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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Salgueiro é o campeão do carnaval 2009 no Rio

Beija-Flor ficou em segundo lugar e a Portela, em terceiro.
Império Serrano ficou na última colocação e vai desfilar no acesso em 2010.Alziro Xavier

O Salgueiro foi o campeão do carnaval 2009 no Rio de Janeiro, depois de 16 anos de espera. Uma multidão foi à quadra da escola comemorar o título.

Este foi o nono título da vermelha e branca, que foi fundada em 1953. O intérprete da escola, Quinho, resumiu bem o sentimento generalizado:

"É uma vitória incontestável e uma emoção inenarrável.

A apuração terminou no final da tarde desta quarta-feira (26), deixando a escola vermelho e branca com 399 pontos. A Beija-Flor ficou em segundo, com 398 pontos, e a Portela veio logo atrás, com 397,9. O Império Serrano ficou na última colocação, com 390,7, e vai desfilar no grupo de Acesso A no ano que vem. Já a União da Ilha subiu e desfilará na elite do carnaval ano que vem.

A escola, que em 2008 ficou com o vice-campeonato, foi a segunda agremiação a desfilar na noite de segunda-feira (23) na Sapucaí. Bastante emocionada, cercada por uma multidão, Regina Duran, a presidente do Salgueiro, que chegou a passar mal durante a apuração, fez um desabafo emocionado na divulgação do resultado:

"É uma grande vitória. O Salgueiro precisava muito dessa vitória, principalmente a comunidade tijucana. O Salgueiro é uma família. Estamos todos muito felizes."

A vermelha e branca da Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio, conquistou o campeonato com o enredo "Tambor", sob o comando do carnavalesco Renato Lage. O desfile mostrou a importância do instrumento na história da humanidade.

Ao todo, desfilaram 36 alas, oito alegorias e 4.100 componentes. O carro abre-alas, chamado de “Tambores da academia”, tinha 15 tambores em branco-e-vermelho.

Vivi Araújo

Durante o desfile, a rainha de bateria da escola, Viviane Araújo, machucou o ombro, mas o incidente não prejudicou seu desempenho na Sapucaí. Ela saiu chorando do Sambódromo logo após o término do desfile. Antes de abandonar a avenida, deu um abraço na presidente da escola, Regina Duran.

Após a apuração, Viviane estava muito emocionada. Antes de deixar a Praça da Apoteose apressada para ir para a festa na quadra da escola, Viviane disse que nem sabia como reagir.


"Tenho 15 anos de avenida e esta é a primeira vez que sou campeã. Não sei nem descrever o que estou sentindo. É uma coisa inexplicável. Vou para a quadra comemorar com o pessoal", dissse Viviane.

Carlinhos Brown

O percussionista e compositor Carlinhos Brown, criador da Timbalada, desfilou em uma réplica do primeiro trio elétrico da Bahia. Ele foi um dos destaques ao lado de Angela Bismarchi e Sabrina Sato, além dos atores Paulinho Vilhena e Eri Johnson.

Os tambores conspiraram a favor do Salgueiro", disse Brown, diretamente de Salvador.

O ator Paulo Vilhena acompanhou o final da apuração direto da Apoteose.

"Não estou nem acreditando. Agora quero desfilar todo ano. Uma vez na família, para sempre nela", disse ele, comemorando o título na quadra.

O também ator Eri Johnson era outro empolgado.

"Tenho uma história com a escola. E a arquibancada gritando 'é campeão' foi muito emocionante", disse, que atribuiu a vitória à presidente da escola.

Homenagem

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Ronaldinho e Gleice Simpatia, fez bonito no Sambódromo. "A Furiosa", como é conhecida a bateria do Salgueiro, fez de seus ritmistas verdadeiros ogãs, que são os responsáveis pelo batuque nas casas de umbanda e candomblé. Os músicos foram comandados por mestre Marcão, que fez uma homenagem ao mestre Louro, morto em março de 2008.

“Tenho 44 anos na comunidade do Salgueiro e 23 na bateria. Foi o mestre Louro quem me deu esta oportunidade”, disse ele.

A escola desfilou com uma corte africana na Avenida, entre sacerdotes, rainhas e muitas divindades evocadas pelo som do batuque. O desfile do Salgueiro ganhou toques afro já na segunda alegoria, que mostrava onde o instrumento começou a ganhar ares religiosos.

As baianas e a velha-guarda - raízes por excelência do Salgueiro - desfilaram no setor africano, representando sociedades tribais do continente que davam vida ao som da batucada. Os orixás, cultuados também no Brasil, ganharam uma alegoria própria, em que o branco predominou.

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