O presidente dos EUA, Barack Obama confirmou nesta quinta-feira (22) a nomeação do ex-senador George Mitchell, de 75 anos, experiente negociador internacional, como enviado especial dos EUA ao Oriente Médio.
A apresentação dele foi feita em cerimônia no Departamento de Estado, no mesmo dia em que Hillary Clinton assumiu a chefia da diplomacia americana. Ela mesma abriu a cerimônia.
Em uma mudança do discurso do governo americano em relação à era Bush , ele disse que está comprometido com a segurança de Israel e que o país tem direito de se defender, mas pediu que o país abra as fronteiras da Faixa de Gaza, para que ajuda humanitária possa chegar à população do território palestino - que foi alvo de três semanas de ataques de Israel entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009 .
Obama disse que pretende mandar Mitchell à região em confronto "o mais rápido possível", para conseguir uma "paz duradoura" entre Israel e seus vizinhos árabes
O novo presidente afirmou que as linhas gerais para obter um cessar-fogo na região são claros: "O Hamas deve terminar seus ataques com foguete, e Israel deve completar a retirada de suas tropas de Gaza. Os Estados Unidos e nossos parceiros vão apoiar um regime de interdição e anticontrabando com credibilidade, de maneira que o Hamas não consiga se rearmar", disse Obama
Ao assumir, Mitchell prometeu empreender todos os esforços necessários para alcançar a paz e a estabilidade no Oriente Médio.
O ex-senador citou sua experiência como mediador na Irlanda do Norte, onde, segundo disse, "antigos inimigos conseguiram chegar a um acordo quase 800 anos depois".
"Para conseguir a paz no Oriente Médio, será necessário aplicar capital político, recursos econômicos e a atenção muito cuidadosa das mais altas esferas dos governos", disse
Mitchell foi negociador para a Irlanda do Norte durante a administração de Clinton.
A nomeação do ex-senador, de pai irlandês, representa um claro sinal do compromisso assumido por Obama e sua secretária de Estado com o processo de paz entre palestinos e israelenses, sobretudo depois da ofensiva militar em Gaza.
Nos anos 90, Mitchell, que anunciou o acordo da Sexta-Feira Santa, teve um papel discreto, mas decisivo, nas negociações de paz entre protestantes e católicos na Irlanda do Norte, protagonistas de um dos mais sangrentos conflitos do século XX.
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