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domingo, 4 de outubro de 2009

Diplomado e desempregado, inglês vai às ruas pedir um trabalho

No melhor estilo homem-sanduíche, com uma placa em volta do pescoço onde se lia “Procura-se emprego”, estudante de história decide perder a vergonha para pagar suas dívidas

Reuters
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David Rowe, o desempregado inglês que foi pedir
emprego na rua: cara de pau valeu a pena


Na China a ideia de pedir emprego com uma placa nas costas já foi adotada há algum tempo, mas agora o sistema também pegou no Reino Unido, primeiro com um currículo gigante e agora com um recém-formado que se transformou em homem-sanduíche para pedir emprego nas ruas de Londres. Com dívidas de mais de R$ 60 mil referentes a seu curso, o estudante de história simplesmente colocou um anúncio em volta do pescoço oferecendo-se até para trabalhar de graça no primeiro mês de experiência.

David Rowe, um britânico de 24 anos de Cambridge que se formou na Universidade de Kent, disse que antes de apelar para essa iniciativa, havia mandado “centenas” de CVs para companhias em todo o país, sem resultado.

Nesta terça-feira (22/09), Rowe simplesmente desceu do ônibus em plena Fleet Street, centro de escritórios de advocacia e bancos de investimento, vestido num belo terno com sua “plaquinha” onde se lê “Procura-se emprego. Entreviste-me. Preparado para trabalhar um mês de graça. Aí você me contrata ou me demite”. Bem inglês, ele inclusive agradece a quem olhar o aviso.

A ideia de se transformar num autêntico homem-sanduíche veio após uma aposta com seu pai.

“Os primeiros 20 passos são os mais difíceis, porque você sente que todo mundo está olhando para você, mas o importante é se aprumar e continuar andando”, ele contou ontem à noite ao jornal inglês “Daily Mail”. “Eu tenho dívida de uns R$ 60 mil, o que não é muito comparado ao que alguns estudantes devem quando se formam na faculdade”.

Há 20 anos, cerca de 17% dos britânicos entre 18 e 30 anos chegavam ao ensino superior, comparados a 43% em 2008. O problema é que o número de universidades aumentou no Reino Unido sem que a oferta de emprego para graduandos acompanhasse essa proporção.

Mas o fato de criar coragem e sair às ruas valeu a pena para David Rowe. Horas depois de iniciar sua caminhada com o cartaz no pescoço, uma empresa internacional de recrutamento decidiu chamá-lo para uma entrevista.

Segundo Gavin Walker, da Parkhouse Bell, David o impressionou porque ele conseguiu encontrar uma solução que não faz parte dos manuais de como conseguir emprego. “Eu fiquei ainda mais impressionado depois da entrevista. Ele tem grandes características de um bom funcionário, tanto que resolvi contratá-lo para trabalhar comigo”.

Apesar de feliz com a oferta, Rowe não aceitou a proposta logo de saída. “Eu disse que faria minha caminhada como homem-sanduíche por cinco dias e vou cumprir isso”. Enquanto caminha, seus bolsos vão se enchendo de cartões de executivos de grandes empresas, todos impressionados com a vontade do rapaz.

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