O designer inglês James Reynolds abusou da criatividade ao criar um rótulo com cara de etiqueta de bagagem de aeroporto para estampar em produtos vendidos em supermercados. O propósito é o seguinte: mostrar quantas milhas um tomate e uma laranja, por exemplo, viajaram até chegar às prateleiras da loja – e, consequentemente, quanto de dióxido de carbono (CO2), um dos responsáveis pelo aquecimento do planeta, cada item emitiu na atmosfera.
Usar as etiquetas dos produtos para informar ao cliente qual o impacto de suas compras não é exatamente uma novidade. No Reino Unido, a prática começou em 2007 com a inserção de eco-rótulos em produtos agrícolas pelas empresas varejistas Tesco e Marks&Spencer. O que tem de inovador no projeto de Reynolds, batizado de “Far Foods”, é a forma de se comunicar com os consumidores. Ao usar a simpática etiqueta de bagagem – uma alusão à viagem feita pelos produtos –, ele chama a atenção do comprador para um dado importante: a pegada de carbono daquele item, ou a quantidade de gases causadores do efeito estufa liberada durante a produção do artigo.
A matemática da pegada de carbono é razoavelmente simples. Para calcular a pegada de uma dúzia de tomates embalados industrialmente, por exemplo, é preciso saber quanto combustível foi consumido nos aviões que lançaram agrotóxicos nas plantações dos frutos, no transporte feito da produção até o supermercado e na fabricação e transporte do saco plástico que os embala (entre outras formas pelas quais o produto contribui para o efeito estufa).
Os rótulos tradicionais com a pegada de carbono são cedidos pela Carbon Label Company, uma empresa da britânica Carbon Trust. Entre seus clientes estão a Tesco, a PepsiCo e a Coca Cola, a Kimberly-Clark e a Danone Waters. O primeiro produto a aparecer com a pegada de carbono foi um salgadinho da Walkers, na Inglaterra. Com a invenção do designer britânico, as marcas têm disponível mais um caminho para se mostrar “ecofriendly” aos consumidores – e sem faltar criatividade.
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