Documentário traz de volta a saudosa TV Manchete - Confira o Teaser

sábado, 7 de novembro de 2009

Policia ainda usa Fusca no Brasil

Guilber Hidaka, fotógrafo de Autoesporte

Desde criança sempre achei fascinantes os carros de polícia e, como muitos meninos, tinha dezenas de viaturas entre meus “Comandos em Ação”. Esta semana estive em Penedo (RJ), onde pude relembrar esse antigo hobby. Em pleno século XXI, fotografei um fantástico Fusca anos 80 em total atividade. Fascinante, em todos os aspectos. Entra Gol geração 1, 2 , 3… e eles vão se acabando na mão dos “delicados” policias do Rio… mas o Fuscão “Bala” ainda está a todo vapor entre eles.

Outro ponto da minha fascinação é ver quão “moderna” é a nossa frota. No início deste ano estive na África do Sul, país com sérios problemas étnicos, e uma polícia amparada por carros modernos e velozes como o Golf GTI “gringo”. Curioso, não?

Intrigado com a moderna frota sul-africana, fiz uma rápida pesquisa na net e descobri que ao redor do mundo há policiais muito bem equipados! As invejáveis frotas internacionais, vão desde o New Beetle (quase como os do Rio!) até o Spyker, recém chegado ao mercado brasileiro, custando a partir de R$ 1,15 milhão. Sonho de todos os garotos e homens barbados.

New BeetleMini Cooper

Hummer

Lamborghini

Sono leve sobre a cama flutuante

Para desafiar a lei da gravidade, arquiteto holandês cria uma cama que fica suspensa no ar, a 40 cm do chão. A ideia funciona graças à força magnética

Essa novidade vai mudar o conceito de muita gente sobre o que é sono leve. Brincadeiras à parte, o arquiteto holandês Janjaap Ruijssenaars, da Universal Architecture, quis desafiar a lei de gravidade e criou a Floating bed. A “cama flutuante” funciona graças à força magnética: ímãs colocados sob a peça e no chão se repelem, causando o efeito de levitação. Para que o móvel não saia do lugar, ele é preso no chão por quatro finos cabos de aço.


Com um pouco de criatividade, também é possível dar outros usos à cama, que pode funcionar ainda como uma mesa de refeições japonesa, um sofá ou um móvel para colocar objetos de decoração. De acordo com a empresa, a peça suporta até 900 kg. O preço, no entanto, é de tirar o sono: US$ 1,5 milhão.

 Divulgação


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

'Science' aponta cansaço da opinião pública nos EUA com debate climático

Tema ambiental não vence 'concorrência por atenção', diz especialista.
Saída seria enfatizar efeitos mais imediatos do aquecimento global.
Foto: Science, edição de 13 de novembro

Sinais de aquecimento são preocupantes, mas não evitam um certo cansaço da opinião pública americana com o debate sobre mudança climática.

A avalanche de alertas sobre os riscos do aquecimento global pode virar um belo tiro pela culatra. Artigo na edição de 13 de novembro da revista 'Science' recupera recentes indicadores de mudanças climáticas, confrontando-os com sinais de cansaço da opinião pública com os repetidos avisos de que a temperatura pode sair do controle, com consequências incontroláveis.

Aspas

  • Advertências ansiosas de crises climáticas iminentes não estão mais alcançando o público"

Citando uma pesquisa do Pew Research Center for the People and the Press, o texto lembra que a proporção de americanos para quem "há sólida evidência de que a temperatura média da Terra está aumentando no decorrer das últimas décadas" caiu de 71% para 57%. A proporção de quem vê nesse processo um problema muito grave ou "em certa medida grave" também caiu, neste caso de 73% para 65%.

Outra pesquisa, do Instituto Gallup, indicou que a porcentagem de americanos que consideram exagerada a gravidade do aquecimento global cresceu para 41%, um recorde em 12 anos de realização desse levantamento.

"Aparentemente, advertências ansiosas de crises climáticas iminentes não estão mais alcançando o público", afirma o artigo. Matthew Nisbet, especialista em comunicação política da American University, em Washington, avalia que "é muito difícil que qualquer evento climático vença outras questões e informações concorrentes". Entre americanos, os temas dominantes não são nada menos que duas guerras (no Iraque e no Afeganistão), uma economia ainda cambaleante e a reforma do sistema de saúde.

Para Nisbet, os cientistas precisam de um novo foco para sua mensagem, tratando mais de efeitos localizados e questões mais imediatas, como os impactos da crise climática sobre a saúde dos indivíduos.

De carona no Twitter, brasileiros criam rede social com 'microcomunidades'

Twinester reúne usuários do Twitter com base nos interesses em comum.
Mensagens são limitadas a 140 caracteres, como acontece no microblog.
Nos últimos meses, o Twitter virou um termômetro em tempo real dos assuntos mais comentados: foi assim com a escolha da cidade sede das Olimpíadas 2016 e com o voo desgovernado de um balão no Colorado, para citar alguns exemplos. Apesar dessa característica, o serviço de microblog usa um sistema simples, baseado principalmente na chamada hashtag (jogo da velha), para agrupar assuntos. É aí que entra o Twinester, desenvolvido por dois brasileiros do interior de São Paulo.

Lançado há pouco mais de dois meses e com mais de 5 mil usuários, a página tem o objetivo de juntar internautas que querem compartilhar informações sobre um mesmo assunto – isso sem ultrapassar o limite de 140 caracteres estabelecido pelo Twitter. Com seu login e senha do próprio microblog, o internauta pode criar ou participar de grupos que se encaixam em temas gerais como negócios, estilo de vida, entretenimento, tecnologia e esportes. Uma fórmula que, como mostrou o Orkut, faz sucesso no Brasil.

Foto: Reprodução

Twinester reúne usuários do microblog Twitter com base nos interesses em comum.

O que acontece no Twinester fica no Twinester. As informações por lá postadas não vão parar no microblog original, criado nos Estados Unidos: ficam restritas ao site cheio de “microcomunidades” chamadas de nests – ninhos, em inglês.

“No Twitter, você segue pessoas. No Twinester, você segue assuntos específicos e isso possibilita interação de desconhecidos através das afinidades”, explicou ao G1 André de Moura Romani, um publicitário de 27 anos que criou a página com o programador Christian Aléssio, de 24. “O Twinester possibilita a interação de desconhecidos com base em interesses comuns. Isso deve gerar uma nova lista de seguidos e seguidores, tornando seu Twitter mais relevante.”

André dá um exemplo de como isso funciona na prática. “Hoje, se quero saber assuntos sobre tecnologia, vou seguir o [blog] TechCrunch no Twitter, que é uma espécie de celebridade no assunto. Mas como vou encontrar anônimos, que também falam coisas interessantes sobre tecnologia? A resposta está no nosso site”, conta o publicitário, colocando em prática a venda de seu peixe.


Ainda nesse clima, ele diz ter recebido um e-mail de Evan Willians, cofundador do Twitter, dizendo que achou o site desenvolvido no Brasil – e todo escrito em inglês – interessante. E ainda aproveita a entrevista por e-mail ao G1 para pedir que Luciano Huck divulgue no Twitter a comunidade (ou nest) “Eu assisto o Caldeirão do Huck”. Seria uma propaganda possivelmente eficaz, pois levaria um link do Twinester diretamente aos 1,2 milhão de seguidores do apresentador.

Foto: Arquivo pessoal

Christian (esq.) e André, fundadores do site. (Foto: Arquivo pessoal )



Padre italiano casa homem com transexual

Desafiando ordem do arcebispo de Florença, padre casa Fortunato Talotta, de 56 anos, com Sandra Alvino, um transexual de 64 anos
La Reppublica
POLÊMICA
Fortunato e Sandra: casamento não é válido

O padre católico Alessandro Santoro, que comanda a igreja de Piagge, um bairro de Florença, tomou uma decisão polêmica no domingo (25) e que está tendo grande repercussão na Itália, país onde 90% dos habitantes são católicos. Ele celebrou o casamento de Fortunato Talotta, de 56 anos, com Sandra Alvino, um transexual de 64 anos.

O caso está nos principais jornais do país, como o La Repubblica, que lembra que o casamento entre dois homens é proibido pelo direito canônico, que exige a heterossexualidade como pré-requisito para o matrimônio.

Segundo o Giornale di Vicenza, a celebração contraria uma ordem direta enviada por carta ao padre Santoro pelo arcebispo de Florença, Giuseppe Betori, em 1º de outubro, reforçando a determinação de seu antecessor no arcebispado, o cardeal Ennio Antonelli, agora presidente do Pontifício Conselho para a Família no Vaticano.

De acordo com o jornal, Fortunato e Sandra são casados civilmente há 26 anos, e ela se tornou mulher ainda nos 1970, quando realizou uma cirurgia de mudança de sexo em Londres, na Inglaterra. “Católica praticante”, segundo suas próprias palavras, Sandra lutava há dois anos para conseguir se casar.

O padre Santoro, de acordo com o jornal, estava consciente de que o Vaticano vai declarar o casamento nulo e que pode sofrer punições, mas comemorou a união. “Este é um ato que não muda a realidade: vocês são um casal crente que vivem na Igreja o seu ser casal, e isso o Deus da vida abençoa”.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O excesso de barulho é o campeão de reclamações em condomínios, segundo o Sindicato dos Condomínios e Edifícios de São Paulo e Região. Donos de cães são os principais alvos.

Quem mora em aparamento e tem ou quer ter cachorros, deve ficar atento para não entrar nesta estatística.

A pedido do G1, o Kennel Club Brasil elaborou uma lista com as raças que se adaptam melhor dentro de apartamentos.

Segundo a diretora técnica do Kennel Club Brasil, Maria Lucia Rodrigues Pereira, os cães que têm menos problemas para se adaptar em espaços menores são os de pequeno porte. “Os grandes sofrem muito, principalmente se já moraram em lugares maiores. Eles podem ficar muito estressados e precisam passear de seis a sete vezes por dia”, disse.


Maria Lucia indicou 10 raças que acredita serem as mais adequadas para apartamentos. Ela explica que, além de serem pequenos, podem ficar com a tosa curta e não têm o hábito de latir.

Confira o padrão que a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) estabeleceu para cada raça indicada.

Bulldog Francês Características Temperamento

(Foto: Marlos Azevedo/Canil Vale do Aço)

Os Bulldogs são cães de companhia.

O país de origem da raça é a Grã-Bretanha.

O peso aconselhável para o macho adulto é de 25 kg e para fêmea, 23 kg.

A raça apresenta determinação, força e atividade.

Sempre alertas e valentes, são leais aos donos.

Têm aparência feroz, mas são afetuosos.

Chihuahua Características Temperamento

(Foto: Divulgação/Canil Lucesar)

O Chihuauhua é de de origem mexicana.

Também são cães de companhia.

O peso da raça varia entre 1,5 kg e 3 kg.

São muito corajosos, rápidos, alertas e cheios de vida.

Podem ter o pelo liso e curto ou longo e ondulado.

Jack Russell Terrier Características Temperamento

(Foto: Divulgação/Canil Nelson Mandela)

Têm habilidade para caça, mas são muito utilizados como cães de companhia.

Têm origem na Inglaterra.

Variam de 25 cm a 30 cm. Podem pesar até 6 kg.

São alegres, ativos e cheios de vida.

Corajosos, amigáveis e de confiança.

Lhasa Apso Características Temperamento

(Foto: Divulgação/Canil Christal Kramer)

O país de origem dos Lhasa Apso é o Tibet.

São cães de companhia.

A estatura da raça varia entre 25,4 cm para os machos e um pouco menos para as fêmeas.

A raça é alegre e segura de si. Alerta e estável.

São desconfiados com estranhos.

Pastor de Shetland Características Temperamento

(Foto: Divulgação/Canil Dog World)

São cães de pastoreio, com origem na Grã-Bretanha.

Os machos chegam a 37 cm e as fêmeas, um pouco menores, a 35,5 cm.

Alertas, meigos e inteligentes. Têm temperamento afetuoso.

São muito receptivos com o dono, mas mais reservados com estranhos. Não são nervosos.

Poodle Toy Características Temperamento

(Foto: Divulgação/Canil Mordoff)

De origem francesa.

O tamanho dos Poodles Toys é acima de 24 cm e vai até 28 cm.

Têm pelagem encaracolada.

De aspecto inteligente, estão constantemente em alerta.

Dão impressão de elegância.

Reconhecidos pela fidelidade ao dono, são fáceis de ser treinados.

São ótimos cães de companhia.

Shih Tzu Características Temperamento

(Foto: Divulgação/Canil Christal Kramer)

Cães de companhia, com origem na Grã-Bretanha.

Ficam com cerca de 26 cm e o peso ideal varia entre 4,5 kg e 7,3 kg.

Têm pelo longo e liso.

A veterinária Junia Menezes, da UFMG, destaca que esta é uma raça independente.

Também são inteligentes e carinhosos.

Spitz Características Temperamento

(Foto: Nicoli Presotti/Canil Blue Point)

Pode ser de origem alemã ou japonesa.

São cães de companhia.

Podem apresentar várias estaturas.

Os tamanhos menores são o Spitz Anão, que chega a 20 cm, e o Pequeno, que chega a 26 cm.

Enquanto o Spitz alemão pode aparecer em cores mescladas, o japonês será sempre branco. A estatura dele varia de 30 cm a 38 cm.

É uma raça que está sempre atenta e é devotada ao dono.

É dócil e fácil de ser treinado. São bons cães de guarda. São robustos.

Longevidade é um dos atributos mais importantes.

West Highland Terrier Características Temperamento

(Foto: Divulgação/Canil Blanc dAurillac)

Os West Highlands são raças de caça e de companhia.

São pequenos.

Na fase adulta, chegam a 28 cm.
O branco é a única cor da raça.

O país de origem é a Grã-Bretanha.

São ativos e repletos de energia.

Possuem ar maroto.

O temperamento é vivaz, alegre e corajoso.

A raça é independente, mas afetuosa.

Yorkshire Terrier Características Temperamento

(Foto: Nicoli Presotti/Canil Blue Point)

São cães de companhia, de origem na Grã-Bretanha.

Pode pesar pouco mais de 3 kg.

Segundo a CBKC, a raça possui ‘porte empinado, mas são companheiros, alertas e inteligentes.

Cheio de vivacidade.

Saiba como escolher um plano de banda larga

Brasil deve chegar aos 15 milhões de conexões rápidas em 2010.
Conheça as alternativas disponíveis e como escolher velocidade.

Cada vez mais comum no Brasil, a internet de alta velocidade já ultrapassa os 13,7 milhões de assinantes no país e deve chegar aos 15 milhões de conexões ainda em 2010, segundo pesquisa da Cisco e IDC. Apesar de oferecer uma grande vantagem -- a de navegar com uma velocidade rápida --, a chamada banda larga exige do internauta algumas informações básicas antes da contratação do plano.

Vídeo ao lado tira dúvidas sobre banda larga; assista

Se não souber o tipo de conexão e velocidade que busca, o consumidor pode adquirir um pacote incompatível com a área onde mora, acabar pagando muito por um serviço que usa pouco ou contratar uma conexão que deixa a desejar. Para evitar esses problemas, o G1 traz um guia com informações úteis para saber como escolher um plano e apresenta novos tipos de conexão que devem se popularizar no Brasil.

>>> O que é a banda larga?
Banda larga é uma internet de alta velocidade que permite conexão permanente. O Barômetro Cisco no Brasil, um estudo que mapeia esse tipo de acesso no país, considera banda larga a conexão com velocidade superior a 128 Kbps (kilobits por segundo). No ambiente doméstico, os usuários conseguem contratar até 12 Mbps (megabits por segundo), velocidade suficiente para baixar uma música no formato MP3 em três segundos.

>>> Quais os tipos de conexão disponíveis?
Há diversas alternativas - cada uma com suas vantagens e desvantagens – disponíveis em diferentes regiões (conheça aqui características dos diferentes tipos de banda larga). A conexão pode ser feita via cabo, via DSL (linha telefônica), rádio, satélite e também via tecnologia 3G. Essa última alternativa permite a conexão sem fio de dispositivos portáteis, como celulares e notebooks.

>>> Como escolher um tipo de conexão?
Para tomar a decisão, o primeiro passo é saber quais as opções disponíveis na região onde você mora – muitas vezes, uma alternativa oferecida no bairro não chega justamente até a sua rua. A internet a cabo, por exemplo, exige uma estrutura de cabeamento para levar a conexão até a casa do internauta. Já a tecnologia DSL precisa de linha telefônica.

Aspas

  • Consumidor deve fazer uma boa pesquisa com o vizinho, com a padaria e com a papelaria do bairro para saber que tipo de conexão usam e se o serviço é satisfatório.” Horácio Belfort, presidente da Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido (Abusar)"

“O consumidor não deve acreditar no que dizem as propagandas, geralmente muito bonitas e interessantes. Ele tem de fazer uma boa pesquisa com o vizinho, com a padaria e com a papelaria do bairro para saber que tipo de conexão usam e se o serviço é satisfatório”, aconselha Horácio Belfort, presidente da Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido (Abusar). “Se acreditar só na propaganda, o usuário pode acabar contratando um serviço que não está sequer disponível em sua região.”

Depois de descobrir as alternativas que chegam até sua casa, o consumidor deve considerar fatores como velocidade e o preço que deseja pagar. Também é interessante fazer um levantamento com seus conhecidos, para saber se eles estão satisfeitos com suas conexões ou têm reclamações sobre as empresas que fornecem o serviço.

>>> Como escolher a velocidade?
Se a velocidade da internet não estivesse diretamente relacionada ao preço cobrado pelas operadoras, a resposta seria simples: quanto mais rápida a conexão, melhor. No entanto, como essa vantagem pode pesar no bolso, o internauta deve levar em conta o tipo de uso que faz da web e se ele realmente necessidade de muita velocidade.

Foto: Divulgação

Internet de alta velocidade já ultrapassa os 13,7 milhões de assinantes no Brasil.

Em São Paulo, por exemplo, as principais operadoras fornecem banda larga a partir de 500 Kbps. Esse tipo de conexão é suficiente para aqueles que acessam e-mails, páginas de notícias, redes sociais e não se importam em ter de esperar alguns minutos até que o vídeo do YouTube carregue para exibição.

Uma empresa que fornece o serviço de banda larga faz a comparação, para o internauta saber qual velocidade escolher. Com 1 Mbps (ou 1 Mega), diz, é possível baixar uma música por minuto ou um filme em cinco horas. Com 2 Mbps, fica uma música a cada 30 segundos ou um filme em duas horas. Assim vai até 8 Mega, que permite fazer o download de uma música em cinco segundos (720 músicas por hora) ou um filme em 30 minutos (48 filmes por dia).

“Os valores de tempo e quantidade de downloads podem variar de acordo com a velocidade disponível no momento da conexão, a performance do PC e o site utilizado para download das informações”, ressalta o Speedy, da Telefônica, que oferece esses dados comparativos. Daí a importância de o internauta ter um “velocímetro” no computador, para saber se está realmente recebendo a velocidade pela qual paga (confira mais abaixo).

A velocidade indicada é sempre a de downstream, para visualizar no computador o conteúdo disponibilizado na web. A velocidade upstream, para publicar fotos e vídeos em sites, por exemplo, é sempre menor.

Notebooks podem ter acesso sem fio à web com o uso de modems 3G.

>>> Tecnologia 3G

Essa alternativa é específica para dispositivos móveis. Estima-se que, dos 13,7 milhões de assinantes de banda larga no país, quase 2,7 milhões tenham acesso a essa tecnologia via smartphones, notebooks ou netbooks (computadores ultraportáteis). Essa tecnologia ser disponibilizada em aparelhos com chip 3G ou ser acessada via modem, que se encaixa na porta USB do computador.

Segundo a Vivo, a velocidade desse tipo de conexão chega a 1 Mbps e depende do modelo do aparelho, do modem, das condições do sinal, da rede, da região, do tráfego e da quantidade de conexões simultâneas na mesma antena, podendo não atingir a velocidade esperada. “Caso você esteja em movimento no momento da conexão, poderão ocorrer variações nas taxas de transmissão”, explica o site da empresa.

As operadoras oferecem pacotes com limite de dados (1GB, 500 MB e 50 MB, por exemplo) ou ilimitados para esse tipo de acesso – quanto maior a oferta, mais caro o plano. Para se ter uma ideia que 100 MB de dados podem fazer, a Claro exemplificou a pedido do G1: enviar ou receber 10.240 e-mails; baixar 2.048 imagens; fazer o download de 26 músicas em MP3 de quatro minutos cada; assistir a quatro horas de vídeo streaming ou fazer o download de quatro trailers com cinco minutos cada. Se ultrapassar o limite do pacote de dados, o cliente paga por megabyte excedente (o valor depende do plano).

Foto: Reprodução

Sites medem velocidade de conexão da internet

>>> Como saber se a velocidade que recebo é a mesma pela qual pago?
Existem diversos programas que têm essa função. É possível conferir a velocidade de sua internet neste site da Intel, no Teste sua velocidade e no Speed test, por exemplo. Também é possível ver a qualidade da conexão nos sites Numion yourspeed, Velocímetro RJNET e DU meter.

“Ao contratar um plano, é importante imprimi-lo para saber exatamente qual velocidade foi contratada. Isso porque as empresas usam nomes que podem ser confusos. Em alguns meses, o usuário não saberá mais se o plano dele é o clássico, o ultraclássico ou o hiperultraclássico”, diz Belfort, da Abusar. “Se for necessário reclamar, o consumidor precisa ter essas informações para saber exatamente qual o seu plano.”

>>> Quanto custa a conexão rápida?
Pelo conforto que ela oferece, seu preço é mais alto que a conexão discada – segundo o Barômetro Cisco, esse ainda é um dos inibidores da internet rápida no país. O valor pago pelo assinante vai depender do tipo de conexão (cabo, DSL, satélite, rádio ou 3G) e também da velocidade escolhida. As alternativas mais rápidas podem ficar na faixa dos R$ 200 mensais.

>>> Há alternativas populares de banda larga?
O governo de São Paulo anunciou recentemente um pacote de banda larga popular que custará até R$ 29,80 por mês – a velocidade da conexão irá variar entre 200 Kbps e 1 Mbps. Para cobrar esse valor, as operadoras pagarão menos impostos. Os internautas interessados na alternativa devem entrar em contato com as operadoras para saber da disponibilidade da alternativa – apesar de ser voltado para a população de baixa renda, o pacote pode ser adquirido por qualquer pessoa.

>>> A qualidade da banda larga no Brasil é boa?
Não, se comparada com a de outros países analisados em uma pesquisa das universidades de Oxford e Oviedo. Em uma lista com 66 nações, o Brasil ficou na 45ª posição. Ainda de acordo com o estudo, os nove países mais bem colocados -- Coreia do Sul, Japão, Suécia, Lituânia, Bulgária, Letônia, Holanda, Dinamarca e Romênia -- já possuem banda larga com qualidade para aplicações que exigem conexões rápidas, como a TV de alta definição.

>>> Quais os novos tipos de conexão adotados no país?
Há duas alternativas: WiMax e internet via rede elétrica (também chamada de BPL, sigla em inglês para broadband over power lines). Veja abaixo detalhes sobre cada uma delas.

- WiMax
Essa opção para uso residencial já começou a ser usada em algumas áreas do país, como a região metropolitana de Florianópolis (a Embratel só tem a opção para pequenas e médias empresas). A transmissão de dados em alta velocidade tem maior alcance do que o Wi-Fi, usado somente em curtas distâncias: no caso do WiMax, a conectividade tem um raio típico dos celulares: de 3 km a 10 km entre o assinante e a estação base (antena). A velocidade de conexão é de 1 Mbps a 5 Mbps, segundo o WiMax Forum.

No sul do país, a tecnologia oferecida pela empresa GlobalWave é chamada de pré-WiMax, que oferece portabilidade, mas não a mobilidade. Isso significa que o usuário consegue conectar seu computador em casa e no centro da cidade utilizando o mesmo login e senha, por exemplo, mas não terá conexão quando estiver dentro do carro, em movimento. Para entrar na web, basta procurar a rede da empresa (como faz quando procura sua rede doméstica) e digitar seus dados pessoais.

“Por causa do custo da antena, por enquanto só oferecemos o serviço para condomínios residenciais e empresas. Essa alternativa é ideal para lugares aonde outras formas de conexão não chegam, pois é possível levar acesso de qualidade a regiões remotas”, afirmou Edson Porto, diretor geral da GlobalWave. Os 2,5 mil clientes residenciais da companhia pagam de R$ 50 a R$ 100 pelo acesso (de 1 Mega a 3 Mega).

Em testes realizados em São Paulo no ano passado, três estações de rádio enviaram o sinal para internautas da região de Pinheiros e Jardins – a velocidade da conexão era de até 2 Mbps para download e 600 Kbps para upload. Para participar dos testes, os voluntários tiveram de conectar um modem WiMax à tomada e então receber o sinal, enviado ao computador.

A principal vantagem dessa tecnologia, segundo as companhias envolvidas em sua oferta, é justamente a disponibilização de banda larga em lugares de difícil acesso ou que não tenham estrutura como cabos e fibras óticas.

- Internet via rede elétrica
O uso da tecnologia já foi autorizado pela Anatel e Aneel – segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, as distribuidoras devem agora implantar o sistema que permite a transmissão de dados por meio de sua rede de distribuição. A principal vantagem dessa tecnologia, que fornecerá acesso à web pela tomada, é o fato de ela aproveitar uma estrutura já existente para chegar a regiões onde outras alternativas de acesso rápido ainda não estão disponíveis.

Os preços e velocidade desse serviço ainda não estão definidos. Testes já realizados no país mostram que a conexão pode chegar a 21 megabits por segundo (Mbps), mas essa velocidade não será, necessariamente, repassada em sua totalidade para os consumidores.

Para adotar essa alternativa, os futuros usuários de BPL não precisarão fazer substituições no sistema elétrico -- a não ser que ele já esteja bastante deteriorado. O único investimento extra necessário para esse internauta é o modem BPL (com visual parecido ao de uma fonte para carregar bateria de notebooks), que leva a conexão da tomada até o PC. Veja abaixo como funciona essa alternativa.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE - ENTREVISTA COM PRODUTOR DO DOCUMENTÁRIO



O TBA NEWS CONSEGUIU UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O PROFESSOR E UM DOS PRODUTORES DO DOCUMENTÁRIO MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE, O PROFESSOR E JORNALISTA ANTÔNIO BRASIL. ELE FALA SOBRE AS PRINCIPAIS POLÊMICAS ENVOLVENDO A TV GLOBO, SOBRE O PODER E MONOPÓLIO EXERCIDO PELA TV GLOBO NO BRASIL ATRAVÉS DO ÍCONE ROBERTO MARINHO E TAMBÉM RESPONDE PERGUNTAS COMO: VOCÊ SOFREU ALGUM TIPO DE REPRESÁLIA AO PRODUZIR O DOCUMENTÁRIO?

CRÉDITOS:

APRESENTAÇÃO E EDIÇÃO: FERNANDO BORGES
FACILITADORA: JULIANA CARVALHO
OPERADORAS DE CÂMERA: LINA SOARES E THAIS GOMES


QUALQUER SUGESTÃO DE PAUTA, ELOGIO OU SUGESTÃO PODE SER DADA ATRAVÉS DO E-MAIL nandohborges@hotmail.com
4 >>> GERUNDISMO ESTÁ CERTO

"Você vai estar lendo essa reportagem com atenção." Calma. Antes de fechar a revista com raiva, veja esses dados: um levantamento entre a população de Brasília mostrou que 4% fala esse tipo de frase, e 95% delas são usadas em situações formais. E nenhuma dessas pessoas era atendente de telemarketing. Parece que o gerundismo não é uma praga e nem sai só da boca das telefonitas.

Na verdade, ele é uma estrutura correta e normal no português do Brasil, que chegou por aqui junto com as caravelas. "Desde que português é português, essa estrutura está aí. E não está errada", afirma a linguista Patrícia Tavares, que pesquisou o assunto na Universidade de Brasília. "O problema é que, ao ser muito utilizada pelo telemarketing, um serviço chato, ela também começou a incomodar os ouvidos." O gerundismo aparece mais nas relações que os linguistas chamam de assimétricas, entre pessoas que não são íntimas, mas também não são desconhecidas. "Usar o futuro soa arrogante, então a opção é essa construção, que não parece tão autoritária", diz Patrícia.

"E daí que esse negócio não tá errado? É feio!"

5 >>> RODÍZIO COLOCA MAIS CARROS NAS RUAS

Proibir alguns automóveis de circular um dia na semana aumenta o tráfego. Quanto mais carros são proibidos de circular, mais congestionamento nas ruas e mais poluição no ar. "Restrições como o rodízio de São Paulo criam incentivos para as pessoas comprarem outros carros", diz o economista Lucas Davis, que analisou o Hoy No Circula, o programa de rodízio mexicano semelhante ao paulistano. Morando na capital do México, Lucas tinha a impressão de que, ao deixar seu carro na garagem durante um dia da semana, ele não diminuía os congestionamentos ou ajudava na qualidade do ar. Intrigado, já que fazia parte dos 20% de carros da cidade proibidos de sair, ele foi atrás dos números.

E eles revelaram que, além de os níveis de poluição permanecerem constantes, houve um aumento no registro de veículos de 325 mil unidades no primeiro ano após o início do programa, há 20 anos. E a maioria desses carros recém-comprados eram latas-velhas, sem manutenção e mais poluidores. Ou seja, em vez de deixar o carro em casa, a população prefere comprar um veículo velho e sair com ele no dia da proibição. É por isso que, mesmo durante o período de rodízio, São Paulo registra recordes de congestionamentos. E a qualidade do ar não mudou tanto nos últimos anos. "Decisões como a implantação desse tipo de medida deveriam ser baseadas em análises detalhadas de custos e benefícios para a cidade e para seus habitantes", diz o economista.

LEITURA DINÂMICA: No Brasil, apenas 20% dos alunos da 8ª série e 24% do último ano do ensino médio têm notas satisfatórias de leitura

"Que rodízio que nada, o melhor plano para melhorar o trânsito de São Paulo é fechar a Argentina e transformar aquilo num grande estacionamento."

6 >>> COMER MUITO NÃO ENGORDA

Será que as pessoas estão mais gordas porque comem mais? Uma pesquisa da Universidade de Harvard, nos EUA, afirma que não. Elas engordam porque os alimentos ganharam mais calorias, e não porque são consumidos em maior quantidade. Exemplo é a batata. Antes da Segunda Guerra, batata frita era coisa rara, difícil de ser feita. Então, nos anos 50, surgiram os descascadores de legumes, as panelas de fritura e os produtos já cortados e congelados. E hoje, as fritas são o gênero de batata dominante no mundo. Ou seja, a mesma comida de hoje engorda mais que a dos anos 20.

Para os autores da pesquisa "Por que os americanos estão mais obesos?", o grande problema é que os alimentos são altamente processados e deixam mais calorias disponíveis para a população - que acaba comendo o mesmo, mas engordando mais. "A cada 30 minutos ganhos no preparo dos alimentos, o Índice de Massa Corporal [padrão internacional para detectar a obesidade] aumenta meio ponto", diz o economista Jesse Shapiro, um dos responsáveis pelo estudo. Sua equipe descobriu que, nos últimos 30 anos, a população continua tão sedendária quanto antes, gasta a mesma energia para trabalhar e no caminho até o escritório, come porções iguais e, mesmo assim, ganhou 10 quilos. No entanto, o tempo para preparar comida diminuiu 20 minutos, ou 100 calorias a mais por dia.

SEM BARRIGA: A fórmula dos economistas para emagrecer: gaste os 20 minutos ganhos na preparação dos alimentos em exercícios diários

7 >>> NÃO VALE A PENA ECONOMIZAR A ÁGUA DO PRÉDIO

Basta olhar a conta de água do condomínio. Quantas vezes você pagou menos porque economizou água? "Consumindo menos água, o morador do prédio faz um favor a todos", afirmam Carlos Eduardo Gonçalves e Mauro Rodrigues em seu livro Sob a Lupa do Economista, lançado mês passado pela editora Campus-Elsevier. "Contudo, ele ganha pouco com isso. Mesmo que todos os outros moradores estejam tomando banhos curtos, o melhor para cada um ainda é tomar banhos demorados, pois a conta é dividida."

No livro, os economistas buscam desmistificar fatos da realidade a partir de análises econômicas, mais ou menos como Steven Levitt e Stephen Dubner fizeram no livro Freakonomics. Um dos alvos são as contas de água dos condomínios, mostrando que quem se sacrifica para tomar banhos curtos, na verdade, não ajuda na economia geral e ainda acaba pagando pelo banho dos outros. Você pode até gastar menos o recurso natural, mas não o seu dinheiro. A mesma teoria serve para explicar as contas salgadas do bar quando os amigos se reúnem. Por essa lógica, economizar só vale a pena se a conta for individual. Assim, ninguém paga pelo desperdício de todos.

"Todo mundo pode aprender a economizar água com os franceses: banho de jeito nenhum."

8 >>> ÁRVORES POLUEM E AQUECEM O PLANETA

Plantar árvores não é bom para o meio ambiente. Elas poluem, causam câncer e aquecem a Terra. "Há 20 anos os cientistas sabem que árvores ajudam a criar ozônio, um dos maiores poluentes do ar", afirma o biólogo americano Mark Potosnak, autor de um estudo provando que as plantas são causam a poluição de Las Vegas. "Mesmo uma pequena quantidade delas em uma grande cidade faz a qualidade do ar piorar muito." A explicação do biólogo é que, sozinhas, as árvores são inofensivas.

Elas emitem um composto que estimula a formação do ozônio, o gás que protege a atmosfera dos raios ultravioletas. Até aí, tudo bem. O problema é que esse composto, combinado com o óxido de nitrogênio dos carros, faz algumas espécies criar ozônio em quantidades venenosas, que podem causar câncer e problemas pulmonares. Em Las Vegas, a concentração do gás estava 30% acima do nível recomendado.

DESMATAR? O físico indiano Govindasamy Bala também diz que as árvores não são tão boas quanto parecem. Há dois anos, mostrou que elas contribuem para o aquecimento global. Em regiões polares, por exemplo, fazem o solo absorver calor e aumentar a temperatura. Então a solução é sair por aí desmatando parques e florestas? “Normalmente é muito impopular cortar árvores... e as máquinas de poda são agressivas para omeio ambiente”, diz o biólogo Mark Potosnak.”A melhor solução é deixá-las morrer e substituí-las por espécies menos poluidoras.” Pinheiros ou acácias, por exemplo.

"Árvores e pombos são as maiores pragas da humanidade"

9 >>> A PIRATARIA MELHORA A ECONOMIA

O capitalismo como conhecemos hoje foi salvo pela pirataria. "Se as leis de direito autoral tivessem segurado os piratas, hoje viveríamos em um mundo no qual os Estados Unidos estariam mais para uma gigantesca fazenda", afirma Matt Mason, autor do livro The Pirate's Dilemma (O Dilema do Pirata, sem tradução para o português e livre para download no site www.thepiratesdilemma.com). "A pirataria mantém o capitalismo e a democracia em xeque.

É seu papel fazer o jogo de pesos e contrapesos, oferecendo boas coisas para a sociedade." Depois de o álbum In Rainbows, do Radiohead, liderar as vendas britânicas ao ser colocado para download gratuito na internet, não restaram muitos argumentos contra a pirataria musical. O CD físico vendeu 1,2 milhão de cópias e 100 mil boxes, superando o lucro do disco anterior da banda e deixando os executivos da Warner rindo à toa.

MODELO: Os piratas têm o papel de reguladores. Mostram onde estão as falhas do sistema e indicam onde e como ele pode melhorar. É por isso que até o funk carioca melhora a economia. "No Brasil, os músicos do funk fazem dinheiro baseados em cópias baratas e remixes de CDs. Os jovens do Rio queriam mudar o modelo da indústria da música, mas foi a indústria que olhou o que estava acontecendo ali", diz Matt Mason. "As companhias agora estão legalizando o modelo de negócios criado pelos piratas."

"É imoral cobrar por coisas que podem ser pirateadas. Já imaginou o mundo sem os cds do Playstation 2 de dérreal?"

10 >>> NOVELAS DIMINUEM O NÚMERO DE FILHOS

Duas grandes e populosas nações conseguiram a proeza de reduzir em 40 anos a taxa de natalidade de maneira espetacular. A China viu sua fertilidade cair de 5,8 em 1960 para 1,8 filho por mulher em 2000. No Brasil, a queda foi de 6,3 para 2,3 no período. Mas, enquanto na China foram feitos investimentos pesados em programas de controle de natalidade, o Brasil não fez nada disso. Sim, dá para colocar a conta na popularização do uso de anticoncepcionais, aumento de escolarização e entrada da mulher no mercado de trabalho. Porém o principal fator no caso brasileiro foi outro: as novelas. "Regiões cobertas pelo sinal da Globo têm taxas de natalidade significativamente menores", afirma Alberto Chong, economista do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e um dos responsáveis pelo estudo Novelas e Fertilidade: Evidências do Brasil. "Elas são poderosíssimas na idealização da família pequena."

O pesquisador foi atrás dos motivos citados pelos experts para explicar os números da natalidade e descobriu que a taxa de escolarização e de disseminação de métodos contraceptivos não eram proporcionais à queda na fertilidade brasileira. Mas, percebendo que as novelas chegam a 98% dos lares brasileiros e que os núcleos familiares dos enredos são pequenos (custa caro pagar muitos artistas), ele comparou o número de filhos das protagonistas com a taxa de natalidade no País e... bingo! Os dados batiam.

BEBÊ A BORDO: Onde a taxa de natalidade era menor, a maioria das crianças ganhava nomes de personagens das novelas. Lembra do cigano Igor? Seu primo não tem o mesmo nome à toa.

11 >>> ESCOLAS MISTAS PREJUDICAM OS MENINOS

Se os homens tinham dúvidas que mulher atrapalha os estudos, agora há provas. Uma pesquisa da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, mostrou que os meninos têm as notas mais baixas quando estudam com garotas, mas, em turmas de um sexo só, não há diferenças entre as notas. Quando tem mulher na classe, eles se distraem, deixam as melhores notas para elas e não passam no vestibular. "O problema da diferença das notas masculinas e femininas começa no primário e se reflete na faculdade", afirma a pesquisadora Sheree Gibb, uma das responsáveis pelo estudo.

Na Nova Zelândia, as garotas levam vantagem em todos os graus de ensino superior: têm 63% dos diplomas de graduação, 57% dos de mestrado e 51% dos diplomas de doutorado. Tentando descobrir o motivo, os pesquisadores foram atrás das notas de escolas mistas e de um sexo só (na Nova Zelândia há escolas públicas unissex). As provas mostraram que, quando colocados em escolas masculinas, os garotos se comportam melhor e tiram notas tão boas quanto as delas. "A diferença no rendimento pode ser explicada pelo comportamento das crianças", diz a pesquisadora. "Os meninos tendem a ser aéreos, agressivos e agir de modo inapropriado quando estão com garotas."

"Certo, mas se não tem mulher na escola, qual a motivação mesmo?"

FIM...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A queda das certezas Como uma nova geração de economistas, linguistas e cientistas está colocando abaixo algumas de nossas maiores convicções


Você já se permitiu duvidar se plantar árvores faz realmente bem para o planeta? Ou se os filmes violentos tornam as pessoas mais agressivas? Os economistas, sim, e resolveram investigar os dados em busca de respostas. As conclusões foram surpreendentes "nãos", com causas e consequências que desafiam o senso comum. Essa combinação de perguntas inesperadas e soluções improváveis é uma linha de pesquisa que vem rendendo vários best sellers. Munidos das estatísticas e números certos, autores de todo o mundo acabaram descobrindo que as convicções humanas são mais frágeis do que imaginamos.

Para o economista Steven Levitt e o jornalista Stephen Dubner, eles são os "freakonômicos", pessoas que utilizam as ferramentas da economia para explicar os fatos do cotidiano. O termo, cunhado em seu livro Freakonomics, de 2005, foi espalhado ao redor do globo na capa dos 4 milhões de exemplares vendidos. Dizendo que o moralismo representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, e a economia, como ele funciona na realidade, o best seller mostrou, entre outras coisas, que a criminalidade dos Estados Unidos diminuiu por causa do aborto. No fim do mês, eles prometem colocar ainda mais lenha na fogueira das certezas, com a segunda edição da série, o Superfreakonomics.

"A lógica da ciência econômica é muito poderosa para ajudar a compreender o mundo", diz o economista Carlos Eduardo Gonçalves, herdeiro do pensamento freakonômico e um dos autores do livro Sob a Lupa do Economista. "Suas análises tentam, no fim das contas, entender as escolhas humanas." Afinal, foi a vontade de explicar como alguém optava entre ser honesto ou trapacear sob as forças do capitalismo nascente que fez Adam Smith criar a economia clássica, no século 18.

Para Tim Harford, outro economista da nova geração, as técnicas de Smith são o melhor meio de desatar os nós da realidade e apontar soluções para problemas aparentemente intransponíveis. "A simplicidade revela inconsistências em nossa visão de mundo e confronta nosso pensamento com as evidências", afirma em A Lógica da Vida, livro que será lançado no Brasil ainda neste mês. "A nova economia por trás de todas as coisas nos oferece perspectivas inesperadas, não intuitivas e irreverentes em relação ao pensamento convencional." É isso que biólogos, linguistas e economistas mostram nas páginas a seguir.

1 >>> FILMES VIOLENTOS DIMINUEM O CRIME NAS RUAS

Filmes com muita pancada são excelentes para deixar a cidade tranquila. Gordon Dahl e Stefano Della Vigna, economistas do National Bureau of Economic Research (Centro Nacional de Pesquisas Econômicas) dos Estados Unidos, provaram que, quando há muito sangue jorrando na tela, há poucos atos violentos na realidade.

Comparando os números do público de cinema, seu perfil e crimes cometidos no mesmo dia e na noite após as sessões, eles descobriram que a taxa de criminalidade diminui 1,3% a cada milhão de pessoas assistindo a um filme de pancadaria. Na noite seguinte à sessão, a queda chega a 2%. Isso significa mil delitos evitados por fim de semana, ou cerca de 52 mil crimes a menos por ano. "A curto prazo, esses filmes são ótimos", diz Stefano. "Ao que tudo indica, assaltantes e assassinos em potencial preferem ir ao cinema e não cometer crimes." Mas não é qualquer filme agressivo que provoca o sossego das famílias - são só aqueles com muita quebradeira.

Filmes pouco ou nada violentos não têm efeito. Além disso, como é proibido servir bebidas alcoólicas nos cinemas, bebe-se menos e há menos confusão. A hipótese de Gordon e Stefano é que, após as sessões, as oportunidades para cometer um delito são diminuídas. Ou seja, além de reduzir o número de crimes, filmes assim ainda atenuam o abuso de álcool.

"Eu sou a prova que os filmes de drama aumentam a criminalidade. Depois de ver essas comedinhas românticas, tenho vontade de sair dando tiros por aí"


2 >>> TV DEIXA CRIANÇAS INTELIGENTES

Proibir a TV para crianças travessas realmente pode ser um castigo. Elas vão tirar notas mais baixas na escola, conhecer menos sobre o mundo e terão mais dificuldades de leitura que as outras crianças. Se ela for pobre, a proibição vai ter efeitos ainda mais negativos. Jesse Shapiro, economista da Universidade de Chicago, nos EUA, descobriu que a TV não faz mal para crianças em idade pré-escolar. Aliás, é a falta dela que faz os jovens tirarem notas mais baixas, diferentemente do que dizem pediatras e psicólogos. Jesse recolheu dados de crianças das décadas de 40 e 50 - momento em que a TV entrou nos lares norte-americanos - e comparou com suas notas no ensino médio.

O resultado é que as crianças que cresceram com os olhos pregados na telinha tiveram um desempenho pouco melhor na escola (quase um ponto acima da média) do que quem não tinha TV em casa. E, quanto mais pobre a família, mais a falta de televisão causou impacto negativo nas provas. "Nada indica que a TV dos últimos 60 anos provocaria efeitos maléficos nas crianças", diz o pesquisador. "Aliás, seus efeitos são mais positivos se elas tiverem pais estrangeiros, com pouco estudo e pobres." Uma pesquisa recente do Departamento de Educação dos Estados Unidos provou que estudantes submetidos a atividades online também tiram notas mais altas. Eles ficam nove pontos acima da média e são mais motivados que seus colegas excluídos digitalmente.

NA TELA DA TV: As novas tecnologias ajudam a transmitir o conhecimento e melhoram a cognição das crianças

"Óbvio que a TV faz as crianças mais espertas. Elas veem Simpsons!"

3 >>> LER NÃO É FUNDAMENTAL

Para os franceses Pierre Bayard e Daniel Pennac, ler um livro da primeira à última página não é necessariamente uma virtude. É melhor passar os olhos pelo título e a orelha, pular as páginas ou deixá-lo pela metade, dizer que leu tudo e ainda ter discussões filosóficas sobre seu conteúdo. "Ser culto é ser capaz de se orientar rapidamente em uma obra, e essa orientação não implica sua leitura integral", afirma Bayard em seu livro Como Falar dos Livros que não Lemos?.

Bayard é psicanalista e professor de literatura da Universidade Paris 8, na França. Sua bandeira é dizer que a leitura passa por meios-termos como deixar o livro fechado, ouvir falar sobre ele, percorrer suas páginas... O escritor francês Daniel Pennac também luta pelo direito à não-leitura. Seu ensaio Como um Romance explica que é o "ter que ler" que afasta os leitores. "Temos o direito de não ler, de pular as páginas, ler qualquer coisa ou não terminar um livro", diz Pennac. Faça um teste: experimente discutir com seus amigos Ulisses, de James Joyce. Provavelmente todos terão uma opinião formada, ainda que nenhum deles tenha lido de cabo a rabo o romance.

"Entre um bom livro e um mau filme, o segundo geralmente ganha, por mais que não queiramos confessar"
Daniel Pennac, escritor francês

"Fundamental? Só os gibis do Homem Aranha e do Super- Homem"

continua...

Antes visto como ‘exótico’, Brasil vira referência em universidades dos EUA

Perfil do ‘brasilianista’ é rediscutido na academia norte-americana.
G1 ouviu chefes de estudos em Harvard, MIT, Stanford e Berkeley.
Foto: Reprodução

Página do programa de estudos brasileiros da Universidade Harvard

Um dos mais importantes centros de estudos em tecnologia do mundo, o MIT, nos Estados Unidos, deu início aos planos para inaugurar seu primeiro centro de estudos voltado para o Brasil, parte da iniciativa internacional MISTI. O objetivo do projeto é criar grupos de solução de problemas específicos em tecnologia e ciência, e evidencia uma tendência nova para as análises do Brasil nas maiores universidades dos EUA. Em vez de formar os tradicionais brasilianistas, que se debruçavam sobre a realidade histórica, social e cultural do país como um lugar exótico e distante, a academia norte-americana passou a encarar o Brasil como um importante ator global, referência em diferentes assuntos científicos e passando por quase todas as áreas de conhecimento.

Leia também: Cultura é o principal foco de estudos brasileiros no Reino Unido

Esta nova forma de encarar o Brasil está se disseminando pelos Estados Unidos. A reportagem do G1 entrevistou diretores de centros de estudos sobre o país e a América Latina em Harvard, Stanford, Universidade da Califórnia em Berkeley e MIT (Massachusetts Institute of Technology), universidades que aparecem no topo dos principais rankings de melhores instituições de ensino superior do mundo. Segundo eles, não há dados que comprovem um grande aumento no interesse acadêmico pelo Brasil, mas há uma mudança na abordagem, uma inclusão do país em áreas que antes ignoravam o que acontecia por aqui.

“De fato, houve uma mudança”, explicou Harley Shaiken, diretor do Center for Latin American Studies em Berkeley, por telefone. “Essa é a mais importante nova tendência em estudos brasileiros. Nós incentivamos essa forma de incluir o Brasil em outros estudos mais gerais. Se há uma pessoa trabalhando com energias renováveis, por exemplo, ela pode não ser especialista em Brasil, mas deve haver grupo de pessoas de estudos do Brasil que podem entrar em contato com este pesquisador. E nós tentamos incentivar estes contatos”, disse.

Segundo as universidades ouvidas, esta nova realidade envolve especialmente assuntos relacionados a energia renovável, ambiente, desenvolvimento, sustentabilidade, negócios, e há um grande grupo de pesquisadores que está se especializando em temas que precisam olhar para o Brasil.

Para o paulista Marcio Siwi, que vive nos EUA há dez anos e há dois atua no programa de estudos brasileiros do Centro David Rockefeller de Estudos Latino-Americanos em Harvard, “há temas em que o Brasil virou referência e que atraem muito o interesse de alunos e professores. Pode-se falar em aquecimento global, desenvolvimento sustentável, Amazônia, todos esses assuntos que são importantes para os Estados Unidos elevam a enfocar no Brasil como uma referência. O mesmo acontece nos estudos sobre desigualdade.”

‘Boom’ Brasil

Segundo o diretor do Programa Brasil do MIT, Ben Ross Schneider, mesmo com o surgimento deste e de outros novos centros de estudos sobre o país nos EUA,não há indícios para afirmar que o Brasil vive um momento de maior popularidade na academia norte-americana. Os estudos do Brasil, explicou, são descentralizados, e há programas neste sentido em muitas universidades.

“Eu acabo de mudar da universidade Northwestern, em Chicago, onde há um programa de estudos, que continua existindo. Talvez haja um crescimento, mas é impossível dizer que há uma onda de popularização dos estudos do Brasil. Sempre há centros importantes desses estudos, que mudam de local de tempos em tempos”, disse, em entrevista concedida pelo telefone. Segundo ele, entretanto, pelo menos uma centena de alunos do MIT já demonstraram interesse em participar do grupo que está sendo criado por ele.

Siwi, por outro lado, diz que percebe um certo aumento no interesse dos estudantes de Harvard pelo Brasil. “A quantidade de alunos que demonstram interesse no estudo do idioma português, por exemplo, cresceu muito nos últimos anos, o que gera uma diferença enorme no entendimento de o que é o Brasil e quais as diferenças do país em relação ao resto da América Latina.” Segundo ele, isso é algo que existe em todas as partes dos Estados Unidos.

O mesmo acontece na Califórnia, segundo Shaiken. Em Berkeley, diz, há claramente um aumento no interesse e no número de pesquisas envolvendo o Brasil, mas muito deste crescimento vem das pessoas que não são brasilianistas, mas trabalham assuntos em que o Brasil é um protagonista. “Neste nível há muito mais interesse de que havia no passado. Não é apenas um crescimento contínuo, mas um momento de empolgação com uma gama de ideias e possibilidades que envolvem o Brasil. Isso não significa que o país seja estudado tanto quanto mereça. Acho que trata-se de um país extraordinário em um momento único e é preciso mais estudo e mais atenção. Há muitos assuntos que aproximam pesquisas em diferentes áreas do Brasil, mas não se pode dizer que o número de alunos da universidade que estudam o Brasil triplicou, pois não há dados sobre isso. O crescimento, entretanto, é real.”

Shaiken, de Berkeley, credita a mudança que se percebe a uma maior familiaridade dos norte-americanos com temas relacionados ao Brasil, que vem se tornando menos exótico. “O Brasil está se tornando mais familiar, e há ao mesmo tempo muita admiração por coisas que estão acontecendo no país e críticos. Há uma mistura, mas o Brasil realmente é uma força global e muitos sentidos, e essa emergência faz com que o país seja visto com muito interesse, mas de fato sem parecer exótico.”

Gerações brasilianistas

Para Hebert S. Klein, que dirige o Centro de Estudos Latino-Americanos de Stanford, o que para algumas pessoas aparenta ser um crescimento no interesse é, na verdade, uma demonstração da mudança do perfil dos pesquisadores, e de uma mudança de geração, passando dos brasilianistas que iniciaram trabalho nos anos 1960 para novos acadêmicos que ainda se debruçam sobre a realidade do país.

“Na prática, nós temos uma mudança geracional, mas não há uma mudança relevante no volume de pesquisas sobre o Brasil. Trata-se de um tema sólido na academia norte-americana, bem estabelecido, mas que não tem um crescimento acentuado. Não há um boom, mas uma produção sólida e a geração mais velha vem sendo substituída, mantendo uma regularidade nas publicações sobre o Brasil.”

Segundo ele, no lugar do que querem chamar de “boom”, há um “não-declínio” do tema na academia, apesar da mudança de gerações. “Nessas novas gerações, há pessoas realizando pesquisas interessantes na universidade de Rice, na de Arizona, aqui em Stanford, em Rutgers, na UCLA, são todos pesquisadores em torno dos 40 anos, espalhados pelo país.”

Pesquisador de Harvard, Siwi concorda com esta visão e define o momento alegando que estamos numa época em que se repensa o que é um brasilianista. “Eles existem, vão continuar existindo e são importantes nessas áreas de humanidades. O que vemos agora, entretanto, são cientistas, que seu tema é ciência e que incluem o Brasil em seus trabalhos. Há um professor, por exemplo, que analisa os desafios globais relacionados com a água, e que inclui o Brasil em sua pesquisa, por ser um país muito importante na área. O Brasil está ganhando espaço em áreas que antes não davam atenção ao país.”

Segundo ele, o outro perfil do brasilianista não vai desaparecer, não perde espaço. Mas criou-se espaços novos que antes não existiam.

“Não há um impacto menor em humanidades. Continuamos tendo muitos pesquisadores da área de humanas que mantêm seus trabalhos voltados ao Brasil. Mas há expansão, sim, é muito maior na área de ciências. Não se trata de uma troca, mas do crescimento de áreas que antes eram mais tímidas”, disse Shaiken.