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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Empresa atualiza perfis de quem já morreu

A designer sueca Lisa Granberg criou um site que cuida dos perfis em redes sociais de usuários que já morreram. É possível atualizar a página, deixar recados ou apagar o perfil
Divulgação
ATUALIZAÇÃO APÓS A MORTE
Lisa Granberg, a criadora do Webwill, que irá atualizar na internet os dados de quem morre
O site sueco Webwill dá boas-vindas aos seus visitantes com a seguinte pergunta: "Sua vida na internet após a morte?". A resposta está no serviço que o site, ainda em fase de desenvolvimento, pretende oferecer. Quando ficar pronto, ele vai permitir que os usuários decidam o que vai ser feito com seus perfis em sites de relacionamentos a partir do dia em que, por motivo de força maior, não poderão atualizá-los pessoalmente. Recados de adeus para os amigos do Orkut, encerramento de contas e transferência de senhas para familiares são algumas das opções prometidas pelo novo serviço.

O projeto foi criado por Lisa Granberg, uma jovem sueca de 28 anos formada em publicidade e design gráfico. Segundo ela, a ideia foi dada por uma amiga durante um workshop sobre novos serviços na internet. "Nós vivemos nossas vidas cada vez mais na internet. As pessoas têm muitas informações por aí e nenhum controle sobre elas. O que torna o Webwill atraente é que você pode decidir o que vai acontecer com os perfis depois da sua morte, ninguém mais", afirmou Lisa em entrevista a ÉPOCA.

A maior parte dos sites de relacionamentos ainda não tem regras definidas para perfis de pessoas mortas. O mais comum é que as páginas fiquem arquivadas indefinidamente, atraindo a atenção de curiosos. No Orkut há diversas comunidades dedicadas a encontrar e catalogar esses perfis. Invariavelmente, as páginas de recados dos mortos ficam lotadas de orações e mensagens de apoio, tanto de amigos quanto de desconhecidos. Caso queiram apagar a lembrança desagradável, os familiares têm de entrar em contato com a administração do Orkut por meio de um formulário escondido na seção de ajuda do site e enviar, entre outros dados, uma cópia do atestado de óbito do usuário. O Facebook tem um serviço parecido, mas já foi alvo de reclamações: no início do ano, a irmã do jornalista britânico William Bemister teve de recorrer a uma organização de defesa do consumidor para que a página de William fosse removida do site.
Segundo Lisa, o Webwill não exige qualquer interferência dos familiares do usuário morto. A ideia é simples: todos os dias, o site checa as informações pessoais de seus clientes no registro de pessoas da Suécia – um banco de dados atualizado constantemente pelo governo do país. Quando a morte de um usuário é registrada, um programa cumpre os últimos desejos virtuais do falecido e atualiza (ou apaga) seus perfis automaticamente.

"Algumas pessoas dizem que não querem pensar sobre suas mortes, mas 99% gostam do projeto. Muitos perguntam por que isso não foi inventado antes", afirma Lisa. Apesar de ter desenvolvido o serviço para a Suécia, ela pretende aceitar usuários de outros países no futuro. "Estou conversando com investidores sobre isso. Talvez tenhamos que desenvolver um sistema diferente para países em que o acesso às informações do registro de pessoas não seja tão fácil", diz.

Com a inauguração do serviço na Suécia prevista para os próximos meses, Lisa decidiu ser sua primeira cliente: "Eu gostaria de mudar alguns dos meus perfis e que, depois de três semanas, eles fossem apagados", afirma. Seu último status do Facebook seria "Lisa Granberg está em Nangijala" – uma referência à terra dos mortos criada pela escritora sueca Astrid Lindgren. Ela também planeja mandar "um vídeo feliz de despedida" para amigos e familiares.

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