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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
"Stalking": conheça a patologia que leva à perseguição
Um homem casado se envolve com uma executiva e com ela tem um tórrido romance. O frenesi da aventura desaparece, ele a rejeita e a mulher passa a persegui-lo, assim como à sua esposa e filha. Sucesso na década de 1980, o filme "Atração Fatal" retrata o extremo de um comportamento patológico denominado "stalking".
Causas e características
As causas desse desejo de perseguir ainda não são muito claras, mas existem estudos empíricos apontando para a incapacidade de lidar com as perdas da infância e da idade adulta. O que se sabe é que, diante de uma recusa da parte contrária, ou movido pelo desejo de proximidade, um stalker desenvolve uma habilidade incomparável para "elaborar estratégias repetidas e indesejáveis só para manter contato: suas ações são tão exageradas (telefonemas e mensagens numerosas e incansáveis, por exemplo) que fazem com que a vítima sinta medo e angústia", diz o especialista.
As formas como o perseguidor busca atenção é complexa, e para ele pouco importa se suas atitudes possam vir a ser molestadoras ou ilícitas. Partindo dessa complexidade, as manifestações podem até ser consideradas agradáveis para o senso comum (mandar flores, presentes etc). Porém, explica Meloy, "o limite entre o que é oportuno ou não, desejável ou não, é justamente a aceitação explícita por parte do destinatário".
Embora não exista um perfil psicológico pré-definido para o stalker, pesquisadores identificaram cinco padrões comportamentais diferentes (veja álbum): o ressentido ou invejoso, o carente de afeto, o cortejador incompetente, o rejeitado e o predador. Porém, os rejeitados (típico amante abandonado) são a categoria mais comum.
Depressão e estresse pós-traumático
Apesar do stalking ter sempre existido, muitos profissionais não sabem como lidar com essa patologia e para ela ainda não se encontrou uma cura. Acompanhamento médico e psicoterapia são indicados, e ações preventivas tem sido testadas entre adolescentes com reuniões de grupo e conscientização promovidas por associações europeias.
Contudo, o apoio psicológico não deve se restringir somente ao stalker. Meloy lembra que as vítimas, após uma experiência como essa, geralmente apresentam quadros de depressão ou estresse pós-traumático, o que repercute em suas vidas social e profissional. E adverte: "para os molestadores, o tratamento somente será eficaz se os profissionais forem capazes de identificar e entender as motivações e os distúrbios mentais que levam à perseguição".
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