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quarta-feira, 4 de março de 2009

Preços de medicamentos vão aumentar em torno de 6%

O vice-presidente da Associação Nacional dos Analistas de Finanças (Anefac), Andrew Frank, avalia que a tendência para a variação do IPCA é de 5,94%, o que deve permitir um reajuste para os medicamentos em torno de 6%. “O salário mínimo nacional passou de R$ 415 para R$ 465, representando um aumento de cerca de 12%. Assim, se compararmos proporcionalmente, o IPCA provavelmente será de metade do que aumentou o salário mínimo”, avalia.
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Caso a tendência se confirme, percentualmente, quem recebe o rendimento vai perceber uma redução no peso dos medicamentos, avalia Frank. “Quem ganhava R$ 415 mensais e gastava R$ 58 com medicamentos, ou seja, 14% do seu ganho, passará a gastar cerca de R$ 61,50 porém ganhando R$ 465, ou cerca de 13,3%”. Segundo ele, para maiores salários o impacto do aumento de medicamentos deverá ser proporcionalmente maior.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pressão do custo dos medicamentos sobre a inflação medida pelo IPCA no ano passado foi de 3,96%. Os meses de maio e junho foram aqueles em que se registrou uma maior pressão, com taxas de 1,18% e 0,6%, respectivamente.

Laboratórios – A Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) só vai se pronunciar oficialmente sobre o assunto quando o índice for anunciado pelo Conselho de Medicamentos (CMed), da Anvisa. Em comunicado à imprensa, a Federação ressalta a necessidade de um esclarecimento. “O reajuste não é automático”, diz. O índice seria aplicado numa tabela de Preços Máximos ao Consumidor (PMC) divulgada no site da Anvisa e em revistas especializadas. “Nenhum medicamento pode ser vendido acima do preço de tabela, mas pode ser vendido abaixo dela”, garante a nota.

Além disso, a dinâmica de mercados é apontada como outro fator capaz de permitir a manutenção da estabilidade de preços, às vezes por meses após o reajuste, afirma a Febrafarma, “às vezes por períodos bem maiores”.

Para o comércio de medicamentos, o reajuste não deve trazer grandes impactos, pelo menos é o que avalia o vice-presidente do Sindicato das Farmácias do Estado e da Federação do Comércio da Bahia (Fecomércio), Carlos Andrade. “Ninguém compra medicamentos por impulso. Compra-se por necessidade. Então, não se espera uma corrida para comprar antes do aumento”, avalia.

Diabética e hipertensa, aos 51 anos, Maria Célia Santana depende do poder público para conseguir os medicamentos de uso continuado que utiliza. Desempregada, conta apenas com o que cobra para tomar conta de três crianças na sua própria casa, recebendo por isso um total de R$ 240, que já são insuficientes para pagar todas as suas despesas com regularidade.

“Quando não encontro o remédio no posto, tenho que juntar o que consigo com amigos e familiares ou tomar dinheiro emprestado para comprar”, conta. Segundo ela, isso acontece com regularidade. “Raramente encontro todos os medicamentos que preciso no posto médico”, afirmou.

Maria Célia é cadastrada no Posto Municipal da Estrada das Barreiras, para onde se dirigiu por orientação do médico que a atendeu pela primeira vez. Moradora do Cabula, ontem procurava atendimento médico nos posto do bairro dos Pernambués. Mas garantia que estava com a medicação em dia.

“A gente sempre dá um jeito de estar usando todos os remédios da receita”, afirmou. Para conseguir os que estão disponíveis no posto municipal, apesar de cadastrada, tem que portar carteira de identidade, cartão do SUS e receita atualizada. “A receita tem validade de três meses”, contou.

Cálculo – De acordo com a fórmula estabelecida pela Anvisa, além do IPCA, influenciam no cálculo da taxa de reajuste as projeções de ganhos dos laboratórios farmacêuticos, a variação nos preços dos insumos e participação dos medicamentos genéricos no mercado. Remédios em que a participação dos genéricos são de 20% ou mais – como para perda de peso e tratamento de obesidade, alguns antibióticos, como a amoxilina – têm um reajuste maior.

Outros, como medicações para tratamento de colesterol alto, dores e ansiedade, em que os genéricos representam entre 20% e 15%, terão um percentual intermediário de reajuste. Os reajustes serão menores no grupo em que a presença de medicação genérica é menor, como, como aqueles para o tratamento da disfunção erétil, deficiências hormonais e alguns medicamentos para pressão alta.

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