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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Entenda o que é um ‘recall branco’ e saiba como agir

Por não oferecer riscos à segurança, esse tipo de recall não é divulgado.
Proprietário deve procurar uma concessionária para garantir o reparo

Etiquetas de advertência alertam para o perigo de lesão

Comprar um veículo novo para evitar dor de cabeça. Esse é o pensamento da maioria dos consumidores que optam por um zero quilômetro. Mas ninguém conta com um fator que vem se tornando frequente no Brasil: o defeito de fábrica. Neste ano, mais de 2 milhões de veículos foram chamados novamente às redes autorizadas.

Mas quando o problema não afeta a segurança ou a integridade física do condutor e passageiros, a convocação dos lançamentos ou de um determinado lote não se trata de um recall para valer, mas sim de um procedimento que a indústria apelidou de “recall branco”. Um exemplo recente é a chamada feita pela Volkswagen dos modelos Gol, Voyage e Fox, equipados com motores 1.0 flexível EA-111.

Segundo a montadora, devido a uma alteração na especificação do óleo do motor dos modelos fabricados a partir de março de 2008, a lubrificação das peças pode ser comprometida, o que causa ruído no propulsor. A convocação, que a marca deu o nome de “campanha de oficina ativa", visa substituir o óleo lubrificante do motor e ampliar o prazo de garantia dos motores de 3 para 4 anos.

Quem decide se há ou não a necessidade de um recall de verdade é o Ministério Público Federal, por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), já que todos os comunicados e boletins emitidos pelos fabricantes de automóveis devem ser enviados para o órgão, que é responsável por enviar um laudo técnico ordenando o recall e pode até processar a fabricante.

De acordo com o especialista em estratégias empresariais, Marcos Morita, nesses casos a transparência é sempre a melhor política. “O pior recall é aquele que a fabricante espera o problema aparecer para tomar uma decisão, como ocorreu com o Fox em 2008, devido ao risco de mutilação pela argola usada no rebatimento do banco traseiro, e agora com os motores 1.0 da Volkswagen”, diz Morita. “O correto é ao primeiro sinal de defeito, comunicar antecipadamente os clientes”.

Segundo o engenheiro e conselheiro da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), Francisco Satkunas, no caso do recall branco, por não oferecer riscos à segurança, a fabricante não é obrigada a divulgar o problema. “Mesmo que o carro não deixe o motorista na mão, como ocorre nesses casos, a recomendação é procurar uma concessionária da marca”.

Caso o problema seja constatado, as fabricantes divulgam o problema por meio de um boletim eletrônico para as fábricas e a rede de concessionárias dando as descrições do lote com defeito e as orientações sobre como resolvê-lo. A medida visa revisar todos os carros que ainda estão em produção ou aqueles que já estão no pátio, a fim de corrigir o problema antes que eles sejam comercializados.

“No entanto, essas falhas costumam aparecer, em média, com 500 km a 3 mil km rodados”, afirma o engenheiro. “Se o cliente não procurar a concessionária por causa do defeito, quando ele leva o carro à uma autorizada, seja por causa da revisão ou para conserto de uma batida, a loja aproveita para reparar o problema também”.

Caso o defeito apareça depois de vencido o período da garantia, é possível ainda ter o reparo feito sem custo. “É de interesse das montadoras que os clientes fiquem satisfeitos com o veículo e com a marca, por isso vale procurar o atendimento ao consumidor”, diz Satkunas. “Depois de feita a vistoria e se for constada a falha da fabricante, ela geralmente arca com o conserto, ou, às vezes, oferece a peça e o proprietário fica apenas com o custo da instalação”.

Segundo o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, a oficina tem 30 dias para resolver o problema quando o veículo estiver no prazo de garantia. Não cumprido este prazo, o cliente pode pedir a troca do veículo, a devolução de valores ou abatimento proporcional do valor pago, caso ele queira trocar por outro produto. Segundo o Procon, é necessário que o proprietário guarde os comprovantes de pagamento do veículo e as ordens de serviço para apresentar na Justiça, caso seja necessário.

Veja alguns exemplos de modelos envolvidos em recalls brancos

Fiat Punto

Fiat Punto

Um lote do hatch médio da marca apresentou um problema no trambulador (mecanismo que transmite os movimentos da alvanca de troca de marchas para a caixa de câmbio) causado por falha no processo de montagem.

Novo Focus Hatch

Novo Ford Focus


Após reclamações feitas pelos proprietários de falta de força do motor 2.0, a Ford constatou o defeito e definiu uma nova calibração de ignição para os modelos.

Peugeot 206

Peugeot 206


Caso a bateria de alguns modelos seja desconectada e depois religada, o carro pode não funcionar. Isso ocorre por um problema no módulo que precisa ser reprogramado.

Volkswagen Fox

Volkswagen Fox


Ligou e não pegou. Para resolver o problema encontrado em algumas unidades do hatch, é necessário dar um ‘reset’ na central eletrônica. Para isso, o proprietário precisa retirar um fusível, ligar o contato por alguns minutos, desligar, instalar novamente o componente e dar a partida.

Renault Scénic

Renault Clio e Scénic

Os dois modelos da marca francesa podem apresentar rotações bastante elevadas, defeito possivelmente ocasionado pela dilatação da

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