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terça-feira, 14 de abril de 2009

MEMÓRIA DA TV - ARTISTAS: MIGUEL FALABELLA

Miguel Falabella na minissérie As noivas de Copacabana. 1992. Jorge Baumann/ TV Globo.

Miguel Falabella de Souza Aguiar nasceu em 10 de outubro de 1956, no bairro de São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro, filho de um arquiteto e de uma professora universitária de francês e literatura francesa. A família mudou-se para a Ilha do Governador, onde ele viveu até os 17 anos de idade. Começou a fazer teatro na adolescência, primeiro no colégio onde estudava e depois no tradicional Teatro Tablado – escola para atores de Maria Clara Machado. Sua estréia no palco foi aos 18 anos, com a peça O dragão, de Eugene Schwarz. Nessa época, Falabella cursava Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Miguel Falabella no programa Video show. s/d. Cedoc/ TV Globo.

No final de 1976, Miguel Falabella conheceu a atriz Maria Padilha, com quem organizou um grupo de teatro, do qual também fizeram parte os atores Daniel Dantas, Rosane Gofman, Fábio Junqueira, Zezé Polessa e Paulo Reis. A estréia da turma foi na peça O despertar da primavera, de Frank Wedekind, em 1979, seu primeiro trabalho como ator profissional. O sucesso deu projeção à nova geração de atores. Em seguida, Falabella viajou à França, onde fez cursos avulsos até voltar ao Brasil para integrar o elenco do filme O sonho não acabou, de Sérgio Rezende, e reunir-se novamente com seu grupo teatral na peça A tempestade, de Shakespeare. Nesse mesmo período, Falabella voltou à escola onde estudou, o Colégio Andrews, mas como professor de teatro, função que desempenhou de 1978 a 1985. Entre seus alunos, vários seguiram a carreira de ator, como Luciana Braga, Felipe Martins, Eduardo Galvão e Tereza Seiblitz.

Miguel Falabella na novela Cara e coroa. 1995. Nelson Di Rago/ TV Globo.

Na televisão, Miguel Falabella estreou vivendo o galã romântico do Caso verdade Jan e Jim, exibido na TV Globo em setembro de 1982 e escrito por Eloí Calage, com direção de Walter Campos, Milton Gonçalves e Reynaldo Boury. No mês seguinte, fez sua primeira novela, como o personagem Romeu da novela Sol de verão, de Manoel Carlos. A trama foi afetada por cortes da censura e pela morte do ator Jardel Filho, que vivia um dos papéis principais. Seu trabalho seguinte na TV Globo foi outro Caso verdade, Choque de gerações, de Marília Garcia e Marilu Saldanha.

Miguel Falabella. 2008. George Magaraia/ TV Globo.

Em 1984, Falabella atuou em Amor com amor se paga, de Ivani Ribeiro, como o personagem Renato. Ainda naquele ano, trabalhou em Livre para voar. Na novela de Walther Negrão, viveu o personagem Sérgio. Mas foi com o malandro Miro, criado por Janete Clair, que o ator começou a ter maior projeção na televisão, ao participar da segunda versão de Selva de pedra, escrita por Regina Braga e Elói Araújo em 1986. Em 1987, o ator experimentou a direção, dirigindo com Cecil Thiré e Lucas Bueno a novela Sassaricando, de Sílvio de Abreu. E, em agosto do mesmo ano, passou a apresentar o Video show, onde ficou por 15 anos, até dezembro de 2001. Além de fazer a abertura das matérias, ele comandava entrevistas, recebia convidados e respondia às cartas dos telespectadores. Ganhou muita popularidade.

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Ao longo dos anos como apresentador do Video show, Falabella continuou atuando na TV. Em Mico preto (1990), de Marcílio Moraes, Leonor Bassères e Euclydes Marinho, fez três personagens ao mesmo tempo: o homossexual José Luís; seu irmão gêmeo Arnaldo, machão e ladrão internacional; e Guimarães, na verdade Arnaldo disfarçado. Em 1992, interpretou o papel principal da minissérie As noivas de Copacabana, escrita por Dias Gomes, Ferreira Gullar e Marcílio Moraes: o psicopata Donato Menezes, conceituado restaurador de obras de arte que seduzia e matava mulheres vestidas de noiva. Dois anos depois, Falabella participou do elenco de A viagem, de Ivani Ribeiro, cujo tema central era a vida após a morte. Em seguida, viveu um dos papéis principais de Cara e coroa, o vilão Mauro, na novela de Antônio Calmon. Só voltaria a atuar em novelas em 2005, como o protagonista de Agora é que são elas, de Ricardo Linhares, fazendo par com Marisa Orth e Vera Fischer.
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Em 1996, estreou na Rede Globo o sitcom Sai de baixo. E com ele o personagem Caco Antibes, que fez muita gente rir nas noites de domingo com sua postura assumidamente mau-caráter e politicamente incorreta. Além de atuar, Falabella também chegou a escrever para o programa, que permaneceu na grade de programação da TV Globo até dezembro de 2001. Ainda em 1996, ele estreou como autor de novelas com Salsa e merengue, escrita com Maria Carmen Barbosa para o horário das 19h. Os dois começaram a escrever juntos quando ela supervisionava os textos do seriado Delegacia de mulheres (1990). Nasceu ali uma grande parceria, que inclui trabalhos em teatro e ainda rendeu, na TV Globo, a novela A Lua me disse (2005), uma comédia de costumes com elementos do folhetim tradicional, e o humorístico Toma lá, dá cá, que estreou como um especial de fim de ano em 2005 e entrou na grade semanal da TV Globo em 2007, com Falabella no elenco. Antes disso, o ator já escrevera esquetes para o humorístico TV Pirata (1988), com Vicente Pereira e Patricya Travassos.

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Em outubro de 2008, estreou a novela Negócio da China, a primeira que assinou sozinho. Comédia romântica urbana, Negócio da China teve no elenco atores como Francisco Cuoco, Nathália Timberg, Ney Latorraca e Yoná Magalhães.

A trajetória de sucesso de Falabella no teatro remonta ao ano de 1988, quando entrou em cartaz a peça Sereias da zona sul, escrita por ele com Vicente Pereira, e na qual contracenava com Guilherme Karam. Os dois atores dividiram o prêmio Mambembe de melhor ator. Falabella já havia trabalhado com Karam em Miguel Falabella e Guilherme Karam, finalmente juntos e finalmente ao vivo, que também já fizera muito sucesso. Um dos expoentes do besteirol, como autor e intérprete, Falabella fez uma série de peças, como Louro, alto, solteiro, procura, Falabella solta os bichos, Querido mundo, A pequena mártir de Cristo Rei e O submarino.

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Sua estréia na direção teatral foi na premiada peça Emily (1994), que lhe valeu o prêmio Molière de melhor direção e o Mambembe de revelação em direção. Entre outros trabalhos que dirigiu estão Tupã, a vingança, de Mauro Rasi, Lucia McCartney, adaptação de Geraldo Carneiro do texto de Rubem Fonseca e o infantil O rouxinol do imperador, adaptado por Flávio Marinho. A lista de trabalhos é interminável. Falabella também atuou em Batalha de arroz num ringue para dois e O beijo da mulher aranha, e escreveu e dirigiu A partilha (prêmio Molière de melhor autor), No coração do Brasil, Como encher um biquíni selvagem, Os monólogos da vagina (adaptação do original de Eve Ensler) e South American way - musical sobre a vida de Carmen Miranda -, Capitanias hereditárias e Todo mundo sabe o que todo mundo sabe (as três com Maria Carmem Barbosa), entre muitas outras peças.
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Em 2001, A partilha foi transformada em filme, com produção da Globo Filmes e direção de Daniel Filho, repetindo o sucesso da peça. O longa-metragem levou prêmio de melhor roteiro (Miguel Falabella, Daniel Filho, João Emanuel Carneiro e Mark Haskell Smith) no Festival de Cinema Brasileiro de Miami. Em 1992, A partilha estreou em Buenos Aires, numa versão intitulada Nosotras que nos queremos tanto, permanecendo quase três anos em cartaz. Realizou turnê por várias províncias argentinas e ganhou o prêmio Estrela do Mar, um dos mais importantes do país. Já foi montada em 12 países. Outras peças suas também foram encenadas no Exterior, entre elas O submarino, apresentada em Portugal.
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Ator, escritor, diretor e dramaturgo, na década de 1990 Miguel Falabella assinou no jornal O Globo a coluna semanal Um coração urbano, publicada inicialmente aos domingos na editoria Grande Rio, e depois às quintas-feiras, no Segundo Caderno. A proposta de Falabella era escrever uma crônica sobre a cidade do Rio de Janeiro, mas os temas abordados fizeram da coluna muito mais uma crônica sobre comportamento e cultura. Tempos depois também teve uma coluna no jornal O Dia. O ator publicou um livro com suas crônicas, Pequenas alegrias, pela editora Objetiva.
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Onipresente na cena cultural, Falabella abriu em 1997 uma casa de espetáculos, o Teatro Miguel Falabella, no NorteShopping, na zona norte do Rio. Em 2004, lançou pela Lacerda Editores o livro Querido mundo e outras peças, com sete peças escritas por ele e Maria Carmem Barbosa. Falabella também é bastante atuante no carnaval carioca. Não só já desfilou por diferentes escolas de samba, como foi carnavalesco e diretor da Império da Tijuca, tendo assinado os enredos da escola de 1993 a 1996. Em 1995, com o enredo Sassarico na Colombo, a escola foi vice-campeã do grupo de acesso A, indo para o grupo especial. Em 2003, foi convidado pelo prefeito César Maia para assumir o cargo de gestor da rede municipal de teatros, então responsável por 16 espaços - dez teatros e seis lonas culturais -, a maior rede pública do país. Ocupou o cargo até 2007. No mesmo ano, estreou o musical Os produtores, adaptado, dirigido e estrelado por ele, com Vladimir Brichta e Juliana Paes no elenco.
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Além de teatro e televisão, Falabella também tem diversos trabalhos no cinema, como ator. Estreou em Mulher sensual, em 1980; depois fez O sonho não acabou, de Sérgio Rezende, em 1981; Sole nudo, de Tonino Cervi, em 1984; O beijo da mulher aranha, de Hector Babenco, em 1985; Vento sul, de José Frazão, em 1986; A dama do cine Shangai, de Guilherme de Almeida Prado, em 1987; Beijo 2348/72, de Walter Rogério, em 1990; Zoando na TV, de José Alvarenga Júnior, em 1999; uma participação como ele mesmo em A partilha, de Daniel Filho (2001); O redentor, de Cláudio Torres, em 2004; e Cleópatra (2008), de Júlio Bressane. No início de 2008, lançou seu primeiro filme como diretor, Polaróides urbanas, baseado na peça Como encher um biquíni selvagem.

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