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quinta-feira, 12 de março de 2009

Revista VEJA chama SBT de cafona e ironiza “Esquadrão da Moda”

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Do cabelo acaju de Gugu Liberato aos vestidos espalhafatosos de Hebe Camargo – para não falar dos ternos mexicanizados de seu dono, Silvio Santos –, o SBT sempre assumiu sua cafonice com orgulho. Pois é essa emissora que agora vai dar lições de elegância ao cidadão (aliás, cidadã) comum. Versão brasileira de uma produção da rede inglesa BBC (que deu origem a um similar americano exibido no canal pago Discovery Home & Health), o reality show Esquadrão da Moda, que estreou na última terça-feira, submete mulheres de visual desastroso a um banho de estilo.

Indicadas por parentes ou descobertas por olheiros, as vítimas do Esquadrão da Moda são abordadas com estardalhaço, em locais públicos, pelos apresentadores – a modelo paulista Isabella Fiorentino e o estilista pernambucano Arlindo Grund. Uma das mulheres foi chamada num bar, com um megafone, de cafona. Para compensar o mico, anuncia-se que a participante ganhará 10.000 reais para renovar o guarda-roupa. Antes, porém, terá de passar por um ritual depurativo, no qual suas roupas velhas são jogadas no lixo. Isabella e Grund esmeram-se nas comparações ofensivas: já disseram que uma advogada riponga de saião verde parecia uma acelga. E uma corretora que vestia um conjunto amarelão era um “quindim ambulante”.

Lailson Santos
LÍNGUAS AFIADAS
Grund (à esq.) e Isabella: vítimas que se vestem como acelgas e quindins

Surgido em 2002, o Esquadrão da Moda original desbravou um filão da TV paga – o das atrações que promovem a redenção dos sem-estilo. O mote é explorado hoje em Guru de Estilo (do Discovery Home & Health), do consultor americano Tim Gunn, e Glamour Superstar (do mesmo canal), do produtor de moda Jay Manuel. Esses programas oferecem esperança a todas as mulheres (afinal, até as acelgas e quindins acabam bem alinhadas) e dão dicas práticas para consumir moda sem gafes. No Esquadrão da Moda do SBT, por exemplo, ensina-se que tecido de oncinha pode ou não ser brega – tudo depende do uso. “A participante ideal é a consumidora voraz que entra na melhor loja e só compra itens que lhe caem mal”, diz o diretor Aldrin Mazzei.

Silvio Santos foi convencido a investir no formato por sua filha Daniela Beyruth. A emissora gastou 100.000 reais nos cenários e camarins, que ocupam a locação onde um dia se produziu o Casa dos Artistas. Os dois apresentadores embolsam cerca de 50.000 reais mensais. Isabella tem seus ganhos ampliados, ainda, pela participação em merchandising. Nas gravações, ela e o parceiro se divertem debatendo as melhores formas de alfinetar as participantes do programa. Mas eles retêm o veneno na hora de avaliar os colegas da casa (os consultores entrevistados por VEJA para avaliar o estilo das estrelas do SBT foram mais rigorosos, como se pode ver no quadro da página ao lado). Na semana passada, durante entrevista da dupla em seu programa, Hebe Camargo vestia uma bata preto-e-branco esvoaçante com uma gola colossal. Parecia um poncho indígena. Isabella e Grund acharam Hebe “chiquérrima”.

QUESTÃO DE ESTILO

A pedido de VEJA, dois especialistas analisaram as gafes das estrelas do SBT com o mesmo veneno do Esquadrão da Moda, a nova atração da emissora

Fotos Rafael Campos; Fernando Pereira/AE e Roberto Nemanis

HEBE CAMARGO

Combinações desastradas

“São muitas estampas e joias gigantes juntas. Roupas de cores lisas dariam mais harmonia.” (Walter Rodrigues, estilista)

“Não se usa mais combinar a bolsa com os sapatos. E a cor desses acessórios destoa do vestido.” (Manu Carvalho, stylist e consultora de moda)

SILVIO SANTOS

Terno mal-ajambrado

“Ele é antiquado e tem caimento péssimo. A calça está tão amassada que parece que o Silvio foi de ônibus para o SBT.” (Walter Rodrigues)

Acessórios jurássicos

“Nem dá para ver a gravata, coitada, por trás daquele microfone ca-fo-nér-ri-mo.” (Walter Rodrigues)

GUGU LIBERATO

Calça pula-brejo

“Uma calça curta assim deixa a pessoa mais baixa.” (Manu Carvalho)

Cabelo acaju

“É uma cor que fica em cima do muro, não assume nada. E na TV parece ainda mais falsa.” (Walter Rodrigues)

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