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sábado, 11 de abril de 2009

'Vida louca' da série ' GTA' ganha versão miniatura no Nintendo DS

Cidade de Liberty City vive eterno conflito entre gangues.
Jogo surpreende no portátil com tela sensível ao toque.
Foto: Divulgação

Jogo surpreende no portátil com tela sensível ao toque.

A produtora de games mais polêmica do mercado resolve levar sua série de ação para o videogame portátil consagrado por “jogos infantis” e “franquias inofensivas”. O resultado, esteja a Nintendo de acordo ou não, é uma obra-prima miniaturizada de um dos melhores jogos de ação de todos os tempos. “GTA Chinatown wars” emula os principais temas de “GTA IV”, sucesso em 2008, e faz milagres na tela sensível ao toque do Nintendo DS, surpreendendo a cada lance.

Você raspa a caneta na tela sensível ao toque – ganha uma casa na raspadinha. Dá pontadas rápidas na mesma tela ao mesmo tempo em que dirige uma ambulância – salva o paciente de uma parada cardíaca. Com o portátil da Nintendo na mão, você assovia ao alcance do microfone embutido. Seu personagem, na rua, repete o gesto, e um táxi atende ao chamado. Gestos semelhantes serão usados durante o jogo para roubar carros, desarmar bombas, fabricar coquetéis molotov, entre outros passatempos.

Huang Lee, o herói da vez, vai de Honk Kong a Liberty City, após ter o pai assassinado. O objetivo é entregar uma “sagrada” relíquia de família a um de seus tios para acalmar a situação entre as gangues. Como sempre, alguém interfere, tudo dá errado, e começa a luta por vingança, justiça, sobrevivência – na ordem que você preferir.

Foto: Divulgação

O protagonista Huang Lee, no canto inferior direito, e outros personagens de 'Chinatown wars'. Jogo se passa em Liberty City, mesma cidade de 'GTA IV' (Foto: Divulgação)

Vida sem fronteiras

Em pouco mais de 5 horas e meia de jogo, foi possível completar 26,6% de “Chinatown wars” - fazendo missões obrigatórias, passeando pela cidade, apostando na loteria, trabalhando de taxista e tatuador. Como é tradição na série, o mundo é aberto a escolhas, com opções suficientes para dezenas de horas de jogatina.

Está tudo lá, nas páginas do manual de instruções, nas estatísticas minuciosamente computadas, nos diálogos impagáveis com cada policial corrupto e mafioso com inseguranças sexuais: a diversão pop, a ação inesperada, as críticas sociais que são tão ácidas e espertas que não mereciam esse nome. O jogo é produzido pelo estúdio da Rockstar Leeds, e tem a participação dos irmão Sam e Dan Houser, culpados pela Rockstar, principal responsável pela fatia de games adultos atuais.

A abertura de “Chinatown wars” dá alguns sinais para quem “parou no Atari” e ainda acha que “jogo é coisa de criança”. Uma maleta de drogas é trocada por uma de dinheiro, cuidadosamente, unidade por unidade. É a introdução para a “vida louca” de drogas, sexo, corrupção, assassinatos, amizades suspeitas e situações inesperadas – nada que não esteja no noticiário, é claro.

Foto: Divulgação

A tela sensível ao toque no Nintendo DS permite interações especiais. À esquerda, você usar a 'caneta' stylus para cortar os fios e desarmar uma bomba; à direita, gira a polia do guincho de um barco para resgatar objetos do fundo do mar (Foto: Divulgação)

Mundo miniatura

A Liberty City miniatura se revela uma metrópole tão caótica quanto no Xbox 360, PlayStation 3 ou PC. Carros derrubam postes, estouram hidrantes, derrubam lixeiras. Pessoas correm em desespero, reclamam de esbarrões, são atropeladas. Você pega táxis, rouba carros, utiliza seu smartphone com GPS, compra armas pela internet, vende drogas.

Se for preso, perde as armas e é liberado depois de pagar propina. Se morrer, “renasce” no hospital mais próximo, um pouco mais pobre. Se for tentar novamente um missão, pode cortar as “ceninhas” e até trechos de viagem que já foram feitas. É possível salvar a qualquer momento o progresso do jogo, é possível se conectar para trocar estatísticas com outros jogadores.

Huang, sem alternativas, começa a fazer “favores” para seu tio, logo amplia sua rede de contatos e passa a entender melhor o que acontece na guerra de gangues da cidade. Compra casas, conhece traficantes, inaugura contatos na polícia. E, quanto mais conhece os candidatos a “poderoso chefão” da cidade, mais aposta em sua competência como “investidor estrangeiro em terra nova”.

Foto: Divulgação

A perspectiva lembra os dois primeiros jogos da série 'GTA', com visão aérea. A ação explosiva, com perseguições, batidas e muitos tiroteios, resgata o melhor de 'GTA IV', com um mundo agitado e que reflete as consequências de cada ato (Foto: Divulgação)

Bola dentro

Não há espaço para muita reclamação em “Chinatown wars”. São, basicamente, limitações técnicas que atrapalham a experiência, vez ou outra. O ângulo de visão da câmera (que atrapalha cenas de ação), o sistema de mira (que nem sempre funciona), o multiplayer (limitado a dois jogadores), o som do portátil (insuficiente).

São pontos negativos que nem ameaçam a impecável adaptação de “GTA” no DS. Os elementos marcantes da série foram mantidos e ainda ganharam um novo chame com os recursos específicos do portátil da Nintendo.

Pode ser que a Nintendo continue investindo apenas em jogos infantis, de quebra-cabeças, de franquias “pratas da casa” para seu portátil recordista de vendas. Mas é impossível negar, a partir de agora, que o videogame “inofensivo” comporta muito mais que “Mario kart”, “Zelda” e softwares matemáticos disfarçados de jogos.

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