Mas, no uso terapêutico, pode atuar contra várias doenças e lesões.
Faz 16 anos que o sociólogo Naelson Ferreira trata uma doença neurodegenerativa. Ele toma 18 remédios por dia. “Cheguei a ficar dois anos cadeirante”, conta. Hoje ele anda, com um pouco de dificuldade. Conseguiu se levantar depois que começou a usar, há quatro anos, toxina botulínica. “Onde era rígido no meu corpo, hoje tenho uma facilidade para os movimentos”, compara.
Luis ficou tetraplégico depois que bateu a cabeça durante o mergulho em uma piscina. Com uso da toxina botulínica e muita fisioterapia, já sinalizou uma melhora. “Pacientes com lesão medular alta, chamados tetraplégicos, não deveriam ter movimentação da altura do pescoço para baixo. Seriam membros superiores e inferiores. No caso do Luis, com toxina e fisioterapia, ele consegue ter movimentação ativa de flexionar o braço”, explica o fisioterapeuta Hermenegildo Neto.
Luis, Naelson e outras 400 pessoas fazem uso da toxina botulínica no Centro de Referência de Estudos do Movimento. Desde que a toxina começou a ser usada neste tipo de tratamento, no final de 2006, todos os pacientes tiveram alguma melhora. “A toxina botulínica tem como efeito o relaxamento da contratura muscular. Com isso, temos ganho de movimento e alívio de dor”, afirma o neurologista César Augusto Nicolatti. O médico diz que as aplicações da toxina são frequentes, em um intervalo mínimo de três meses: “É um tratamento prolongado, que não tem uma definição de por quanto tempo deve ser usado”.
Há sete anos, Sócrates trabalhava, tinha uma vida normal. Hoje está em uma cadeira de rodas, também por causa de uma doença neurodegenerativa. Sócrates começou a usar a toxina botulínica e já pode mostrar o resultado. Ele sabe que não é a cura, mas aos 34 anos conseguiu ter de volta um pouco do movimento do braço: “É uma reconquista”, comemora.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária também aprova o uso do botox para tratamentos de estrabismo e hiper-hidrose, que é o excesso de transpiração nas mãos e nas axilas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário