se colocarmos em perspectiva que isso aconteceu durante o governo do presidente Bush, que havia vetado o uso de recursos federais para pesquisas com células-tronco embrionárias humanas. Foi graças ao CIRM e à falta de visão de outros países que perderam a chance de investir pesado em células-tronco que os EUA mantiveram sua liderança nessa área.

Os tipos de doenças que foram selecionadas são: Aids, esclerose lateral amiotrófica (ELA), diabetes do tipo 1, epidermólise bulhosa, câncer (glioma maligno, tumores sólidos e leucemia), parada cardíaca, degeneração macular, anemia falciforme e derrame. Vale lembrar que um dos quesitos para a seleção das estratégias foi a facilidade do tratamento ser aprovado pelo FDA (agência americana que regulamenta medicamentos e tratamentos em humanos). Isso porque, após 4 anos, a ideia é que o resultado da pesquisa entre na clínica o quanto antes.

Gostaria de mencionar, brevemente, as estratégias selecionadas para o tratamento dessas doenças.

No caso da Aids, a ideia é usar terapia genética para modificar células-tronco do sangue de pacientes infectados com o HIV. Quando transplantadas de volta ao paciente, as células-tronco deverão produzir células sanguíneas resistentes ao vírus. Para leucemia, a ideia baseia-se na utilização de anticorpos que destroem as células-tronco cancerígenas, um tópico ainda controverso. No caso de derrame, a estratégia é implantar células-tronco neurais, derivadas de células-tronco embrionárias humanas, nas regiões lesionadas.

Para tumores sólidos, a estratégia selecionada foi desenvolver novas drogas capazes de destruir as células-tronco tumorais, mesmo que a existência dessas células-tronco tumorais ainda seja motivo de debate na comunidade científica. Para problemas de coração, incluindo infarto e parada cardíaca, o grupo selecionado pretende cultivar células-tronco cardíacas do paciente em cultura, expandi-las e reimplantá-las no coração, como forma de proteção e regeneração.

Em epidermólise bulhosa, a estratégia inclui o uso de células-tronco pluripotentes induzidas (as famosas células iPS, já discutidas aqui anteriormente) na reconstituição da derme dos pacientes. Para anemia falciforme, a estratégia é uma combinação de terapia genética e celular, visando à restauração de células do paciente que foram previamente corrigidas para produzir células vermelhas do sangue de forma eficiente.

No caso da degeneração macular, a proposta é usar células da retina, produzidas a partir de células-tronco embrionárias humanas, para transplante. Recentes resultados positivos em primatas trazem esperança de sucesso nesse caso. No caso das leucemias, o grupo propôs o uso de três anticorpos em combinação com três novas drogas que destruam as células-tronco do câncer de forma específica.

Para gliomas malignos, a linha de pesquisa é usar células-tronco neurais que foram geneticamente alteradas para carregar uma droga que induz a morte das células tumorais. Em diabetes tipo 1, a ideia é tratar pessoas implantando células capazes de gerar insulina, que foram derivadas de células-tronco embrionárias humanas. O trabalho pioneiro é liderado por uma firma de biotecnologia de San Diego.

E finalmente, para o tratamento de ELA, doença conhecida pela degeneração específica dos neurônios motores, os pesquisadores propõem o transplante de células precursoras da glia (astrócitos, células não-neuronais, também presentes no sistema nervoso e que auxiliam no funcionamento da informação nervosa) derivadas de células-tronco embrionárias humanas. O aumento de astrócitos saudáveis na região torácica da medula espinhal deverá facilitar a respiração dos pacientes, melhorando a qualidade de vida.

Êpa! Células da glia em uma doença que afeta os neurônios motores?

Isso significa que ELA é uma doença de natureza celular não-autônoma: não basta ter a mutação nos neurônios motores para que esses degenerem, as células vizinhas aos neurônios também contribuem para a degeneração nervosa.

Mas extrapolar esse tipo de dado, obtido em camundongos, para humanos não costuma ser muito óbvio. Além disso, como poderíamos usar essa informação para um futuro tratamento de ELA? Pois bem, ano passado a pesquisadora brasileira Carol Marchetto, que trabalha como pós-doutora no instituto Salk de pesquisas em San Diego, publicou um artigo pioneiro utilizando células-tronco embrionárias humanas para modelar ELA em cultura. Acabou demonstrando como essa interação astrócitos-neurônios pode ocorrer em humanos.

O raciocínio por trás dessa descoberta já foi descrito numa coluna anterior (“Modelando doenças humanas com células-tronco”, Marchetto e colegas, Cell Stem Cell, 2008). O grupo que trabalhara com ELA baseou-se nos dados da brasileira para propor essa primeira terapia celular.

Como crítico de ciência, não posso deixar de expressar minha opinião sobre essa iniciativa. Será que realmente vamos ter a cura ou melhoria dessas doenças em 4 anos? Duvido, com certeza não para a maioria delas. Muitas dessas ideias já foram propostas anteriormente e não são inovadoras. A questão é: nunca houve o financiamento adequado para testá-las. Ou seja, acredito que a iniciativa do CIRM vai servir para distinguir as boas ideias que podem dar certo, das boas ideias que não vão funcionar. Isso é ótimo para a ciência. Passaremos a eliminar as propostas fracassadas e buscar novas alternativas.

De qualquer forma, na minha opinião, basta a melhoria de apenas uma doença para justificar todo o investimento do CIRM.

Shimon Peres: "O Brasil é o primeiro país que desconhece a discriminação racial"

O presidente de Israel, que chegará ao Brasil na terça-feira (10), fala a ÉPOCA sobre o que pretende conhecer por aqui e comenta a relação brasileira com o Irã: "Acredito que Lula seja um homem com valores, que condenaria uma tentativa de destruir outro país"
Jim Hollander

Quais são as razões da sua visita ao Brasil? E o que o senhor espera dela?
Shimon Peres -
"Espero (aprender) e ver se conseguimos melhorar e enriquecer as relações entre Israel e o Brasil. Sobre aprender, quando penso no Brasil, penso nas seguintes coisas que me impressionam: talvez o Brasil seja o primeiro país do mundo que decidiu enfatizar as questões sociais, acima de considerações econômicas. O Brasil acredita que a economia deve ajudar a sociedade, não o contrário. Não haveria nada sensacional nisso, se não houvesse sido conquistado. As grandes conquistas do Brasil foram, antes de tudo, sociais, e não econômicas. O segundo fator é a tremenda tolerância do povo brasileiro. O Brasil é o primeiro país que desconhece a discriminação racial. Gente das mais diversas origens vive unida. Não é uma proposta simples, porque Lula enfrenta vários problemas, como a corrupção, falta de disciplina. Então, quero ver as mudanças que houve no país, os programas contra a pobreza e também as políticas de incentivo ao etanol. Acho que temos muito a aprender com o Brasil. O Brasil decolou de forma impressionante no domínio da ciência e tecnologia. Mas também vou ao Brasil para ver as inacreditáveis belezas do Rio de Janeiro.


O senhor também vai ao Maracanã?
Peres
– Sim. Mas o Brasil não é só entretenimento. O Brasil é uma "new declaration" sobre política, economia e questões sociais. Bom, acho que um homem jovem como eu (risos), que pretende frequentar a escola, pensa em aprender algo (do Brasil). Quero ver como são as coisas em sua realidade. Acho que podemos aprofundar nossa boa relação com o Brasil. Além disso, há a comunidade judaica no Brasil, com a qual pretendo me encontrar.


E o que Israel pode ensinar ao Brasil?
Peres
– Como ser pequeno (risos). Mas acho que não sei (o que ensinar). Falei brincando. O Brasil não tem um território pequeno, sem água, sem petróleo. Talvez possamos dizer como nós avançamos. Não vivemos do nosso tamanho, mas do nosso cérebro. Pode interessar ao Brasil saber como desenvolvemos a agricultura sem terra e água. Somos o primeiro país do mundo que tem uma agricultura baseada na alta tecnologia.


Quais são as expectativas de Israel em relação ao papel diplomático do Brasil no Oriente Médio?
Peres
– Vocês sabem bem que a diplomacia, assim como a economia, está ficando cada vez mais global. Nenhum país pode mais viver isolado. Mas ainda não se pensa na paz como uma questão global. Para fazer a paz no Oriente Médio é preciso reduzir as ameaças num plano global e aumentar o apoio a soluções pacíficas. Gostaria muito de ver o Brasil participando.


Logo após sua visita, o Brasil vai receber o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, um homem que nega o Holocausto e diz querer destruir Israel. Como o senhor vê essa proximidade entre Ahmadinejad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva?
Peres
– Vou visitar o Brasil, e não debater com Ahmadinejad. Acredito que Lula seja um homem com valores, que (condenaria).uma tentativa de destruir um outro país de introduzir o terror, como houve este caso agora do navio abordado pela Marinha israelense cheio de armas, vindas do Irã para abastecer terroristas. Mas eu, particularmente, não vou abordar esse assunto no Brasil.


O senhor não vai tocar nesse assunto e transmitir sua mensagem a Lula sobre essa questão?
Peres
– Eu certamente farei isso em conversa privada, mas não acho que seja apropriado ir a um país e falar de outro. Bom posso fazer isso privadamente, mas não em público.


O Brasil alega que receber Ahmadinejad pode ser uma forma de facilitar as negociações sobre o programa nuclear iraniano. O senhor considera um argumento válido?
Peres
– Acho que devo ouvir atentamente qualquer um que se oferece a ajudar, por que não? Os iranianos não são nossos inimigos. Os árabes não são nossos inimigos tampouco. Os muçulmanos não são nossos inimigos. Nossos inimigos são a guerra, a ameaça, o terror, a destruição. Eu não vou brigar com o povo iraniano no Brasil. Sobre o presidente iraniano, todo mundo sabe há anos qual a sua posição. Acredito que não se pode esperar muita civilidade de alguém que prega a destruição de Israel, que nega o Holocausto e que ele fornece armas para o terror. Mas não gostaria que nossa atitude em relação ao governo do Brasil criasse a impressão de que estamos brigando com o o povo iraniano.


Como o sr. avalia a relação de Israel com a América Latina (a Venezuela e a Bolívia não mantêm relações diplomáticas com os israelenses)?
Peres
– Tem seus altos e baixos. A América Latina desempenhou um papel muito construtvo na construção de Israel, como o presidente da Assembléia-Geral que decidiu sobre Israel (o brasileiro Osvaldo Aranha, em 1947). A relação em geral foi muito calorosa. Mas esses altos e baixos na América Latina propriamente dita. A América Latina libertou-se de ditaduras militares. Em termos gerais, a maioria dos países dessa região empenhou-se em se tornar democracias econômicas. Agora esperam ser democracias políticas também. Há algumas exceções. Chávez, por exemplo: muito petróleo e autocontrole insuficiente. Eu gosto de algumas comentários dele, como que não se deve cantar no chuveiro (risos). Ele disse que a jacuzzi vai contra o comunismo. O que ele quer dizer, claro, é que não devemos gastar água. Não tenho nada contra isso.


Mas que tipo de controle deveria ser aplicado a Chávez?
Peres
– Olhe, um homem que decide que é o líder supremo para o resto da vida. Que sai por aí fazendo alianças, por exemplo, com o Irã. Que condena Israel. Por quê? Para quê? O que fez Israel à Venezuela? Tínhamos uma tradição de excelentes relações com a Venezuela. O povo venezuelano é um grande povo. Eu me pergunto como se pode injetar extremismo nas veias do povo venezuelano, mas esse é o efeito. Ele é um líder muito particular, que governa o país pela televisão. O que é interessante, devo dizer.


Mas há um crescente discurso antissemita na América Latina. Recentemente, um radialista de Honduras perguntou, ao vivo, se Adolf Hitler não estava certo por querer "acabar com essa raça" (de judeus)? Isso não o preocupa?
Peres
– Fico surpreso de sermos alvo (de hostilidade) até em Honduras. Pergunte a um israelense se sabe quem é o presidente de Honduras. Fiquei surpreso de ouvir isso. Não é problema nosso. Mas como um homem honrado, devo dizer que o ódio não tem futuro (no mundo).


Entre a sua visita e a de Ahmadinejad, Lula vai receber também o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Como o senhor vê essa relação do Brasil com os palestinos?
Peres
– Os árabes não são nossos inimigos. E se o Brasil tem boas relações com eles, também queremos ter. Se Abbas for amigo do Brasil e o Brasil for amigo de Abbas, por que não?


Mas Lula já foi à Síria, ao Líbano e a outros países do Oriente Médio, mas não veio a Israel...
Peres
– Espero que ele encontre interesse e tempo. É como eu digo: se a montanha não vem a Maomé... Ele tem sua agenda e suas prioridades, não tenho que lhe dar lições. Nós o consideramos um amigo. Nós nos conhecemos há muito tempo. Começamos na mesma trilha socialista, então posso dizer que lembro dele "desde a "infância". Ele tem seu próprio jeito de priorizar as coisas. Claramente eu devo convidá-lo.


Qual é o nível de preocupação de Israel com a crescente penetração do Irã e do Hizbollah na América Latina?
Peres
– Não houve interferência iraniana na América Latina. Veja a Argentina. Eles explodiram uma bomba no Centro Judaico e mataram centenas de pessoas. E você acha que a Argentina queria isso? Quem quer uma interferência com bombas? Quem quer uma intervenção do terrorismo? Uma intervenção de ódio? A maioria dos povos latino-americanos é pacifista. E a lei deles é como a nossa, a lei da amizade, da paz, do respeito humano. Não acredito que isso vá mudar. O Irã está afastado dessa mensagem. Essa intervenção do Irã não vai durar mais que a própria permanência do presidente atual. Qual é a mensagem deles? Querem dominar o resto do mundo? Isso é mensagem? O chamado "sistema presidencialista iraniano" não vai durar para sempre, pois eles não têm nada a oferecer ao resto da humanidade, nem sequer para seu próprio povo. Mas eles têm essa tremenda ambição de dominar, de bancar os super-homens. Não aceitamos isso e não acreditamos que a América do Sul aceitará isso.



Se o regime de Ahmadinejad permanecer por mais tempo e as negociações com Teerã fracassarem, está na mesa a hipótese de Israel atacar o Irã?
Peres
– Israel não tem intenção de monopolizar o problema do Irã. Esse é um problema para o mundo. Temos que seguir a liderança do mundo. Em segundo lugar, não gostaria de falar várias línguas ao mesmo tempo. Não colocaria a opção militar acima de tudo. Tudo que puder ser feito pacífica, política, econômica e psicologicamente deve ser feito. Não somos os líderes do mundo. Já conversei com muitos líderes mundiais - Medvedev, Putin, não só Obama, Sarkozy ou Brown - e todos me disseram estar empenhados em evitar uma bomba nuclear iraniana.

O relatório Goldstone (documento feito por Richard Goldstone para as Nações Unidas sobre o conflito entre Israel e os palestinos na Faixa de Gaza, no início deste ano) acusa Israel de haver cometido crimes de guerra, e o governo israelense diz que é um documento distorcido. Israel está elaborando uma investigação própria para dizer o que é verdade ou não nesse relatório?
Peres
– Israel faz investigações internas em todas as guerras. Não houve uma única guerra em que não tenhamos investigado atos criminosos ou coisas assim. Na maior parte das guerras investigamos a nós mesmos. E as conclusões foram muito duras: ministros foram demitidos, generais foram afastados... Não somos morais por causa daquilo que o mundo pensa de nós. Somos morais porque esse é um pressuposto básico. Não achamos que Ahmadinejad ou Kadafi ou outros devam ser nossos juízes. Por que precisamos de seus julgamentos? Investigamos cem casos de acusações. Cada acusação foi julgada cuidadosamente.


O senhor poderia descrever alguma dessas acusações?
Peres
– Um soldado ter atirado quando não deveria ter atirado, por exemplo. Mas o problema da luta contra o terrorismo é altamente complicado. Começa pela questão que os terroristas não respeitam leis. Como um país sob o império da lei lutar contra uma organização sem lei? Uma das coisas mais cínicas é "Por que mortas mais crianças palestinas que israelenses?". Sabe por quê? Porque protegemos nossas crianças. E eles usam suas crianças para se proteger. Nós construímos abrigos para crianças. E eles usam crianças como escudo. O criminoso, então, é o terrorista, e não aquele que quer lutar contra o terrorismo. Infelizmente, em toda guerra, inocentes são mortos. Acusam a nós, mas no Kosovo, por exemplo, centenas de inocentes foram mortos. Houve alguma comissão de investigação? Não quero mencionar o Iraque, nem o Afeganistão, olhe em torno. O único crime que Israel cometeu foi não ter maioria nas Nações Unidas. Há uma maioria constituída contra Israel na ONU, então não temos qualquer chance. Se combinarmos o bloco árabe e muçulmano e o bloco não-alinhado, não temos chance. No comitê de direitos humanos, de 20 questões em debate, dez eram sobre Israel. Israel lhes parece um país que desrespeita os direitos humanos? Nonsense. Quem são nossos juízes? Os iranianos? Os afegãos? Os líbios? Não sei, por exemplo, de discriminação contra a mulher em Israel. A maior parte de nossos juízes discrimina suas próprias mulheres. Que direitos humanos são esses? O primeiro direito humano é o direito a permanecer vivo. Temos direito de permanecer vivos. Fomos atacados nove vezes. Alguma vez investigou-se por que fomos atacados? Por oito anos lançaram foguetes contra nós. Alguém pediu investigação? Ahmadinejad pediu a destruição de Israel. É contra a Carta da ONU. Ele foi investigado? Não aceitamos isso. Devemos manter nosso exército em bases morais, porque queremos ser um país moral. Nós não odiamos árabes. A vida de uma criança árabe é tão importante para mim quanto a de qualquer criança. Não quero ser cabotino, mas no Centro Peres pela Paz (ONG criada por Peres em 1996) recebemos crianças palestinas doentes ou feridas e nos propusemos a curar todas. Nos últimos seis anos, já curamos mais de 6 mil crianças palestinas e as devolvemos a suas mães. Isso quer dizer que odiamos crianças, que queremos vê-las morrer? Não damos publicidade a isso, porque não queremos que digam que é pela publicidade. Mas continua todo ano, e tem um custo, mas não importa.


Mas divulgar isso não seria uma forma de melhorar a imagem de Israel?
Peres
– Aí iam dizer que fazemos isso por propaganda. Não fazemos isso para receber aplausos. Não precisamos de aplausos. Tanto quanto não precisamos de julgamentos. Nenhum país do mundo foi atacado nove vezes em 61 anos de existência. Na Intifada, onde estavam todos? Onde estavam os (defensores dos) direitos humanos quando fomos atacados pelo Hamas? Alguém pediu que parassem? Alguém tentou pará-los? Se eles não tivessem atirado, não teríamos respondido. Depois que nós nos retiramos completamente de Gaza - sem soldados, sem assentamentos, sem civis, e usamos a força para retirá-los, vocês viram na TV -, por que os bombardeios? Não era terra ocupada, não estávamos lá. Por que o mundo silenciou sobre isso? Há uma questão aí. O fato de estarmos sozinhos é muito incômodo. Mas não nos tira a base moral.


O Brasil, de certa forma, é um ator novo na cena internacional. Apesar das boas relações com Israel, o Brasil costuma votar contra Israel nas Nações Unidas. Como explicar isso?
Peres
– Não cabe a mim explicar isso. Eles que deveriam se explicar.


Mas qual é o seu sentimento?
Peres
– Que é um erro de julgamento. Talvez o Brasil deva ter uma oportunidade de se explicar, da mesma forma que estou explicando a vocês. Eu não condenaria ninguém, mas é claro que debateria com qualquer um. O que eles querem, com (o relatório) Goldstone, é tornar-se nossos juízes. Eu digo: muito obrigado, mas já temos juízes. Goldstone não deveria ter assumido essa tarefa, porque o comitê de investigação tinha uma maioria anti-Israel a priori. Se os juízes não são objetivos, não podem ser juízes. O mandato era antiisraelense, pois falava em investigar os "crimes de Israel" em Gaza. Não houve crime. Nas 26 recomendações que emitiram, não há uma sequer dirigida ao terrorismo. Meu Deus, que tipo de julgamento é este? Só porque não temos maioria na ONU?


O senhor não acha que Israel tem um problema de imagem externa? As conclusões do Relatório Goldstone foram endossadas por muitos países, entre eles o Brasil.
Peres
– Sabemos que há um problema de imagem com todo país que enfrenta o terrorismo. Porque os atos terroristas não são fotografados. Quando um terrorista entra e mata alguém, ele não leva jornalistas consigo. Você não vê. Quando explodem um ônibus, não levam câmeras. O que se fotografa é a reação, não a iniciativa. Por isso sempre se chega à conclusão errada: "Por que Israel está bombardeando?" Somos malucos? Acordamos de manhã e soltamos uma bomba? As razões disso não são mostradas. Então, concordo que há um problema de imagem.


O senhor culpa a mídia?
Peres
– Não culpo ninguém. A única pessoa a quem posso culpar sou eu mesmo. Não sou um pastor. Não sou um professor do mundo. O máximo que um homem como eu deve fazer, estou fazendo: fazer tudo para ser leal consigo mesmo, com seus valores. Israel não é uma empresa de relações públicas. A opinião pública não pode julgar, não quero culpá-la. Havia um slogan que dizia: "Land for peace" ("Terra em troca da paz"). Restituímos toda a terra, toda a água ao Egito, à Jordânia, ao Líbano. Devolveram-nos a paz? Saímos de Gaza. Dissemos aos palestinos que podiam fazer o que quisessem. Ninguém se interessa.


O senhor acha que a retirada de Gaza foi um erro?
Peres
– Não. Nós o fizemos, digo mais uma vez, porque não queríamos conquistar Gaza. Não é uma questão de relações públicas, entenda, é um fundamento moral. Decidimos não ficar em Gaza. E foi um homem que veio da extrema direita, Ariel Sharon, que fez isso. Parabéns!


E a Cisjordânia? Israel quer permanecer lá?
Peres
– Não. Dissemos. O que resta de discordância na Cisjordânia representa talvez 3% ou 4% de todo o território. Porque houve muitos atos terroristas, construímos assentamentos, e porque as coisas mudaram muito nos últimos 40 anos - no começo, eles se recusavam a negociar. Mesmo agora, meu Deus, se a diferença é de 3% ou 4%, vamos tentar, é possível negociar. Não devemos rejeitar. É um pouco desagradável para mim dizer isso, mas... veja: a Cisjordânia foi da Jordânia. Eles a entregaram aos palestinos? Gaza foi dos egípcios. Eles a deram aos palestinos? Quem ofereceu terra aos palestinos foi Israel, não esqueça. Eles dizem "devolvam nossa terra", mas nunca houve um estado palestino, então a terra nunca foi deles. Apesar disso, e apesar do fato que parte do povo palestino - o Hamas - é um grupo terrorista, em relação à Cisjordânia queremos ter certeza de que não vai se repetir o que aconteceu em Gaza: saímos e começaram a atirar. Temos direito a defender nossas vidas. É, também, uma causa moral.


Os aliados de Israel, inclusive os Estados Unidos, não conseguem entender como o governo se diz pronto para conversas de paz e ao mesmo tempo não aceita discutir o congelamento dos assentamentos na Cisjordânia. Também é um problema de imagem.
Peres
– Você ouviu Hillary? Deixe a imagem de lado. Não somos uma empresa de relações públicas. Hillary (Clinton, secretária americana de Estado, que visitou Jerusalém na semana passada), disse que avançamos muito. Há centenas de assentamentos judeus na Cisjordânia, onde as pessoas ergueram suas casas, construíram suas vidas. Não é simples removê-las. São seres humanos. Não é uma coisa mecânica (retirá-los), como mover peças num jogo de xadrez.

O senhor acha que Israel errou na época em que iniciou a construção de assentamentos na Cisjordânia? – Não. Eu perdi eleições (para primeiro-ministro) porque, sempre quando falava no processo de paz, vinha um ataque.

O assassinato de Yithzhak Rabin (ex-premiê israelense, morto em 4 de novembro de 1996) está fazendo 14 anos. O senhor fez uma referência a eleições, e naquela época estava disputando...
Peres
– Eu tinha uma vantagem de 20 pontos. Então houve houve aquilo em Jerusalém. Nunca vou esquecer esse dia. Eram sete da manhã, eu estava a caminho do meu escritório. Então minha segurança informou que houvera uma bomba em Jerusalém. Fui ao local, a essa grande praça de Jerusalém. A praça inteira estava vermelha de sangue e pedaços de corpos. Havia milhares de pessoas em volta, começaram a gritar: "Assassino! Matador! Traidor! Olhe o que você fez conosco, com sua paz!" No dia seguinte, o mesmo em Tel Aviv. Um dia depois, de novo em Jerusalém.


O senhor teve medo também?
Peres
– Medo, não. Eu sabia que tinha perdido as eleições. Quando você lê nos jornais, é só uma reportagem. Quando você se defronta com isso, é outra história.


Como o assassinato de Rabin mudou Israel?
Peres
– Houve uma interrupção, sim, e o processo foi adiado. Mas hoje mais pessoas estão envolvidas n Até a direita aceita a solução de dois estados, o que não ocorria antes. É uma mudança.


O que o sr. vai dizer ao presidente Lula em relação ao processo de paz?
Peres
– O que eu disse. Que Israel está pronta para a paz, que mostrou em quatro ocasiões. Devolvemos a terra, devolvemos a água... agora queremos ter certeza de que teremos paz e segurança. É uma reivindicação legítima. Não tenho duas mensagens, apenas uma.


O presidente Obama criticou o tratamento dos palestinos por Israel . Qual é sua avaliação a respeito dele?
Peres
– Espero que ele tenha êxito. Não considero os muçulmanos nossos inimigos. Não combatemos sua religião, não combatemos seu povo, não combatemos uma ideia. O que estamos tentando é defender nossas vidas. Acho que os israelenses que têm acompanhado as posições de Obama mudarão de idéia. A amizade entre Israel e os Estados Unidos é profunda e permanente. Pessoalmente, considero Obama um amigo de Israel. Acho que cada vez mais pessoas vão se dar conta disso. Ele mereceu o prêmio Nobel. Ele introduziu uma era de esperança e otimismo. É um feito político, e ele o alcançou brilhantemente no começo. Agora, está enfrentando controvérsias que existem.


Uma conseqüência das expectativas?
Peres
– Não quero tirar conclusões apressadas. Quando eu era uma criança, como vocês (risos), eu achava que no mundo havia homens bons e homens maus, reis bons e reis ruins. Quando me tornei adulto, descobri que infelizmente o bem e o mal vêm juntos. E é muito difícil separar os dois. As escolhas não são fáceis, porque os dois não vêm separados. Se presidentes, reis e primeiros-ministros tivessem nas cartas o bem e omal, todos escolheriam o bem. Mas as escolhas na mesa estão misturadas, e é muito difícil tomar decisões. Nessas circunstâncias, o menos errado está certo.

O sr. se tornou popular em Israel. Até apresentou um talk show. Como o sr. se sente?
Peres
– A maior parte da minha vida eu fui polêmico. Agora eu sou popular. Não sei qual dos dois é melhor (risos). Nunca me impressionei com as pesquisas, nem antes nem agora. Pesquisas são como perfume - bons de cheirar, mas perigosos de engolir (risos). Então eu as uso depois de fazer a barba (risos).

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Sono de 'recuperação' não ameniza efeitos de noites sem dormir

Privação crônica do sono é um fato para a maioria dos americanos
Pode levar uma semana ou mais para que as consequências apareçam.

A afirmação:uma pessoa pode "compensar" o sono atrasado dormindo até tarde nos finais de semana.

http://blogmais.files.wordpress.com/2009/09/sono.jpg

Os fatos: a privação crônica do sono é um fato para a maioria dos americanos. Porém, compensar o sono atrasado não é tão simples quanto dormir até tarde no sábado.

Em estudos realizados ao longo dos anos, cientistas descobriram que pode levar uma semana ou mais para que as consequências cognitivas ou fisiológicas das noites mal-dormidas apareçam – até mesmo depois que as horas de sono aumentam.

Em um estudo do Walter Reed Army Institute of Research realizado em 2003, por exemplo, cientistas examinaram os efeitos cognitivos de uma semana de noites mal-dormidas, seguidas de três dias de sono de pelo menos oito horas por noite.

Os cientistas descobriram que o sono de "recuperação" não reverteu completamente pioras no desempenho em um teste de tempos de reação e outras tarefas psicomotoras, especialmente no caso de participantes que tinham sido forçados a dormir apenas três ou quatro horas por noite.

Atraso

Em um estudo similar, realizado em 2008, cientistas do Karolinska Institute, em Estocolmo, descobriram que, quando os participantes dormiam quatro horas por noite em cinco dias, e depois "tiravam o atraso" com oito horas por noite na semana seguinte, eles ainda apresentavam leves deficiências cognitivas residuais uma semana depois, embora eles não relatassem sonolência alguma.

No entanto, em outro estudo, também do Walter Reed Army Institute of Research, cientistas descobriram que as pessoas se recuperavam muito mais rapidamente de uma semana mal-dormida quando ela era precedida por uma semana de "acumulação", que incluía dez horas de descanso.

Em outras palavras, se você sabe que tem pela frente uma semana de pouco sono, tente "adiantar" o sono antes, e não tentar recuperá-lo depois.


Conclusão: é necessário mais do que uma noite com horas a mais de sono para tirar o atraso de noites mal-dormidas.

Entenda o que é um ‘recall branco’ e saiba como agir

Por não oferecer riscos à segurança, esse tipo de recall não é divulgado.
Proprietário deve procurar uma concessionária para garantir o reparo

Etiquetas de advertência alertam para o perigo de lesão

Comprar um veículo novo para evitar dor de cabeça. Esse é o pensamento da maioria dos consumidores que optam por um zero quilômetro. Mas ninguém conta com um fator que vem se tornando frequente no Brasil: o defeito de fábrica. Neste ano, mais de 2 milhões de veículos foram chamados novamente às redes autorizadas.

Mas quando o problema não afeta a segurança ou a integridade física do condutor e passageiros, a convocação dos lançamentos ou de um determinado lote não se trata de um recall para valer, mas sim de um procedimento que a indústria apelidou de “recall branco”. Um exemplo recente é a chamada feita pela Volkswagen dos modelos Gol, Voyage e Fox, equipados com motores 1.0 flexível EA-111.

Segundo a montadora, devido a uma alteração na especificação do óleo do motor dos modelos fabricados a partir de março de 2008, a lubrificação das peças pode ser comprometida, o que causa ruído no propulsor. A convocação, que a marca deu o nome de “campanha de oficina ativa", visa substituir o óleo lubrificante do motor e ampliar o prazo de garantia dos motores de 3 para 4 anos.

Quem decide se há ou não a necessidade de um recall de verdade é o Ministério Público Federal, por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), já que todos os comunicados e boletins emitidos pelos fabricantes de automóveis devem ser enviados para o órgão, que é responsável por enviar um laudo técnico ordenando o recall e pode até processar a fabricante.

De acordo com o especialista em estratégias empresariais, Marcos Morita, nesses casos a transparência é sempre a melhor política. “O pior recall é aquele que a fabricante espera o problema aparecer para tomar uma decisão, como ocorreu com o Fox em 2008, devido ao risco de mutilação pela argola usada no rebatimento do banco traseiro, e agora com os motores 1.0 da Volkswagen”, diz Morita. “O correto é ao primeiro sinal de defeito, comunicar antecipadamente os clientes”.

Segundo o engenheiro e conselheiro da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), Francisco Satkunas, no caso do recall branco, por não oferecer riscos à segurança, a fabricante não é obrigada a divulgar o problema. “Mesmo que o carro não deixe o motorista na mão, como ocorre nesses casos, a recomendação é procurar uma concessionária da marca”.

Caso o problema seja constatado, as fabricantes divulgam o problema por meio de um boletim eletrônico para as fábricas e a rede de concessionárias dando as descrições do lote com defeito e as orientações sobre como resolvê-lo. A medida visa revisar todos os carros que ainda estão em produção ou aqueles que já estão no pátio, a fim de corrigir o problema antes que eles sejam comercializados.

“No entanto, essas falhas costumam aparecer, em média, com 500 km a 3 mil km rodados”, afirma o engenheiro. “Se o cliente não procurar a concessionária por causa do defeito, quando ele leva o carro à uma autorizada, seja por causa da revisão ou para conserto de uma batida, a loja aproveita para reparar o problema também”.

Caso o defeito apareça depois de vencido o período da garantia, é possível ainda ter o reparo feito sem custo. “É de interesse das montadoras que os clientes fiquem satisfeitos com o veículo e com a marca, por isso vale procurar o atendimento ao consumidor”, diz Satkunas. “Depois de feita a vistoria e se for constada a falha da fabricante, ela geralmente arca com o conserto, ou, às vezes, oferece a peça e o proprietário fica apenas com o custo da instalação”.

Segundo o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, a oficina tem 30 dias para resolver o problema quando o veículo estiver no prazo de garantia. Não cumprido este prazo, o cliente pode pedir a troca do veículo, a devolução de valores ou abatimento proporcional do valor pago, caso ele queira trocar por outro produto. Segundo o Procon, é necessário que o proprietário guarde os comprovantes de pagamento do veículo e as ordens de serviço para apresentar na Justiça, caso seja necessário.

Veja alguns exemplos de modelos envolvidos em recalls brancos

Fiat Punto

Fiat Punto

Um lote do hatch médio da marca apresentou um problema no trambulador (mecanismo que transmite os movimentos da alvanca de troca de marchas para a caixa de câmbio) causado por falha no processo de montagem.

Novo Focus Hatch

Novo Ford Focus


Após reclamações feitas pelos proprietários de falta de força do motor 2.0, a Ford constatou o defeito e definiu uma nova calibração de ignição para os modelos.

Peugeot 206

Peugeot 206


Caso a bateria de alguns modelos seja desconectada e depois religada, o carro pode não funcionar. Isso ocorre por um problema no módulo que precisa ser reprogramado.

Volkswagen Fox

Volkswagen Fox


Ligou e não pegou. Para resolver o problema encontrado em algumas unidades do hatch, é necessário dar um ‘reset’ na central eletrônica. Para isso, o proprietário precisa retirar um fusível, ligar o contato por alguns minutos, desligar, instalar novamente o componente e dar a partida.

Renault Scénic

Renault Clio e Scénic

Os dois modelos da marca francesa podem apresentar rotações bastante elevadas, defeito possivelmente ocasionado pela dilatação da

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Você se acha bonito?

Antes de responder à pergunta do título, mande sua foto para o site BeautifulPeople. Ou não...
 Reprodução

Durante três dias, na semana passada, meu nível de atratividade oscilou de bom a sofrível. A votação, que deveria durar 48 horas, não foi encerrada no prazo e não obtive o veredicto final a tempo do fechamento desta edição. Mas a linha laranja na qual estou agora mostra que preciso dar uma melhorada no visual se quiser ser aceita sem tropeços no site BeautifulPeople. Criado em 2002 na Dinamarca, a rede social acaba de chegar ao Brasil. Trata-se de uma espécie de Facebook no qual só entram pessoas consideradas bonitas. E quem decide isso são as 360 mil pessoas que já conseguiram entrar. O aspirante manda um perfil com foto e tem sua aparência julgada por participantes do sexo oposto durante as 48 horas seguintes (ou mais, uma vez que o site não funciona bem). Nesse tempo, o candidato tem direito a navegar para acompanhar sua classificação.

Para ser aceito é preciso ter 51% dos votos pelo menos na linha verde-clara, que garante um consolador “o.k.”. Verdade seja dita: não é muito agradável ver seu índice de aprovação em direção ao vermelho absoluto. Por isso, se você não for modelo nem tiver autoestima inabalável (e não for pressionada pelo chefe a escrever uma reportagem), não há motivos para se submeter a essa possível humilhação pública e globalizada. Muita gente, obviamente, tem outra opinião. Nos primeiros três dias de operação no Brasil, o site recebeu 70 mil novos candidatos, segundo o economista Robert Occhino Hintze, fundador do BeautifulPeople. Desses, somente 25 mil entraram. O porcentual é de 35,7%. Mas Hintze diz que até o final desta semana o número será dez vezes maior. “Apenas 20% das pessoas que se candidatam ao BeautifulPeople conseguem entrar. No Brasil, o índice de aprovação é de 45%”, afirma, contrariando seus próprios números. “A impressão geral de que os brasileiros são bonitos está sendo comprovada.” O.k., ele deve dizer isso em todos os países, mas ainda faz bem para o ego. Mas há outras vantagens em passar pelo vestibular da beleza? Sim, informa um texto do site: “Ter a oportunidade de se relacionar apenas com pessoas atraentes”. Politicamente incorreto? “Sim, mas reflete a realidade. Todos querem estar com indivíduos atraentes. Só não têm coragem de dizer”, afirma Hintze. O que eu posso dizer, depois de navegar pelo site, é que nem os bonitos são tão bonitos nem seus comentários são muito interessantes. Ou seria despeito de uma (quase) reprovada?

Aprovados
Candidatos capricham nas fotos. Mulheres de biquíni e homens sem camisa são sucesso garantido
 Reprodução

Saiba quais são os animais gigantes da Amazônia

Nossa floresta tem tartaruga enorme e o maior besouro do mundo.
Veja as características e curiosidades dessas grandes espécies.

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, mas não é só o tamanho de sua área que surpreende. Entre as espécies nativas da região, existem animais gigantes que despertam a curiosidade. Assim como a floresta, alguns desses bichos correm o risco de desaparecer. Conheça alguns deles:

Gigantes da Amazônia

(Foto: Divulgação)

BESOURO (Titanus giganteus)

Quem é: maior besouro do mundo e maior inseto, em termos de volume.
Tamanho: chega a 22 cm.
Peso: pode pesar 70 gramas.
Onde vive: na selva amazônica, onde o calor e a fartura de comida contribuem para seu desenvolvimento.
Curiosidades: a espécie é voadora e não pica, mas pode beliscar com força usando suas poderosas mandíbulas.

(Foto: ICMBio/Divulgação)

GAVIÃO REAL (Harpia harpyja)

Quem é: também chamada de harpia, é a maior ave de rapina do mundo.
Tamanho: entre 50 e 90 centímetros de altura e envergadura de 2 metros.
Peso: de 4 a 9 quilos.
Onde vive: com a destruição de outros habitats naturais, encontra-se praticamente restrita à Amazônia.

Ameaças: caça predatória.
Curiosidade: com suas enormes garras, a harpia captura macacos e preguiças nas árvores, em pleno vôo.

(Foto: Jason Buberal/Wikimedia Commons)

JACARÉ-AÇU (Melanosuchus Níger)

Quem é: maior jacaré sul-americano.
Tamanho: chega a 6 metros de comprimento.
Peso: pode pesar 300 quilos.
Onde vive: rios e lagos.
Curiosidade: quando o jacaré-açu captura uma presa pequena, ele a engole inteira. Quando a vítima é maior, o animal segura a presa pelas mandíbulas e a sacode até que ela se despedace.

(Foto: Creative Commons)

PIRARUCU (Arapaima gigas)

Quem é: um dos maiores peixes de água doce do mundo, conhecido como bacalhau da Amazônia.
Tamanho: pode alcançar 3 metros de comprimento.
Peso: pode pesar até 200 kg.
Onde vive: na bacia amazônica.
Ameaças: sua carne é bastante apreciada e o peixe tem sido pescado em excesso.
Curiosidade: as escamas da cauda e do ventre do pirarucu são vermelhas, o que justifica seu nome: “pira” (peixe) e “urucum” (vermelho), nos termos indígenas.

(Foto: Eva Krocher / Wikimedia Commons)

SUCURI (Eunectes murinus)

Quem é: uma das maiores serpentes não-venenosas do mundo.
Tamanho: já foram capturadas sucuris com até 10 metros.
Peso: de 30 a 90 quilos.
Onde vive: rios, lagos e matas.

Curiosidade: ela mata suas presas por sufocamento. Seu maxilar inferior é dividido em duas partes, o que lhe permite abrir a boca para engolir animais muito maiores, como capivaras (foto) e veados.

(Foto: ICMBio/Divulgação)

TARTARUGA-DA-AMAZÔNIA (Podocnemis expansa)

Quem é: maior quelônio (réptil com carapaça) de água doce do mundo.
Tamanho: 90 cm de comprimento.
Peso: em média, 50 kg.

Onde vive: rios e lagos.
Ameaças: Sua carne é um prato apreciado na Amazônia e muitos animais se alimentam dos filhotes.
Curiosidades: as tartarugas-da-Amazônia desovam dentro de buracos nas praias de rio. Quando os filhotes nascem, jacarés e aves ficam à espreita para devorá-los.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

‘Gravei meu disco com dinheiro dos fãs’, diz Patrick Wolf

Cantor inglês se apresenta em SP neste sábado (7), no Planeta Terra.
Wolf conseguiu juntar 100 mil libras através de sistema de venda de cotas.
Foto: Divulgação

Patrick Wolf na capa de 'The bachelor': investimento dos fãs.

“Eu consegui juntar 100 mil libras graças aos meus fãs, é bastante dinheiro. Usei parte dele para investir em meu selo e outra parte para terminar o meu disco (‘The bachelor’, lançado em junho deste ano)”, comemora Patrick Wolf.

O cantor inglês que se apresenta em São Paulo neste sábado (7) dentro da programação do festival Planeta Terra conseguiu financiar a gravação de seu novo álbum graças a uma ideia que só poderia existir nos tempos da internet: deixar os fãs investirem no disco.

Através do site Bandstocks, Wolf vendeu cotas no valor de 10 libras para os fãs. Quem comprasse uma cota teria direito a uma parte dos lucros do disco, além de poder baixá-lo de graça em alta qualidade, teria acesso a áreas restritas do site do artista, direito a comprar ingressos para shows antecipadamente e a possibilidade de comprar uma cópia autografada da edição de luxo do disco.

“Graças a isso, pude terminar o álbum e lançar ele internacionalmente – e assim voltar para a estrada”, conta Wolf em entrevista por telefone ao G1. O disco, com participação do ex-Atari Teenage Riot Alec Empire e da atriz Tilda Swinton, entre outros, vai ganhar uma continuação em 2010, chama “The conqueror”.

“Na verdade eu compus os dois discos ao mesmo tempo. Em ‘The conqueror’ o ‘noivo’ (‘bachelor’, em inglês’) vai passar por batalhas pessoais e emocionais, tentando achar o seu lugar no mundo”, explica.

Do folk ao tecno

Nascido em uma família de artistas, Wolf traz diferentes influências na sua música, misturando folk, eletrônica e música erudita. “Eu tive sorte de ouvir muita música desde pequeno. Meu pai é um músico de jazz, minha irmã é uma grande fã de tecno e minha mãe adora folk, e foi assim que eu cresci”.

Com sete anos de carreira e quatro discos gravados, é a primeira vez que ele se apresenta no Brasil. “Tenho dois amigos brasileiros que vivem em São Paulo, conheci eles em Londres, e acho que vou passear com eles. Só conheço São Paulo pelo Skype, conversando com eles. O show também será diferente – como é a minha primeira apresentação no país, devo tocar músicas de todos os meus discos”, diz.

O entusiasmo se estende a o Twitter oficial do cantor – nesta terça-feira (3) ele postou uma mensagem para os fãs brasileiros. “Brasil!!!! Vocês estão preparados!!!? Faz SETE anos que eu estou em turnê e eu nunca pude ir ao seu lindo país”, escreveu em inglês, completando em português: “ESTOU TÃO ANIMADO!”.

5 jogos para usar o poder da mente

Os lançamentos estão previstos até dezembro de 2009


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1 >>> FORCE TRAINER
O jogo da Uncle Milton é irresistível para os fãs de Guerra nas Estrelas: um headset capta ondas cerebrais e permite ao usuário controlar a levitação de uma bolinha
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2 >>> MINDFLEX

O objetivo é encestar uma pequena bola. Mas, para isso, o usuário do jogo terá de acionar o lançador com a força da mente — devidamente equipada por sensores, claro
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3 >>> BRAINBALL

Nada de reflexo. No game da Smart Studio, ganha quem estiver mais calmo. Só assim as ordens cerebrais lidas por sensores vão dirigir a bolinha até o gol do adversário
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4 >>> EMOTIV SYSTEM

O headset australiano para uso em videogames tem 16 sensores capazes de medir os impulsos do cérebro, além de registrar com acuidade expressões faciais e emoções
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5 >>> NEUROSKY MINDSET
O aparelho é um tradutor da linguagem cerebral. Vai controlar videogames, aplicativos educacionais e até celulares, conectados por Blu

domingo, 15 de novembro de 2009

Discografia dos Beatles vai ganhar versão digital em USB

Pen drive em formato de maçã vai trazer 14 discos em mp3.
USB terá extras e será lançado em dezembro.
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O pen drive em formato de maçã com a discografia dos Beatles.

O site oficial dos Beatles anunciou nesta quarta-feira (4) que a discografia remasterizada da banda, lançada em CD em setembro deste ano, deve ganhar uma versão mais compacta, com pen drives de entrada USB em formato de maçã – símbolo da gravadora do grupo, a Apple.

Os pen drives serão lançados no dia 7 de dezembro, em uma tiragem limitada de 30 mil exemplares. Além dos 14 álbuns da banda inglesa, o pen drive vai trazer 13 mini-documentários e reproduções digitais da arte dos discos, fotos raras e textos sobre os discos.

O USB será compatível com PCs e Macs, e terá o áudio em dois formatos: Flac (compressão sem perda) de 44.1 Khz e 24 bits e mp3 de 320 Kbps. O pen drive, de 16 Gb, já está em pré-venda no site oficial dos Beatles: www.thebeatles.com

Como vender uma mentira

Um documentarista revela os bastidores do comércio de fofocas que alimenta os tabloides sensacionalistas na Inglaterra, onde escândalos valem ouro

A indústria da fofoca na Inglaterra adora a cabeça quente de Amy Winehouse. Um flagra da cantora, seja saindo de casa drogada seja socando em um fã num show, sempre ajudou a vender jornal. Quando não têm um escândalo para mostrar, os tabloides recorrem a informações pouco confiáveis. E as publicam do mesmo jeito.

Foi assim que personalidade inflamável da cantora apareceu na capa do Daily Mirror, em março: “O drama do fogo no cabelo de Amy Winehouse”. Segundo a reportagem, a cantora recebia amigos em casa quando a faísca de uma caixa de força incendiou sua longa cabeleira. A história correu o mundo. Mas era mentira.

O “informante” do jornal era Chris Atkins, um documentarista inglês que havia dedicado seus dois últimos anos a estudar os bastidores dos tabloides, oferecer histórias falsas de famosos para jornalistas - e gravar tudo com câmera escondida. O drama incendiário de Winehouse era uma armadilha. Chris Atkins provara a falta de credibilidade da imprensa sensacionalista. “Fiz isso para as pessoas rirem das notícias ridículas e lamentarem a falta de responsabilidade dos tabloides”, diz.

Atkins reuniu todos os trotes no documentário Starsuckers, que acaba de estrear na Inglaterra. Sua estratégia era criar histórias com um mínimo de credibilidade e vendê-las aos jornais. Quatro tabloides cairam no golpe: The Sun, Daily Mirror, Daily Star e Daily Express. Nenhum deles exigiu alguma prova concreta ou foto dos relatos. “Nem telefonaram para os agentes dos artistas”, diz Atkins. As histórias que ele inventou e vendeu envolvem o cineasta Guy Ritchie, ex-marido de Madonna, a cantora Sarah Harding e outras celebridades de quem os ingleses gostam de ler a respeito.

Atkins também fingiu ser ex-namorado de uma funcionária de uma clínica estética disposta a compartilhar segredos em troca de dinheiro. Ele marcava encontros com jornalistas e gravava tudo com câmera escondida. Na clínica, que nunca existiu, o ator Hugh Grant teria feito uma lipoaspiração e a atriz Gemma Arterton planejado uma redução de estômago. Uma jornalista do News of the World disse que seu jornal pagaria até 80 mil libras (cerca de R$ 228 mil) caso aquilo rendesse uma polêmica duradoura. Um repórter do Sunday Mirror pediu que Atkins conseguisse documentos para provar a veracidade das cirurgias e consultas. O órgão regulador da imprensa britânica proíbe o comércio e a publicação de informações como o prontuário médico.

Depois da revelação da farsa de Atkins (que afirma não ter aceitado o dinheiro oferecido pelos jornais), o Ministério da Justiça britânico sugeriu uma nova legislação contra a invasão de privacidade. Processos contra tabloides são comuns na Inglaterra, mas a multa máxima de 5 mil libras estipulada pela lei atual contra o crime de tráfico de informação é ineficiente - o valor é irrisório comparado ao lucro dos jornais. O governo propôs uma pena de dois anos de prisão. Apesar da oposição dos meios de comunicação, haverá um debate sobre a mudança da lei.
Na Inglaterra, escândalos valem ouro. “O povo inglês gosta muito dos tabloides porque vê neles o retrato completo de sua sociedade, ainda que sem críticas”, diz Martin Conboy, autor do livro Tabloid Britain. O jornalismo popular é um sucesso na Inglaterra desde a década de 1860, quando o país já contava com 1.100 jornais. Para boa parte dessas publicações, a matéria-prima era e continua sendo a vida privada de pessoas famosas. A mania de bisbilhotar e especular virou um filão rentável da mídia - e não só na Inglaterra.

Recentemente, o apresentador de TV norte-americano David Letterman virou notícia por ter sido vítima de uma tentativa de extorsão. Sob a ameaça de revelar provas das relações sexuais de Letterman com mulheres que trabalharam em seu programa, o chantagista Robert Halderman teria exigido US$ 2 milhões. Letterman chamou a polícia. Halderman foi detido e pode pegar até 15 anos de prisão. Mas o apresentador foi obrigado a admitir que teve relações com funcionárias. Os fofoqueiros de celebridades que costumam mentir, neste caso, diziam a verdade.

Para provar que a veracidade de uma notícia se torna um mero detalhe quando sua audiência está garantida, o jornalista e cineasta brasileiro Ricardo Kauffman inventou um personagem para caçoar da mídia brasileira. Seu documentário O Abraço Corporativo, exibido durante a última Mostra de Cinema Internacional de São Paulo, narra a história de um suposto consultor de recursos humanos que procurava jornalistas para vender uma invenção: a terapia do abraço corporativo. O “consultor” Ary Itnem (o nome, lido ao contrário, parece a palavra mentira) dizia que abraçar colegas de trabalho podia resolver problemas de relacionamento dentro das corporações. Com a mentira, Ary participou até programas de televisão, deu entrevistas na rádio e teve matérias publicadas em diversos jornais e revistas brasileiros.