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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Pesquisadores descobrem a "fonte da juventude" só que para roedores

Rapamicina é usada por pacientes que recebem órgãos transplantados.
Pessoas saudáveis ainda não devem empregar substância.
Foto: Reprodução

Camundongo: rumo à imortalidade?

Que tal aumentar sua expectativa de vida em cerca de 30% quando você já está na meia idade? É o sonho de todo cinquentão, e ele parece ter se tornado real -- em camundongos, é bom que se diga. Num estudo publicado na edição desta semana da revista científica "Nature", pesquisadores relatam o feito operado graças ao uso da rapamicina, substância que normalmente serve para ajudar o organismo de pessoas transplantadas a aceitar o novo órgão.

É a primeira vez que uma estratégia farmacológica, ou seja, envolvendo o uso de uma droga, consegue aumentar de forma significativa o tempo de vida de um mamífero, com efeito sobre ambos os sexos (em geral, como se vê entre humanos, fêmeas tendem a viver mais). Esse é o principal motivo da empolgação em torno da pesquisa, liderada por David Harrison, do Laboratório Jackson (EUA).

O efeito de 30% (para ser preciso, 28% para machos e 38% para fêmeas) se deu nos casos mais bem-sucedidos da estratégia, levando em consideração o momento em que o remédio começou a ser ministrado -- quando os roedores tinham cerca de 600 dias de vida, ou o equivalente a pessoas com 60 anos de idade. Levando em conta todo o tempo de vida dos bichos, o aumento da longevidade ficou entre 10% e 15%, considerado expressivo.

Devagar com o andor

A rapamicina, originalmente extraída de uma bactéria da ilha de Páscoa, no Pacífico, tem como seu aparente segredo pró-longevidade a ação sobre uma enzima (proteína que acelera reações químicas) importante para os processos ligados ao envelhecimento, como a autodestruição de certas estruturas da célula. Barrando esses processos, a rapamicina ajudaria a diminuir o ritmo do envelhecimento.

No entanto, a rapamicina, justamente por ajudar na adaptação a transplantes, tem o efeito colateral de enfraquecer as defesas naturais do organismo. Por isso, os cientistas consideram que a droga ainda não está pronta para o uso em seres humanos, que poderiam envelhecer mais devagar mas mesmo assim morrer de infecção. O ideal é que ela seja usada para estratégias mais refinadas contra o envelhecimento.

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