Apesar da ampliação do turismo em massa, a nova tendência é buscar cidades e vilarejos isolados para se desconectar da vida moderna
Em uma era em que os internet cafés estão proliferando dos vilarejos de Minas Gerais ao Maranhão, do México até o Marrocos, os especialistas em tendências apontam que está ficando mais difícil encontrar um recanto do planeta em que seja possível ficar totalmente desconectado da civilização.
Segundo Ethan Zuckerman, que estuda o uso da tecnologia no mundo desenvolvido, mesmo em pontos da África já é raro encontrar uma área que não seja coberta por telefone via satélite ou uma operadora de celular. “Muitas vezes, um vilarejo tem boa recepção de celular, mas não conta com eletricidade”, disse à revista norte-americana Forbes.
Na Índia, o governo admite que as conexões sem fio no país saltaram 68%, de 99 milhões para 166 milhões, até o final de março. Há mais de cinco milhões de novas conexões ao mês no país. No Brasil, o mês de agosto marcou o recorde de 189 milhões de assinantes (dados da Anatel), uma densidade de 97,96 acessos por 100 habitantes.
Já para aqueles que podem usar um telefone como o Thuraya (telefone via satélite), com modelos em torno de US$ 1.000, é possível conectar em praticamente qualquer lugar da Terra. “Para quem tem dinheiro, não existe mais praticamente lugar para se esconder e se desconectar no planeta, a menos que se queira”, afima Zuckerman.
Inspirados talvez pelo sucesso da série “Lost” – em que um grupo fica preso em uma ilha desconhecida – há quem busque o isolamento voluntário. As agências de viagem mais especializadas já identificaram a tendências e montaram uma lista com os pontos mais afastados da civilização. O ranking inclui localidades como Papua Guiné, as planícies da Mongólia e Tristão da Cunha (onde não há um McDonald’s ou Starbucks à vista). Veja a lista completa.