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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Boia-fria que havia largado a escola faz faculdade e vira professora

Ela retomou os estudos após ter parado na 6ª série.
Afastada dos canaviais por causa da saúde, ela dá aula para adultos.

Maria de Jesus Ferreira, que de bóia-fria passou a professora

No Paraná, uma boia-fria de 41 anos que havia abandonado a escola na 6ª série, retomou os estudos, conseguiu chegar à universidade e hoje é professora de jovens, adultos e idosos.

Desde muito nova Maria de Jesus Ferreira, ou “Fia”, como é conhecida, acompanhava seus pais no campo. Depois, passou a trabalhar em uma usina de cana-de-açúcar, onde ficou até o início deste ano. Agora está afastada para tratamento médico, devido ao trabalho nos canaviais. As informações são da Agência de Notícias do estado do Paraná.

Moradora de Paranapoema, no Noroeste do estado, ela conta que sempre teve o sonho de poder ensinar os outros. “Foi pensando assim que, depois que casei, ainda com meus filhos pequenos, trabalhava na roça, cuidava da casa, das crianças e à noite ia para a escola”, conta ela, que tem quatro filhos e dois netos.

Na época, não havia nenhum curso de educação de jovens e adultos (antigo supletivo) na sua região. Então, ela ia às aulas em Itaguajé, distante cerca de 15 quilômetros. “Muitas vezes dependia de carona para ir estudar. Batalhei muito, consegui terminar o ensino fundamental e o ensino médio.”

Depois de certo tempo, surgiu a oportunidade de cursar faculdade. Com ajuda de algumas pessoas da comunidade, ela fez a inscrição no vestibular e foi aprovada. Hoje, cursa o último ano de complementação de pedagogia, na modalidade de ensino à distância semipresencial, pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).

“Mesmo na usina, cortando cana, eu ia para a faculdade e depois dava aula”, conta. Hoje, ela tem uma turma de 15 alunos que participam de um programa estadual de alfabetização.

A professora Fia vai até a casa de alguns alunos, quando, por algum motivo, não podem ir à escola. “Quando a pessoa não consegue ir até o colégio eu vou até a casa dela. Para mim, o importante é ela estar aprendendo e se sentindo útil e feliz.”

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