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quarta-feira, 10 de junho de 2009

A romântica Morretes oferece verde e um templo de licores

O Brasil conta com dezenas de cidades históricas. Algumas são super badaladas, outras quase esquecidas. A lista de tesouros é longa e Paraty deverá entrar no noticiário internacional em 2010, quando for declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO.

No Paraná, uma jóia colonial é Morretes, uma vila que beira seus três séculos de idade. Fico surpreso pela paisagem que circunda a vila. A poucos quilômetros de Antonina, na costa, Morretes está aos pés da Serra do Mar. O maciço montanhoso atrai os aventureiros a conhecer suas trilhas e escaladas.

dsc_2731-web60.jpgDuas palmeiras centenárias, plantadas no centro de Morretes, completam a paisagem da Pedra Marumbi, parte da Serra do Mar.

A melhor maneira de chegar à Morretes é pela conhecida Estrada da Graciosa, um caminho que teria também quase 300 anos. O trecho mais charmoso é o dos 8 km pavimentados com pedras, com curvas fechadas e descidas íngremes. A Mata Atlântica daqui, protegida pelo Parque Estadual da Graciosa, é exuberante.

Em Morretes e no bairro Porto de Cima, os casarões coloniais e as ruas empedradas são um convite para esquecer o estresse. Um casal de namorados perambula de mãos dadas pela via principal e senta em um banco à beira do rio Nhundiaquara. O nome do rio em tupi-guarani significa “buraco de peixe” e a água clara confirma a aparente qualidade. O cenário é bucólico, perfeito para um romance. Eles é que estão certos!

dsc_2720-web60.jpg A Igreja Matriz Nossa Senhora do Porto, em Morretes, foi construída graças a uma licença do Papa concedida em 1769.

MorretesA Casa Rocha Pombo, edificada no século 19, pertencia ao Coronel Pereira, dono de engenhos de erva-mate. Hoje, o prédio no centro de Morretes está abandonado.

Foi no bairro de Porto de Cima, a 6 km de Morretes, que encontrei a figura mais especial. Marcos Zaniak é um dos pioneiros da venda de produtos caseiros confeccionados na região. Na sua lojinha “Templo dos Licores” ele oferece mais de 20 tipos de aguardentes aromatizadas.

Seus olhos azuis evidenciam sua origem polonesa e ucraniana. Foi sua mãe Dobroslava que, há 20 anos, passou as primeiras receitas de família. Ao acrescentar sua criatividade e sua intuição, Marcos conseguiu o ponto certo para todos os sabores. “Cada fruta tem sua fórmula. Algumas precisam de mais maceração, outras de mais açúcar. É uma verdadeira alquimia”, afirma Marcos.

Além de artesão de néctares – e fã de John Lennon e Jimmy Hendrix –, Marcos também se considera escritor. Ele publicou uma autobiografia sobre sua vida no campo, suas pesquisas com os licores e as batalhas ecológicas para preservar a região. Bateu de frente com a máfia dos palmiteiros e, por isso, fez inimizades com os que se beneficiavam do corte ilegal da palmeira juçara. “Toda a luta por uma causa boa não é uma briga à toa”, diz Marcos, como se declamasse uma poesia. “Um dia morrerá o canoeiro, mas ficará a canoa.”

Há pouco tempo, Marcos encontrou um jovem amor. Rosemary tem apenas 21 anos, mas já lhe deu o filho que ele sempre desejou. O casal está empenhado agora em adquirir um pequeno sítio onde poderão aumentar a produção de licores. “O de maior saída é um cremoso, que chamo Licor do Templo. Além de cachaça e leite condensado, leva cravo, noz moscada, baunilha, limão e alguns ingredientes adicionais.” Os segredinhos, Marcos não conta. Principalmente a fórmula do licor “Ervas Românticas”, usado por ele para conquistar o coração da bela Rosemary…

ZaniakMarcos Zaniak mostra algumas das garrafas de licores preparados pelo casal. Do outro lado do balcão, Rosemary e o filho Romão.

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