Documentário traz de volta a saudosa TV Manchete - Confira o Teaser

sábado, 17 de outubro de 2009

Descoberto novo anel gigante em Saturno

Saturno fica tão longe que é difícil ver o que acontece naquela área. O anel descoberto agora é tão escuro, com pouca matéria, que ficou invisível por mais de 400 anos desde a invenção do telescópio.

Um dos maiores planetas do sistema solar acaba de revelar mais um segredo. Foi descoberto um anel gigantesco e, mesmo assim, quase invisível, em volta de Saturno.

O planeta gigante parece um pontinho minúsculo diante da circunferência de milhões e milhões de quilômetros.

O maior dos anéis de Saturno é feito de gelo e poeira cósmica. Tão extenso que poderia conter mais de um bilhão de planetas do tamanho da Terra. E curiosamente viaja na contramão dos outros anéis.

Assim como a Terra, Saturno tem satélites e luas em sua órbita. Uma das maiores luas chama-se Febe.

Os cientistas acreditam que choques entre Febe e diversos cometas tenham produzido a poeira planetária que agora gira nesta mesma órbita.

Mas porque tanta demora pra encontrar o anel gigante?

Saturno fica tão longe do sol que é extremamente difícil enxergar qualquer coisa naquela região do Universo. E o anel descoberto agora é tão escuro, tem tão pouca matéria, que ficou invisível por mais de 400 anos desde a invenção do telescópio. Pra desvendar o novo mistério de saturno foi preciso mudar de tecnologia. E de ponto de vista.

O telescópio espacial Spitzer viaja há seis anos pelo Universo. Usa uma câmera infravermelha que ajudou os pesquisadores a mapear o novo anel.

Os astrônomos já desconfiavam da existência do anel, mas precisaram desses novos olhos para enxergá-lo. Agora, querem descobrir se assim como Saturno, outros planetas também têm anéis gigantes.

Pequenos porcos, grandes cifras

Micro-porcos (quase do tamanho de xícaras de chá quando bebês) são a nova febre no segmento pet, segundo o diário Daily Mail. Na Inglaterra, os animais tornaram-se tão populares que estão sendo vendidos a 700 libras (o equivalente a pouco mais de 1,9 mil reais) cada um.

A atração pelos porquinhos tem crescido impulsionada pelo fato de algumas celebridades terem aderido à criação. É o caso do ator Rupert Grint (foto abaixo), o Ron Weasley dos filmes de Harry Potter. O ator George Clooney também já teve o seu.



Os micro-porcos podem viver por até 18 anos e são muito menores que os suínos comuns. Aos dois anos, eles estão totalmente crescidos, pesam entre 18 e 30 quilos e têm entre 30 e 40 centímetros de altura (o porco comum tem entre 100 e 500 quilos e mais que o dobro da altura de seu parente mini).

Além do tamanho diminuto, eles começaram a atrair a atenção das pessoas por conta da facilidade da criação (não é preciso levá-los muitas vezes para caminhar e a saúde é boa), além do surpreendente fato de serem relativamente quietos e limpos. São também uma ótima escolha para quem tem alergias, já que a pele desses animais é considerada parecida com a do ser humano, oferecendo menos incômodos que o excesso de pelos de cães e gatos.

Estimulada pela ampla demanda, a britânica Jane Croft decidiu se dedicar profissionalmente à criação destes animais – o que antes fazia por hobby. Por dia, ela recebe cerca de 60 e-mails e 40 ligações telefônicas de pessoas de várias partes do mundo, incluindo Estados Unidos, Rússia, Espanha e Austrália, interessadas em adquirir os porquinhos.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Reforço robótico poderá ajudar quem tem limitação motora a se movimentar

Equipamentos japoneses são capazes de aprender movimentos humanos.
Acordo prevê exportação de pernas e braços auxiliares para a Dinamarca.
Foto: Yoshikazu Tsuno/AFP

Homem experimenta um 'HAL' (sigla em inglês de Hybrid Assistive Limb, ou Membro Auxiliar Híbrido, em tradução livre), sobre um bloco de interação inteligente chamado 'Playware', criado pelo professor Henrik Lund (à esquerda da segunda foto), da Universidade Técnica Dinamarquesa. O 'HAL' foi projetado por Yoshiyuki Sankai (à esq. na primeira foto), professor da Universidade Tsukuba, do Japão, e é capaz de aprender o movimento da pessoa ou ajudá-la a se movimentar.

Foto: Yoshikazu Tsuno/AFP

Em destaque, o professor da Universidade Tsukuba, do Japão, Yoshiyuki Sankai (à esq.), segura um braço auxiliar robótico recém-desenvolvido, que está sendo 'testado' pelo embaixador dinamarquês no Japão, Franz-Michael Mellbin. Japão e Dinamarca assinaram acordo de cooperação tecnológica para exportação dos equipamentos robóticos do país asiático para o europeu.

Lego vira câmeras e outros aparelhos eletrônicos de verdade

Companhia lança produtos feitos de blocos coloridos para o público infantil.
Novo na linha inspirada no brinquedo, Lego Stop Animation sai por R$ 160.
Foto: Divulgação

Câmera digital de 3 megapixels traz os blocos supercoloridos característicos do Lego.

A companhia Digital Blue se prepara para lançar mais dois produtos tecnológicos baseados no brinquedo Lego, para atrair o público infantil. Com tela LCD de 1,5”, a câmera de vídeo Lego Stop Animation tem lançamento previsto para o dia 21 e já é anunciada na Amazon por US$ 80 (pouco menos de R$ 160). Já a câmera digital Lego tem 3 megapixels chega antes, no dia 5, por US$ 60 (cerca de R$ 120).

A companhia já oferece outros produtos igualmente feitos com os famosos blocos coloridos no mercado norte-americano: um rádio-relógio azul por US$ 30 (R$ 60), um CD player vermelho e um MP3 Player de 2GB por cerca de US$ 100 (R$ 200) cada.

Foto: Divulgação

Câmera de vídeo (à esquerda) é o mais novo lançamento da Digital Blue, que já vende o rádio-relógio azul e o CD player vermelho que imitam o famoso brinquedo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Relações públicas une administração e comunicação

Profissão é cada vez mais valorizada nas empresas preocupadas com a opinião pública
Tom Ackerman/Sotckbyte/Getty Images
Profissional de relações públicas deve dominar diferentes tipos de mídia; mercado está carente de formandos na área

A carreira de relações públicas ensina a gerenciar a comunicação interna e externa de diferentes tipos de organizações, sejam elas privadas, públicas ou do terceiro setor. Empresas, ONGs, órgãos do governo, estatais, sindicatos - estas e outras entidades estão dentro da esfera de atuação de um recém-formado da área.

A profissão envolve planejar e pensar estrategicamente as formas de comunicação, de acordo com a coordenadora do curso de relações públicas da USP, Margarida Maria Kunsch.

- As empresas não aceitam mais "improvisar" a forma como falam com a imprensa, com seus clientes, com o governo e a comunidade. Ela quer um bom profissional. Para ser bom, ela cobra que ele conheça e saiba manusear todas as mídias, sejam impressas, digitais e audiovisuais.

Não faltam vagas no mercado. Áreas que estão em expansão na carreira são o gerenciamento de crises - quando um produto sofre um recall, tem má repercussão ou quando há um acidente, por exemplo. Nestes casos, afirma Margarida, cabe ao relações públicas decidir o que o porta-voz da empresa vai falar, quando fala e quem está autorizado a se pronunciar. Ele também redige os comunicados à imprensa.

O monitoramento do que está sendo publicado sobre a organização na internet também é uma seara promissora no mercado. Cresceu muito o número de concursos para relações públicas em estatais nos últimos anos - segundo a coordenadora do curso da USP, o setor estatal paga melhor do que o privado.

No Brasil, são oferecidas 122 graduações em relações públicas, segundo dados do MEC (Ministério da Educação). A duração do curso é de quatro anos e a maior parte deles está concentrada no Sul e Sudeste, notadamente RS, SP e RJ.

Margarida detalha:

- O aluno vai ter matérias de ética, sociologia e psicologia da comunicação nos dois primeiros anos. Mescladas a elas há as mais específicas, como assessoria de imprensa, pesquisa de opinião e comunicação organizacional.

O último ano do curso reserva as disciplinas mais práticas. Os alunos vão estudar gestão estratégica, produção de jornais institucionais e elaboram um projeto experimental.

- O projeto dura seis meses, é um estudo de caso de uma empresa ou organização real. Feito em grupo, o trabalho analisa todos os aspectos relevantes da comunicação da entidade escolhida. Um bom trabalho propõe soluções para problemas encontrados, além de inovações e reduções de custos.

Na maioria das universidades particulares, o projeto experimental é o último trabalho que o estudante vai enfrentar antes de obter o diploma. Nas públicas como a USP, entretanto, o aluno tem ainda uma monografia pela frente.

O estágio, apesar de não ser obrigatório, é "fundamental para conhecer o mercado de trabalho e ter experiência na profissão", diz Margarida, que coordena o curso da USP. A média salarial de um recém-formado, diz ela, é de R$ 2.000 - mas varia conforme a organização em que o profissional trabalha. No setor público, via concurso, os pagamentos podem ser de até R$ 7.500 para início de carreira, afirma Margarida.

Ele viu o valor dos diferentes

Pai de um autista, o dinamarquês Thorkil Sonne abriu uma consultoria de tecnologia da informação para empregar portadores da doença. O resultado: um negócio lucrativo e preciosas lições de vida

Ulrik Jantzen
UM BOM NEGÓCIO_Thorkil Sonneno jardim de sua consultoria, a Specialisterne: em cinco anos, faturamento de 2 milhões de euros
Lars começou a apresentar os primeiros distúrbios de comportamento assim que entrou no jardim de infância, aos 3 anos. Em vez de brincar com os amiguinhos, passava horas solitariamente, entretido com os próprios brinquedos. A rotina não variava, do momento em que chegava até o sinal da saída. As palavras, antes abundantes, começaram a faltar. Seus dois irmãos mais velhos, Anders e Rasmus, de 10 e 7 anos, nunca haviam demonstrado nenhum problema de fala ou de relacionamento. Algo parecia errado com Lars.

Era início de 2000. Poucos meses depois, Thorkil Sonne e sua mulher, Annete, moradores de Copenhague, na Dinamarca, receberam o diagnóstico de seu filho: autismo. “Todos os nossos planos desabaram”, disse Sonne a Época NEGÓCIOS. O autismo manifesta-se de forma diferente em cada pessoa – por isso, é tratado como um espectro de transtornos. Mas alguns sintomas são comuns. A comunicação, a interação social e a capacidade de imaginação são sempre afetadas. Não existe cura. A pessoa nasce e morre com a doença.

Sonne começou a frequentar associações de apoio aos pais e a acompanhar atentamente o comportamento dos portadores da doença. Descobriu neles muitas habilidades. Autistas podem ser extremamente atentos e capazes de permanecer concentrados na mesma atividade por muito tempo. Também conseguem seguir instruções com facilidade e têm boa memória. Como não gostam de surpresas, percebem facilmente qualquer alteração em um padrão.

Qualidades como essas seriam úteis em diversas áreas de atividade, pensou Sonne. Mas que serviços seriam? Em que empresas estariam esses postos? Sonne pesquisou possíveis mercados de trabalho. Em 2004, quatro anos depois do diagnóstico do filho, pediu demissão da TDC, a companhia dinamarquesa de telecomunicações, e abriu uma consultoria de tecnologia da informação na sala de casa. Ele mesmo daria emprego a portadores de autismo. O nome escolhido para a empresa foi Specialisterne, ou Os Especialistas.

Foi uma ação solidária, de inclusão social, sem dúvida, mas não apenas. A iniciativa logo se mostrou um negócio lucrativo. Em cinco anos de atividade, a empresa atingiu faturamento de 2 milhões de euros. Possui dois escritórios na Dinamarca e até o fim deste ano terá aberto filiais em Glasgow (Escócia) e em Zurique (Suíça). Seu maior cliente é a Microsoft. Dos 60 empregados, 43 são portadores de autismo. Sonne foi procurado por mais de 50 instituições europeias interessadas em implantar projetos semelhantes. Neste semestre, o caso da empresa fará parte do programa de ensino da Harvard Business School, a escola de pós-graduação em administração de Harvard. “A razão do sucesso é simples”, afirma Sonne. “Ninguém faz melhor esse trabalho do que eles.” Entre os serviços oferecidos pela consultoria estão testes e desenvolvimento de interfaces de sites e aplicativos para softwares. “Uma pessoa normal consegue checar um manual de instruções uma, duas, três vezes. Mas depois a atenção se dispersa”, diz Sonne. “Nossos funcionários conseguem pegar uma contradição entre a introdução e o último capítulo.”

PENSAR DIFERENTE

A minúcia na checagem de informação é essencial nesse setor. “Essas tarefas são desempenhadas por profissionais iniciantes”, diz Antônio Carlos Guedes Júnior, analista da Topmind, consultoria brasileira especializada em tecnologia da informação. “Falhas, infelizmente, são comuns”, diz Guedes. A taxa de erro registrada na consultoria dinamarquesa, de acordo com Sonne, é de 0,5%. Nas empresas convencionais, a média é até dez vezes maior.

Cerca de 80% dos empregados da consultoria são homens, devido à alta incidência da doença na população masculina. Têm entre 19 e 46 anos. Todos ganham salário. O expediente é de 15 horas semanais. Os escritórios assemelham-se a qualquer outro. Cada empregado tem uma mesa com computador. A diferença está no zelo com a ordem. Autistas precisam de ambientes tranquilos. Muitos serviços são prestados fora da sede. Os clientes, então, são orientados a manter o escritório em silêncio e a falar com eles sem ironia ou sarcasmo. “Autistas não conseguem filtrar o tom de uma conversa”, afirma Sonne.

Os funcionários passam por um treinamento de cinco meses. Os testes de aptidão são feitos com um robô da Lego desenvolvido com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), um brinquedo que exige atenção, paciência e lógica. As peças de encaixar vêm com um software e um motor com sensores infravermelhos. O robô pode ser programado no computador para desempenhar funções como buscar objetos. Os dados são transmitidos por Bluetooth. Sonne teve a ideia de usar os pequenos tijolos coloridos ao ver seu filho montar objetos complexos com os pinos e blocos.

A trajetória bem-sucedida da consultoria dinamarquesa deixa algumas lições. Virou lugar-comum nas empresas a valorização do trabalho em equipe. “Mas as corporações não deveriam apenas olhar para as habilidades sociais”, diz Sonne. “A diversidade também é essencial. As empresas precisam de pessoas que pensam diferente. E autistas pensam diferente.” Para eles, trabalhar tem função terapêutica. “Eles se sentem mais confiantes”, diz Sonne.

O pequeno Lars, que inspirou a Specialisterne, tem hoje 13 anos. Quando completar 18, quer trabalhar na consultoria. “Mas por dois ou três anos. Depois disso ele quer ser motorista de trem”, diz o pai. É uma tarefa complexa para os autistas, que costumam entrar em pânico quando precisam tomar decisões. Se pudesse realizar seu sonho, Lars seria um maquinista muito atento.

Ulrik Jantzen
O TREINAMENTO_Sonne (ao fundo) observa funcionários autistas de sua consultoria montarem robôs com peças do brinquedo Lego: criados em parceria com o MIT, os robôs são usados para testar a capacidade de atenção, paciência e lógica

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Preparar um bom currículo é fundamental para conseguir vaga

Um especialista em recursos humanos dá dicas do que deve ou não ser incluído no documento, que é a porta de entrada para uma contratação.

Mandar o currículo é o primeiro passo para a seleção. Mas será que você sabe fazer o currículo de forma correta? Resumir anos de estudos e experiências profissionais, em poucas linhas, e ainda colocar no papel qualidades e habilidades, para que você consiga convencer outra pessoa de que está pronto para o trabalho, não é tão simples como parece.

Por isso, para fazer um bom currículo, é melhor seguir as dicas de um especialista.

Michel Massariol é gestor de recursos humanos e todos os dias recebe dezenas de currículos. Especialista no assunto, ele sabe o que pode e o que não pode. “Não se deve deixar ultrapassar duas folhas, no máximo. É essencial colocar os seus dados, pessoais, exceto documento RG, CPF, nada disso precisa, isso aí é só no momento se você for chamado pela empresa para trabalhar. Em seguida, você de colocar sua escolaridade, e se você esta fazendo algo a mais, como uma pós ou um mestrado”, afirma.

Línguas estrangeiras e experiências profissionais também são importantes.

“Se você estiver trabalhando, é importante colocar sua ocupação atual para a empresa saber, se você for contratado, que você vai precisar de um tempo para se desligar da anterior”, prossegue Michel.

O segredo de um bom currículo é a simplicidade, a verdade e o bom senso.

Câmera “imprime” fotos na pancada

Além da foto digital, a câmera permite fazer uma cópia cheia de pontinhos que aparece perfeita no computador, sem precisar de impressora

 Divulgação
Punch Camera: fotos "impressas" na hora sem precisar de impressora de verdade. É só tirar a foto e...
Que Polaroid, que nada: a última novidade em imagem digital é a Punch Câmera, que além de capturar imagens digitais, ainda é capaz de oferecer uma cópia pixelada da imagem, que pode ser “lida” por computadores. Para quem olha, parece apenas uma imagem pontilhada, mas no meio daqueles pontinhos estão as informações de cor que farão a foto aparecer linda e perfeita.

Criada pelo designer Matty Martin, a Punch Camera funciona de maneira bem simples. Primeiro, você pode tirar a foto. Depois, se quiser uma “impressão”, basta dar uma “pancada” (daí o nome do produto) no aparelho que a imagem aparece impressa em forma de pontinhos.

 Divulgação
... dar uma pancada, que a imagem é transferida para o papel. Depois, pode ser aberta no computador
Para quem quer entender como funciona, basta dizer que a imagem é formada por uma espécie de grade com milhares de pontinhos, os pixels, ou pontos de cor, que podem ser vistos pelo monitor ou no papel. Essa imagem, chamada também de bitmap, guarda informações de cores e tons.

Segundo o criador Matty Martin, a inspiração da câmera veio justamente dessa perda do que ele chama de “memória tangível”, a cópia da foto em si. “Com isso, consegui conectar os mundos físico e digital sem recorrer a equipamentos ou programas de compartilhamento de imagens”.

O que torna a Punch Camera divertida é exatamente essa possibilidade de imprimir e já entregar uma cópia para outra pessoa, depois de uma boa pancada.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

“A tendência das pessoas agora é serem mais simples”, diz presidente da Vale

Roger Agnelli afirma que os consumidores tenderão a se contentar com aquilo que é essencial. E que as novas gerações estão vindo mais verdes, inclusive os filhos dele
O empresário Roger Agnelli, que preside a Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, é uma das últimas pessoas que deveria pregar o desapego a bens materiais e a prática de padrões de consumo mais simples. Afinal, a indústria que ele dirige depende da demanda de matéria-prima para suprir o sonho das pessoas. Mas Agnelli prevê que, seguindo as tendências de mudanças na economia para enfrentar a crise global do clima, o padrão de consumo – principalmente nos países mais ricos – vai mudar. É o que ele conta nesse trecho exclusivo online de sua entrevista concedida a ÉPOCA.

Stefano Martini/Época
ÉPOCA
O senhor diz que melhorar o padrão de vida das pessoas se traduz em consciência ecológica naturalmente. Isso aconteceu com os países desenvolvidos?
Agnelli – Sim. Só que eles já poluíram e destruíram. Estão em um padrão de consumo incompatível com o meio ambiente. A tendência das pessoas agora é serem mais simples. O padrão de consumo deve ser afetado. Nos países frios, não sei se fará sentido ter uma casa enorme e gastar tanto com calefação.

ÉPOCAMas teremos que reduzir nossas ambições materiais?
Agnelli – Não. É se contentar com aquilo que é essencial. Você não precisa de uma casa de 3 mil metros quadros. Uma de 500 já está bom, né? Isso vai virar uma questão de consciência. Hoje a ideia é ter o maior possível. Agora, talvez, com o pensamento ambiental, a moda seja desejar o menor possível.

ÉPOCASe o consumidor desejar uma casa menor, vai consumir menos matérias-primas, que sustentam empresas como a Vale. Como isso impactará as empresas?
Agnelli – Haverá uma redistribuição de renda naturalmente no planeta. As regiões menos afetadas ambientalmente terão que consumir e se desenvolver. Cabe aos produtores aprimorar a tecnologia para impactar menos o meio ambiente. Mas não vai faltar demanda de matéria-prima para os produtos.

ÉPOCAO senhor acha que os investidores começarão a avaliar a emissão por dólar de uma empresa como qualquer outro indicador financeiro?
Agnelli – Sem dúvida. As empresas terão que fazer isso para se colocar no mercado. Quando mais elas se mostrarem, mais os investidores selecionarão. Hoje a sustentabilidade é um fator de argumento de venda e decisão de compra. O consumidor está disposto a pagar um pouco mais para algo que afeta menos o meio ambiente. Ou afeta menos ele. Nas prateleiras, as pessoas pagam mais por produtos orgânicos.

ÉPOCAPaga porque acredita que faz bem para a saúde dele. Mas pagaria mais por uma geladeira cujo aço não foi produzido com carvão de florestas nativas?
Agnelli – Talvez não o consumidor lá na ponta. Mas o fabricante do carro vai comprar de uma siderúrgica limpa. E esta exigirá os controles do seu fornecedor minerador. A cadeia toda terá que trabalhar assim.

ÉPOCANo mundo ideal, o investimento ambiental também deveria tornar a empresa mais eficiente financeiramente. Isso está ocorrendo?
Agnelli – A empresa fica mais eficiente operacionalmente, porque a consciência e a responsabilidade de não sujar ou destruir muda a cabeça das pessoas. Elas ficam mais produtivas. Acaba o desleixo. E também gera dinheiro. Em Barcarena, no Pará, quando trasformamos bauxita em alumínio, geramos um rejeito de barro. Agora, estamos estudando como usar esse material em produtos como telhas. O sal que você tira da primeira camada de extração de minério é usado para pavimentar as estradas. Fica como asfato. E seria um reijeito problemático para o futuro. Viraria um passivo caro para a empresa administrar depois.

ÉPOCAO senhor acha que teremos um tratado importante em Copenhague?
Agnelli – Espero que sim. A expectativa é grande. Teve mudança de postura muito grande. O Japão e os EUA estão mais ativos. A China também. Não dá para fechar o olho. Já estamos em uma economia verde. Isso é irreversível.

ÉPOCAPensando num cenário em que países desenvolvidos tenham metas para agora, que os emergentes com o Brasil tenham metas a médio prazo, e que os países mais pobres não tenham meta nenhuma ainda, qual é a chance de a indústria migrar para os que não têm restrição nenhuma. E não para cá?
Agnelli – É uma possibilidade. Vai haver uma mudança no jogo geopolítico por causa disso. Teremos uma mudança grande de transferência de renda. De qualquer forma, para o Brasil é uma oportunidade extraordinária que precisamos aproveitar.

ÉPOCADe onde veio o seu engajamento ambiental?
Agnelli – De infância. Meu pai era madeireiro no interior de São Paulo. Comprava madeira do Brasil todo para a serraria. Durante um tempo, foi o maior exportador de madeira vinda da Bahia. Eu cresci ali, vendo ele trabalhando com aquilo. Mas a consciência dele foi mudando. Um dia ele veio para mim e disse. Filho, não conheço nenhum madeireiro que não tenha sofrido uma tragédia familiar. E enumerou os casos dos colegas. Acho que é castigo pelo que fazemos, ele disse. Aí mudou. Comprou uma fazenda onde só criava gado para reprodução. Não tinha abate. Cercou 100 alqueires de mata nativa para preservação. E cuidou daquilo com cuidado. Tanto que a fazenda já foi vendida para uma indústria de celulose a reserva natural está lá até hoje. Eu, na juventude, já andei no interior de Mato Grosso derrubando floresta com trator e corrente. Agora junto espécies nativas da mata atlântica em minha casa para plantar. E isso está vindo na nova geração. Minha filha e meus filho cobram isso. Eles já estão vindo mais verdes.

Franceses posam nus para protestar contra mudanças climáticas

Cerca de 500 pessoas posaram para fotógrafo americano Spencer Tunick.
Iniciativa de apoio ao Greenpeace quer chamar atenção para o fenômeno.

Cerca de 500 pessoas posaram nuas neste sábado (3) para o fotógrafo americano Spencer Tunick, em um vinhedo da região francesa de Borgonha, em apoio a uma iniciativa do Greenpeace para denunciar os efeitos da mudança climática. Os voluntários criaram uma " escultura viva que ilustra a vulnerabilidade do homem e de sua cultura perante as mudanças climáticas", afirma a organização ambientalista, em comunicado.

Foto: AP

Cerca de 500 pessoas posaram nuas neste sábado, em um vinhedo da região francesa de Borgonha. O fotógrafo Spencer Tunick usou um megafone para coordenar os participantes.

O objetivo das pessoas que posaram e do fotógrafo, conhecido por seus registrar imagens de pessoas nuas em diferentes lugares do mundo, é chamar a atenção da opinião pública e dos dirigentes políticos perante esse fenômeno, diante da cúpula sobre o clima que será realizada em dezembro, em Copenhague.

Foto: Francois Mori/AP Photo

Fotógrafo norte-americano Spencer Tunick, à esquerda, conversa com um representante do Greenpeace antes da realização das fotos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

'Yes We Créu' marca festa no Twitter pela escolha do Rio para sede das Olimpíadas

Com a bem-humorada frase “Yes We Créu”, os brasileiros comemoraram nesta sexta-feira (2) no Twitter a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. O termo que parodia o famoso slogan do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama - o primeiro a sair da disputa com a eliminação de Chicago -, é o mais postado nesta tarde no serviço de microblog.

Foto: Reprodução

'Yes We Créu' chega ao primeiro lugar entre os termos mais postados no Twitter nesta sexta (2).

Outros termos relacionados à cidade do Rio de Janeiro começaram a figurar entre os mais postados do Twitter nesta sexta, logo após o anúncio da cidade-sede das Olimpíadas de 2016.

Entre os mais buscados, Janeiro chegou a liderar a lista de tópicos, seguida de Chicago – a primeira cidade a ser eliminada na disputa –, Olympic Games, Congratulations Rio, South America, entre outros relacionados ao tema olímpico.

Detalhe que até o anúncio da primeira sede olímpica da América do Sul, nenhum termo relacionado ao Rio de Janeiro aparecia entre os tópicos mais comentados do serviço de microblog. Nos tópicos referentes aos Jogos de 2016 apareciam apenas as outras três concorrentes -- Chicago, Madrid e Tokyo --, além dos termos IOC (sigla em inglês do Comitê Olímpico Internacional – COI), Copenhagen – local do anúncio do cidade-sede de 2016 – e Summer Olympics (Olimpíadas de Verão).

Com ou sem H? Com X ou CH? Confira

1ª) Do H inicial e final

1º) O H inicial emprega-se:
a) Por força da etimologia: haver, hélice, hera, hoje, hora, homem, humor;
b) Em virtude de adoção convencional: hã?, hem?, hum!

2º) O H inicial suprime-se:
a) Quando, apesar da etimologia, a sua supressão está inteiramente consagrada pelo uso: erva, em vez de herva; e, portanto, ervaçal, ervanário, ervoso (em contraste com herbáceo, herbanário, herboso, formas de origem erudita);
b) Quando, por via de composição, passa a interior e o elemento em que figura se aglutina ao precedente: biebdomadário (hebdomadário); desarmonia (harmonia); desumano (humano); exaurir (haurir); inábil (hábil); lobisomem (homem); reabilitar (habilitar); reaver (haver).

3º) O H inicial mantém-se, no entanto, quando numa palavra composta ou derivada pertence a um elemento que está ligado ao anterior por meio de hífen: anti-higiênico, contra-haste, pré-história, sobre-humano.

4º) O H final emprega-se em interjeições: ah! oh!.

Exercícios

1º) Com ou sem H?
Em cada questão, assinale a única palavra mal escrita quanto o uso do H:

1. a) hangar b) hectare c) hediondo d) higrômetro e) indu
2. a) olofote b) hombridade c) homologação d) herege e) hérnia
3. a) horripilante b) hemorragia c) epático d) heptacampeão e) horto
4. a) herbáceo b) erbívoro c) erva d) hesitar e) êxito
5. a) ibernal b) inverno c) hispânico d) espanhol e) hermético
6. a) hipocondria d) hipotermia c) histeria d) hoje e) odierno

2ª) Do uso do X ou CH

a) Exemplos de palavras em que se emprega a letra X:

Ameixa, atarraxar, baixela, bexiga, broxa (pincel), caixa, caixeiro, capixaba, coaxar, coxilha, desenxabido, elixir, enfaixar, engraxar, enxada, enxaqueca, enxergar, enxertar, enxerto, enxofre, enxoval, enxugar, enxurrada, esdrúxulo, faixa, faxina, frouxo, graxa, haxixe, Hiroxima, laxante, luxação, luxúria, madeixa, maxixe, mexerica, mexerico, mexilhão, muxoxo, orixá, oxalá, paxá, pixaim, praxe, puxa-puxa, Quixeramobim, relaxar, rixa, rouxinol, taxa (tributo), xá (soberano do Irã), xale, xampu, xará, xavante, xeque (lance de jogo), xereta, xerife, xícara, xilindró, xingar, xis (letra x), xodó, xucro…

b) Exemplos de palavras em que se emprega o dígrafo CH:

Apetrecho, boliche (ou bolicho), bolchevique, bombacha, brocha (prego), bucha, bucho (estômago de animal), cachaça, cachola, cartucheira, cartucho, chá, chafariz, charco, cheque (ordem de pagamento), chimarrão, chiste, chope, chuchu, chumaço, churrasco, chuteira, cochichar, comichão, concha, coqueluche, deboche, encharcar, encher, enchimento, ficha, flecha, iídiche, inchar, inchaço, mochila, salsicha, tacho…

Exercício 2
Com X ou CH?

Assinale, em cada questão, a única palavra mal escrita:

1. a) atarraxar b) bexiga c) cachumba d) coaxar e) encaixe
2. a) engraxar b) enchada c) enxame d) enxoval e) enxurrada
3. a) esdrúxulo b) fachina c) laxante d) maxixe e) mexerico
4. a) mexilhão b) mixórdia c) tachativo d) xale e) xampu
5. a) xarope b) xícara c) apetrexo d) bochecha e) bombacha
6. a) caximbo b) capuchinho c) chafariz d) chimarrão e) chiste
7. a) xuxu b) cochicho c) colcha d) colchão e) concha
8. a) comichão b) coqueluche c) deboche d) espichar e) faxada
9. a) faixa b) fichário c) flecha d) penacho e) pexinxa
10. a) raxadura b) salsicha c) tacho d) tocha e) inchaço

Respostas:

Exercício 1 – Com ou sem H?
1.e - hindu
2.a - holofote
3.c - hepático
4.b - herbívoro
5.a - hibernal
6.e - hodierno

Exercício 2 – Com X ou CH?
1.c - caxumba
2.b - enxada
3.b - faxina
4.c - taxativo
5.c - apetrecho
6.a - cachimbo
7.a - chuchu
8.e - fachada
9.e - pechincha
10.a – rachadura

domingo, 11 de outubro de 2009

Marge Simpson será capa da 'Playboy' americana

A edição de novembro da revista será comemorativa pelos 20 anos de 'Os Simpsons'
Reprodução/Reprodução

Marge retratada nua

Marge Simpson será capa da revista "Playboy" americana. A matriarca da família Simpson estará na edição de novembro.

A edição terá uma capa especial em comemoração pelos 20 anos do programa "Os simpsons". Segundo o site Perez Hilton, na imagem Marge estará nua.

Porém, nada de ensaio completo. O resto da revista trará os famosos ensaios com as coelhinhas.

Asterix e Obelix completam 50 anos com novas aventuras

Dupla dos quadrinhos foi criada por Albert Uderzo e René Goscinny.
Comemorações incluem novo álbum com texto de Goscinny, morto em 77.

Foto: AFP
O quadrinista Albert Uderzo comemora os 50 anos das suas criações.

O desenhista Albert Uderzo e o editor Albert René publicarão em 22 de outubro ao redor do mundo a obra "L'anniversaire d'Astérix et Obélix, le livre d'or" ("O Aniversário de Asterix e Obelix, o livro de ouro", em tradução livre), o último álbum do herói gaulês, que completa 50 anos.

Com grande assédio da mídia, Uderzo apresentou na Biblioteca Nacional da França a capa do que será sua quinta história em quadrinhos sozinho, desde que seu companheiro inseparável, o roteirista René Goscinny, morreu em 1977.O novo álbum tem 56 páginas de desenhos inéditos de Uderzo que ilustram um texto inédito de Goscinny. A história narra os preparativos para o aniversário na famosa aldeia gaulesa.

"É um pouco diferente dos álbuns clássicos", revelou Uderzo diante de dezenas de jornalistas, já que "são historietas curtas, nas quais todos os personagens fazem referência ao aniversário".

Para não estragar a surpresa, Uderzo comentou apenas que aparecem no novo livro muitos dos amigos que Asterix foi acumulando ao longo destes 50 anos.O desenhista relembrou o nascimento das aventuras, quando em 29 de outubro de 1959 Asterix e Obelix apareceram no primeiro número da revista semanal "Pilote", que pretendia fazer frente à invasão das histórias em quadrinhos americanas.
"Asterix, o gaulês", o primeiro álbum, foi publicado em 1961. Desde então, milhões de leitores desfrutaram dos 32 livros que lhe seguiram, além dos oito filmes de animação, dos três longa-metragens - sucesso de bilheteria na França - e do parque temático em Plailly, nos arredores de Paris

Campanha pró-aborto de feto sem cérebro pressiona STF a decidir este ano

Cartaz e vídeo relançam polêmica em torno de ação que tramita há 5 anos.
Malformação congênita, a anencefalia atinge uma a cada mil crianças.

Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para julgar o direito à interrupção da gravidez de fetos sem cérebro, os grupos a favor e contra o aborto continuam travando uma disputa ideológica nos bastidores. Neste mês, duas organizações de defesa dos direitos reprodutivos da mulher lançaram campanhas que voltam a impulsionar uma controvérsia que já dura no mínimo cinco anos.

A anencefalia é uma malformação congênita que atinge cerca de um em cada mil bebês e leva ao nascimento da criança sem o cérebro. Geralmente, o recém-nascido resiste por no máximo poucos dias.

Foto: Reprodução/CCR

Campanha pretende pressionar judiciário

As campanhas foram criadas pela Cepia - Cidadania, Estudo, Pesquisa e Ação em parceria com o Conselho Nacional da Mulher e apoio da Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR) e pela Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero. A primeira traz a imagem de um parto sendo realizado com médicos e gestante vestidos de preto, com a seguinte frase estampada: “Quando o parto é de um anencéfalo o resultado não é uma certidão de nascimento. É um atestado de óbito.”

Aspas

  • O Supremo tem em suas mãos uma oportunidade única de aliviar o sofrimento de muitas mulheres que se vêem obrigadas a continuar com uma gravidez que não será bem-sucedida"

Já a Anis divulgou nesta semana um vídeo no YouTube em que mostra o dilema real de um jovem médico diante da decisão de interromper a gestação de um feto anencéfalo. As campanhas têm o objetivo de levantar o debate sobre o tema e pressionar para que o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 54 seja concluído pelo STF.

A ação - um instrumento jurídico que visa a corrigir a violação de um direito fundamental - foi proposta em 2004 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde (CNTS). “Nós acreditamos que o julgamento deve ser ainda neste semestre, mas é um tema de grande impacto político e a Corte vai enfrentar outros temas delicados, como a extradição de Cesare Battisti e a união civil de pessoas do mesmo sexo”, diz a antropóloga e diretora da organização, Débora Diniz.


O aborto é permitido no Brasil apenas nos casos de estupro e em que há risco de vida para a gestante

Aspas

  • Estão tentando aprovar via STF o que não conseguem no Congresso, pois nossos deputados sabem que o povo brasileiro é pela vida"

Nos últimos cinco anos, quatro audiências públicas para discutir o assunto foram realizadas como preparação para o debate no STF.

“Quando examinamos nosso Código Penal, verificamos que poucos países ainda tratam o aborto dessa maneira tão restritiva e tão penalisada”, diz a presidente do CCR, Maragert Arilha. “O Supremo tem em suas mãos uma oportunidade única de aliviar o sofrimento de muitas mulheres que se vêem obrigadas a continuar com uma gravidez que não será bem-sucedida.”

Politização injustificada

Para a presidente do Movimento Brasil sem Aborto e integrante da Comissão de Bioética da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Lenise Garcia, as campanhas só servem para chocar e o debate no Supremo é, na verdade, uma politização injustificada do Judiciário. “É uma imagem muita pesada e agressiva para as pessoas que tiveram filhos anencéfalos”, afirma.

Aspas

  • Isso é eugenia. Agora é a questão dos anencéfalos, mas depois pode vir a ser qualquer outro problema, como a Síndrome de Down"

Lenise, que também é professora da Universidade de Brasília (UnB), afirma que a aprovação do aborto nesse caso abriria um perigoso precedente.

O fundador da organização presidida por ela, Jaime Ferreira Souza, concorda. "Isso é eugenia", diz. "Agora é a questão dos anencéfalos, mas depois pode vir a ser qualquer outro problema, como a Síndrome de Down"


Rotina

Débora é uma das autoras de uma pesquisa que revela como os casos de anencefalia são frequentes na rotina dos médicos. Em média, eles atendem 6,5 pacientes nessa condição durante suas carreiras.

O estudo ouviu 1.814 médicos filiados à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Destes, 1.804 revelaram ter atendido casos de mulheres grávidas de anencéfalos nos últimos 20 anos. “Essa é uma realidade dos hospitais e das clínicas”, diz Débora. “A pergunta que nós devolvemos ao STF é: como esse dilema é resolvido nos consultórios?”

Os médicos entrevistados foram responsáveis por 9.730 atendimentos de mulheres com gestações de anencéfalos, 85% delas preferiram interromper a gravidez. No entanto, apenas 3.602 obtiveram a permissão do Judiciário.

A pesquisa não permite inferir quantas tiveram seus pedidos negados pela Justiça. “Hoje nós nem sabemos quantas mulheres sequer vão à Justiça e conseguem resolver com a solidariedade dos médicos ou quantas vão e não conseguem”, afirma. “O que sabemos é que nessa pesquisa uma proporção alta das mulheres queriam abortar, mas não foram à Justiça.”

Aspas

  • Ninguém mata um excepcional, o mesmo critério deveria ser observado para os anencéfalos"

Para a advogada Tamara Amoroso Gonçalves, ao permitir o aborto no caso de risco para a vida da mãe, o artigo 128 do Código Penal brasileiro, que trata do assunto, ignora que a gestação de um feto anencéfalo coloca em risco a integridade da gestante. A advogada é autora de um levantamento sobre os casos de aborto levados a julgamento nos tribunais estaduais e superiores do país, entre 2001 e 2006.

Aspas

  • A Lei de Transplantes considera finita a vida quando há a morte cerebral. No caso do anencéfalo, ele não tem o cérebro formado. Por isso se questiona se há uma vida a ser tutelada"

Nesse período, 781 decisões foram proferidas pelo Judiciário. A maior parte dos abortos analisados, 31%, foi resultado de violência contra a mulher. A anencefalia e os casos de malformação foram responsáveis por 7% dos casos. “Há um questionamento se trata-se realmente de uma vida. A Lei de Transplantes considera finita a vida quando há a morte cerebral. No caso do anencéfalo, ele não tem o cérebro formado. Por isso se questiona se há uma vida a ser tutelada”, explica Tamara.

“Aquele que está por nascer já deveria ser considerado um ser vivo”, responde com um ditado romano o coordenador da Pastoral da Família, e bispo de Nova Friburgo, d. Rafael Cifuentes. “Ninguém mata um excepcional, o mesmo critério deveria ser observado para os anencéfalos.”

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