RIO - Uma misteriosa peste começa a assolar o pacato vilarejo inglês de Meryton. Os mortos estão voltando à vida. A heroína Elizabeth Bennet está determinada a livrar-se da ameaça zumbi, mas logo ela é distraída pela chegada do altivo e arrogante Sr. Darcy. É isso mesmo. O clássico "Orgulho e Preconceito", de Jane Austen, ganhou uma nova versão com toques sobrenaturais.
Mais estranho que a inusitada simbiose é o fato de que o livro está se tornando um sucesso: 750.000 cópias já foram impressas desde o início do ano, quando o livro foi lançado. Escrita por Seth Grahame-Smith e publicada pela editora Quirk Books, a história mantém 85% do texto de Austen. Nos 15% restantes, muito sangue e carnificina. Uma versão para os cinemas já está sendo preparada.
O retorno positivo, mesmo dos fãs dos livros originais, levou a editora a preparar uma nova adaptação bizarra de uma história de Jane Austen. "Razão e sensibilidade e os monstros marinhos" será lançado no próximo mês. Lagostas gigantes e polvos enlouquecidos agitarão a famosa trama.
"Há uma relação muito mais forte entre os dois mundos (o dos zumbis e de Jane Austen) do que eu poderia imaginar", afirmou o diretor editorial da Quirk Books, Jason Rekulak, que apontou a atual onda, mais comum na internet, de se alterar histórias já consagradas.
Rekulak fez uma lista de livros cujos direitos autorais haviam expirado. A relação foi de "Moby Dick" à "Grandes esperanças". "Fiz uma lista de personagens que poderiam ser incorporados à trama. Robôs, ninjas, zumbis. Assim que consegui traçar uma linha entre 'Orgulho e Preconceito' e zumbis, eu vi que tinha uma história. E de quebra, consegui um ótimo título".
"Orgulho e preconceito e zumbis" e "Razão e sensibilidade e os monstros marinhos" são, certamente, as versões mais inusitadas que uma obra de Jane Austen já ganhou. Mas não é a primeira vez que suas histórias são adaptadas. A escritora, conhecida por sempre ambientar suas tramas em um universo de elegância e tradição, escreveu apenas seis livros. Mas já serviu de inspiração para publicações de temáticas das mais diversas como "O guia de boas maneiras de Jane Austen" e "No jardim com Jane Austen". Na televisão, suas histórias já inspiraram a série de TV "Lost in Austen". Nem Boolywood resistiu à tentação. Produziu "Bride and Prejudice" ("Noiva e preconceito", traduzindo ao pé da letra).
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