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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Opinião: Para falar de sexo, pais devem usar linguagem simples e correta

Dúvidas devem ser tiradas à medida em que surgirem.
Moderação deve ser sempre levada em conta.
Foto: Arte G1

Cedo ou tarde os pais são surpreendidos pelos filhos com perguntas referentes à sexualidade. Alguns torcem para que esse dia não chegue, tamanho é o embaraço que lhes causa o assunto. Outros nem imaginam que esse dia chegará. Consideram não ser um tema adequado para as crianças, sendo um privilégio do universo adulto.

Acontece que essa é uma curiosidade natural, assim como é natural a sexualidade das crianças. Não é algo exclusivo dos adultos. O que diferencia o adulto da criança nesse quesito é a maturidade.

Geralmente, a curiosidade da criança gira em torno de saber algo sobre o nascimento dos bebês. Se puxarmos pela nossa memória, de quando éramos pequenos, essa questão dava um nó em nossas cabeças. E continua dando nas dos nossos filhos.

Isso é saudável. Por ser uma questão que diz respeito a nossa existência, indagações do gênero revelam o quanto o nosso impulso para conhecer está preservado. Querer saber sobre si próprio, do seu estar no mundo, nos intriga, assim como questões referentes à morte _mas essas não dá para respondermos com certeza.

E esse dia chega. Dizer da origem dos bebês é falar da sexualidade. Para muitos, o assunto é constrangedor devido à vivência de sua própria sexualidade. Ou então por não saberem até onde podem ir de modo a não 'traumatizar' as crianças.

Moderação


O melhor caminho é o da moderação. O que não quer dizer que devemos deixar nossos filhos a ver navios. Também não significa dar uma aula de anatomia explícita para as crianças.

Se tem pais que ficam perdidos por não saberem lidar com o tema, há aqueles que acham que tudo deve ser explicitado, como se fosse um assunto qualquer. Vão, com suas "aulas" sobre sexo, além das possibilidades intelectuais e maturacionais dos pequenos.


E, como tudo na vida, e na educação dos filhos também, não há uma receita de bolo que deve ser seguida ao pé da letra, mas podemos usar do bom senso.
A primeira coisa é deixar que a curiosidade surja espontaneamente na criança.

Em algum momento, ela vai questionar algo nesse sentido. Algumas são mais diretas. Outras nem tanto. Ninguém precisa chamá-las para explicar sobre sexualidade.

Acompanhe a curiosidade de seu filho. Responda apenas o que ele perguntar numa linguagem simples e correta. A maioria das vezes ele só quer saber algo pontual, para muito depois surgir outra indagação. Há aqueles que querem responder tudo, sendo que o filho nem está interessado. Ele vai dirigir seus pais com seus questionamentos.


Pode ser deixado claro que não é algo para conversar com todo mundo. Sempre com o cuidado de não transformar o assunto em algo feio, devendo ser evitados tons moralistas e repressores. É melhor que tenham uma vida sexual feliz. E o modo como for orientado vai contar para isso.

Para tanto, nem um pai ou uma mãe deve se violentar para falar de sexualidade com as crianças. Se é muito difícil o tema, há outros recursos. Como, por exemplo, pedir ajuda ao cônjuge ou a alguém de confiança da família.

Existem livros dirigidos às crianças que trabalham o tema de maneira bastante adequada. Sempre é bom lembrar que antes de dar um ao seu filho é necessário conhecê-lo antes. Não se assustem com esses temas. É uma manifestação saudável do crescimento e amadurecimento das crianças.

Se deixarem escapar a oportunidade de alguma forma esclarecer seus filhos sobre esse assunto, eles provavelmente vão buscar respostas em outro lugar. E aí não sabemos o que eles vão encontrar. É melhor que elas venham de vocês, pais.

(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)


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