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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Crise aumenta número de puxa-sacos, dizem especialistas – você é um deles?

Todo mundo conhece um puxa-saco. É possível encontrar um exemplar dessa espécie odiada em todos os hábitats, de empresas a escolas. Onde há alguém em posição de autoridade, lá está o bajulador. E os especialistas em etiqueta corporativa garantem: a crise econômica é uma verdadeira “época de reprodução” de puxa-sacos.

Alimentados por ânimos acirrados e competitividade excessiva, eles parecem brotar mesmo em funcionários que antes jamais teriam tal comportamento. Por isso, o G1 conversou com consultores para saber como lidar com essas pessoas e checar se você foi contaminado. Será que, sem querer, você virou um puxa-saco?

“Quando existe uma ameaça de demissão, alguns funcionários tendem a se aproximar mais dos chefes, tentam se mostrar mais produtivos e não perdem uma chance de elogiar os superiores”, explica Max Gehringer, consultor corporativo. “Essa gente sempre teve uma tendência para o puxa-saquismo, mas a crise faz com que a prática se torne mais explícita”, afirma Gehringer.

Com o emprego em risco, seria até uma prática compreensível, segundo os analistas. Afinal, fazer um bom trabalho já não parece suficiente, é preciso “parecer estar fazendo um bom trabalho”. “Fazer marketing pessoal significa se diferenciar através do trabalho. É conseguir resultados acima da média e se tornar visível. Ser puxa-saco é querer aparecer sem trabalhar. Quem faz marketing pessoal está de olho no futuro, pensando em uma promoção. Quem é puxa-saco está de olho no presente, tentando apenas manter o emprego”, afirma Gehringer.

A consultora de carreira da empresa de recursos humanos Catho Daniella Correia diz o mesmo. “Marketing pessoal e puxa-saquismo não podem ser confundidos. O profissional deve preocupar-se em realizar um bom trabalho e mostrar o seu valor sempre voltado ao lado profissional, sem misturar o lado pessoal ou tentar influenciar os demais colaboradores com bajulações. Esse tipo de postura pode ser comprometedora”, afirma ela.

Identifique

No entanto, há outro tipo de funcionário que surge em épocas de crise: o contestador. Um funcionário revoltado, “que não gosta nem da empresa nem do que faz”, segundo Gehringer.

E que, melindrado pelo excesso de competição no escritório, acaba rotulando de puxa-sacos aqueles que não necessariamente são bajuladores. “A crise também aumenta a sensibilidade geral. E aí funcionários que sempre se mostraram mais eficientes que os colegas também acabam recebendo, sem merecer, o rótulo de puxa-sacos”, diz Gehringer.

Veja ao lado uma entrevista de Max Gehringer no programa Saia Justa, do GNT

Confira o site do Saia Justa

Como separar os puxa-sacos dos bons funcionários? É simples. “É difícil não identificá-lo, porque o puxa-saco é sempre óbvio. Ele faz elogios gratuitos aos superiores. É um especialista em cruzar com o chefe dezenas de vezes por dia. Quando não tem nada para perguntar ao chefe, pergunta assim mesmo, apenas para mostrar que existe. Ele não se incomoda em fazer favores pessoais à chefia e até se coloca à disposição para fazê-los”, diz Gehringer.

“São profissionais que elogiam e supervalorizam as atividades do chefe o tempo todo. Dão presentes sem data comemorativa, fazem fofocas e intrigas, informam tudo o que acontece para o chefe. Misturam questões pessoais com profissionais e se passam por arrogantes, exagerando em seu marketing pessoal”, explica Daniella Correia. “Esses profissionais não necessariamente são incapazes, entretanto, são inseguros e sentem a necessidade de seduzir o gestor com assuntos pessoais, por considerarem o aspecto profissional insuficiente”, afirma.

Ruim até para a empresa

A má notícia é que, em muitos casos, os puxa-sacos podem se dar bem. “O puxa-saquismo é como a corrupção. Para ela existir são necessários dois personagens, o corrupto e o corruptor. Da mesma forma, se nenhum chefe apreciasse o puxa-saquismo, os puxa-sacos já estariam extintos. Quando um chefe que aprecia elogios encontra um subordinado que se dispõe a fazê-los, os dois viverão felizes até o dia em que o contrato de trabalho do chefe terminar”, diz Gehringer. “Para alguns chefes que gostam de ter seu ego inflado por elogios fúteis, os puxa-sacos cumprem o mesmo papel que os bobos-da-corte cumpriam nos tempos medievais - manter o bom humor e a auto-estima do soberano”, afirma o consultor.

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