Documentário traz de volta a saudosa TV Manchete - Confira o Teaser

quinta-feira, 5 de março de 2009

União Europeia abre caminho para criação de bancos para títulos podres



Os dirigentes europeus reunidos em cúpula extraordinária em Bruxelas, na Bélgica, neste domingo (1º) se posicionaram contra ações protecionistas e também deram o pontapé inicial para a criação dos "bancos maus", que reuniriam títulos podres, com pouco ou nenhum valor de mercado, em poder de instituições financeiras do continente.

O acordo foi anunciado ao término da reunião entre os 27 Estados-membros da União Europeia, e ainda será ratificado na cúpula oficial de governantes da região, que acontecerá nos dias 19 e 20 de março, também em Bruxelas. Ainda não foi definida a forma de avaliação para separar os ativos "bons" dos "ruins".

O consenso dentro da União Européia é que é preciso liberar os bancos dos títulos de má qualidade - que pesam negativamente sobre a situação financeira dos bancos, pois estão relacionados a setores afetados pela crise, como o de hipotecas. Do contrário, as instituições não conseguirão recuperar sua credibilidade de forma rápida.

Pelas discussões iniciais, cada país poderá decidir como prefere tratar os ativos podres, separando-os do balanço dos bancos, em uma entidade paralela a cada instituição, ou com a criação de um "banco mau" para todos os ativos de má qualidade do país.

A idéia da criação de um banco para reunir títulos podres - o chamado "bad bank", ou "banco mau" - surgiu nos Estados Unidos durante as discussões para a aprovação do pacote de ajuda à economia de US$ 787 bilhões, aprovado no mês passado. Entretanto, as discussões para a criação da instituição não foram adiante.

Protecionismo

Em texto adotado pelos chefes de Estado, eles admitiram que o "protecionismo não é a resposta para a crise atual". A cúpula foi convocada para discutir saídas para superar as diferenças sobre como lidar com a crise.

Em entrevista à imprensa após a cúpula, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse que os países europeus conseguiram um "acordo global" em um "marco comum" sobre a crise, completando que a decisão final será tomada na próxima cúpula da UE de 19 e 20 de março.

Os líderes reafirmaram também sua vontade de fazer uso máximo do mercado único europeu, que garante a livre circulação das mercadorias, serviços, pessoas e capitais, para sustentar o crescimento e o emprego.

A União Europeia anunciou ainda que apoiará caso por caso os países do leste da Europa que estiverem com graves dificuldades financeiras, mas um grande plano de ajuda generalizada está fora de cogitação.

"Está totalmente claro que a UE não deixará ninguém na beira da estrada", declarou à imprensa o primeiro-ministro tcheco, Mirek Topolanek, cujo país preside atualmente a União Europeia, ao final da cúpula.

Durante a cúpula, os líderes europeus disseram que todos os países membros da UE receberão a ajuda necessária em casos apropriados.

Alertando que a recessão pode provocar novas divisões na Europa duas décadas depois do colapso do Comunismo no leste europeu, o primeiro-ministro da Hungria, Ferenc Gyurcsany, afirmou: "Nós não devemos permitir uma nova 'cortina de ferro' para... dividir a Europa em duas partes."

A União Europeia é dividida entre países ricos como a França, que quer uma ação forte para estimular a indústria, especialmente a automotiva, e mais pobres - a maioria no Leste Europeu -, que não têm condições de financiar pacotes de resgate.

A Alemanha, maior economia do bloco, defendeu que os países da zona do euro precisam estar preparados para ajudar uns aos outros, mas não explicou como.

Nenhum comentário:

Postar um comentário