Para empresários mexicanos, 'alarme' da mídia prejudicou turismo.
Dados divulgados na última sexta-feira (15) durante a 9ª Conferência Global Sobre Viagens e Turismo, em Florianópolis (SC), apontaram que a indústria mundial do turismo - que engloba empresas aéreas, rede hoteleira, empresas de cartões de crédito, restaurantes - deve registrar perdas de US$ 2,2 bilhões entre este ano e 2010 em razão dos efeitos da nova gripe.
Debate sobre efeitos da gripe na conferência mundial em Florianópolis
O estudo foi realizado pelo instituto Oxford Economics, sob encomenda do Conselho Mundial de Turismo (World Travel & Tourism Council – WTTC, na sigla em inglês), que organiza a conferência. Entre os participantes do encontro estão empresários do turismo e representantes de governos de todo o mundo. A apresentação ocorreu durante o painel "Sessão especial - preparação para o inevitável - pandemias".
O setor de viagens especificamente deve ser afetado nos próximos seis meses com perda de cerca de US$ 1,073 bilhão até o próximo ano, de acordo com o estudo. O presidente da Oxford Economics, John Walker, avaliou que a indústria do turismo pode precisar de ajuda governamental, como empréstimo a juro baixo.
Walker prevê, no entanto, que o setor se recupere. "Talvez o período de recuperação seja longo, talvez 18 meses, mas o setor vai se recuperar."
Antes de Walker informar os dados, entidades e empresários discutiram os impactos da nova gripe e destacaram principalmente o papel do México, país que registrou os primeiros casos e atualmente é o mais afetado.
"O México reagiu muito mais rápido do que [outros países] em pandemias anteriores", disse Jean Claude Baumgarten, presidente do WTTC.
O outro empresário, anunciado como Luis, disse que a mídia foi responsável pelo prejuízo ao criar um "alarme" desnecessário, segundo ele. "Será que os meios de comunicação vão dizer que agora acabou, que a situação está se acalmando, que as pessoas podem voltar a viajar? Duvido", afirmou para os participantes do painel.
Na avaliação do presidente da Organização Mundial do Turismo (WTO em inglês), Geoffrey Lipman, a mídia fez seu papel. Ele considerou que o México reagiu muito mais rapidamente do que outros países em outras epidemias, como gripe asiática e gripe espanhola.
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