"O fundamental é perceber que o vestibular é uma competição em que passam pouquíssimos. No primeiro momento, o candidato deve reservar um tempo para amadurecer e tirar lições da não-aprovação", afirma o pedagogo e especialista em orientação vocacional Silvio Bock.
Felipe Vale de Araújo não conseguiu entrar em medicina na 3ª tentativa; já analisou seus erros e está motivado para o ano |
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Na avaliação de Felipe, o sucesso no vestibular depende de três pontos: saúde física, emocional e conhecimento teórico. "O que faltou foi equilíbrio. Deixei de lado o emocional e a atividade física em função do teórico. Daí fiquei muito cansado", diz.
Para não cair na depressão
Segundo o psicólogo e professor da Faculdade de Ciências e Letras (FCL) da Unesp de Assis Paulo Motta, a primeira coisa a dizer a quem não conseguiu uma vaga é que tudo que podia ter sido feito foi feito. "Não adianta o candidato ficar com culpa. Tem adolescente que sente culpado porque foi a uma festa e não estudou. Mas ele fez tudo o que era possível", afirma."O estudante tem de entender que a vida é feita disso. Às vezes, a gente ganha. Às vezes, a gente perde. Não dá para colocar o vestibular como o objetivo principal de toda a vida. E o sistema educacional brasileiro é complexo; injusto, às vezes", avalia Motta.
Cursinho, intercâmbio ou cursos
Para Bock, se o estudante tem o objetivo de passar no vestibular, fazer cursinho é a melhor alternativa. "A pessoa tem de estudar e adquirir os conhecimentos que os vestibulares exigem. O pré-vestibular é a ferramenta que existe para estudar de forma sistemática", explica.Na opinião de Bock, é rico fazer um intercâmbio como vivência pessoal. "Mas isso não resolve para quem quer passar no vestibular", pondera. Para o pedagogo, um intercâmbio depois do ingresso na faculdade pode render melhores frutos profissionais.
Já Motta afirma que um intercâmbio pode ser útil para o amadurecimento. "É claro que a pessoa vai 'perder' um ano para entrar na faculdade. Mas os ganhos podem ser maiores do que o ingresso no vestibular".
Segundo Motta, até cursos podem ser úteis para levantar a autoestima. "Um curso de teatro, por exemplo, vai trazer ganhos para quem tem problema de desenvoltura, para falar em público. Mas o melhor é fazer cursos livres, pensando no que vai ser bom individualmente não para a profissão."
Hora de rever a carreira
De acordo com Motta, o momento da não-aprovação pode ser útil para rever a escolha da carreira. Principalmente para quem busca vaga em cursos muito concorridos como medicina."De repente, para quem quer medicina, fazer biologia pode ser uma alternativa, por exemplo. No futuro, o jovem poderá se especializar em uma área afim, como engenharia genética", diz.
Essa foi a estratégia adotada por Francisco de Melo Viríssimo, 20. Seu sonho ainda é conseguir o ingresso em engenharia. Mas decidiu estudar matemática na USP (Universidade de São Paulo), porque se trata de uma ciência básica para a formação. "Optei pelo curso por ser elementar para qualquer um que queira fazer exatas", diz.
Assim que saiu do ensino médio, realizado na rede pública, Francisco também optou por estudar sozinho, depois de uma passagem breve por cursinho. Dedicou-se ainda a um curso de desenho técnico que considerou uma "ótima experiência".
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