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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Empresas estão com dificuldade em encontrar trainees e vagas estão sobrando

Dificuldades de entendimento entre empresas e jovens querendo emprego criaram uma situação inusitada no mercado de trabalho. Sobram talentos, sobram vagas de trainees e falta mão de obra.

A conta não fecha. Uma multinacional do setor farmacêutico quer contratar 20 estudantes. Já recebeu cerca de dez mil currículos e mesmo com tanta gente na briga, ainda não encontrou ninguém.

O problema passa longe da falta de qualificação. "O ponto 'X' da questão é o comportamento. Então, eles são barrados pela questão comportamental. Carreira, remuneração, exposição internacional. Então, normalmente, eles vêm buscando por isso, só que eles não querem esperar o tempo para que essas coisas aconteçam", explica a gerente de recursos humanos, Mirella Costa.

De um lado, jovens que cresceram no mundo sem fronteiras da internet, cheio de possibilidades; e que são hiperativos e muitas vezes imediatistas. De outro, empresas que construíram durante anos uma estrutura hierárquica e de funcionamento.

Quem estuda o mercado de trabalho diz que o que está acontecendo hoje nas companhias pode ser definido por uma expressão muito usada dentro de casa: conflito de gerações.

O que antes era o emprego dos sonhos para os recém-formados, já não interessa tanto assim. Um levantamento com 180 grandes empresas mostra que 20% das vagas de trainee não são preenchidas.

"O que a empresa busca, às vezes, não está casando hoje com o perfil desse jovem. Como ele está acostumado a se comportar, a forma dele de se colocar no mundo é diferente do que a empresa busca", afirma o coordenador da pesquisa, Paulo Seixas.

A maioria dos estudantes (54%) acredita que o ingresso no mercado depende só de dinamismo e criatividade. A faculdade vem em segundo lugar (21%) e uma minoria considera relevante os cursos extracurriculares (17%).

Uma rede de supermercados deixou o programa de trainee mais atraente. Os jovens passam por todas as áreas da empresa, viajam para a França e, depois de efetivados, são acompanhados de perto.

"A gente precisa aumentar as chances de retenção desse jovem. Ele não pode achar que, ao ser posicionado no décimo primeiro mês, ele em um mês ele vira gerente. Não é assim", diz a diretora de recursos humanos, Cláudia Elisa Soares.

Três idiomas fluentes, graduação no exterior, cinco anos de experiência internacional. A trainee Marcela Magnativa Luciana é um retrato da nova geração de profissionais, mas ela foi convencida de que, o que precisa agora, é ter calma. "Essa velocidade na carreira, o título de gerência, o status de poder. Eu acho que o mais importante para o candidato é que encontre, na verdade, uma empresa que esteja alinhada com seus valores".

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