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quarta-feira, 31 de março de 2010

Cemitérios do Rio estão superlotados e caros

Notícia do G1
Preços das sepulturas variam de R$ 20 mil a R$ 65 mil.

Como não há vagas, reserva de cova só 24 horas de antecedência.

Foto: Liana Leite/G1

Cemitério São João Batista está saturado

No Rio de Janeiro, perder alguém querido pode ser mais doloroso do que se imagina. E o motivo não é a apenas a violência, mas a superlotação e a má conservação dos cemitérios.

A situação tem atormentado famílias que precisam dos serviços da Santa Casa de Misericórdia, única administradora dos 13 cemitérios da capital. Há casos em que os parentes precisam reservar a cova ou gaveta com 24 horas de antecedência. De acordo com funcionários, vagam apenas dois ou três lugares em cada unidade por dia. Procurada pelo G1, a Santa Casa não se pronunciou.

Além do reduzido número de vagas, a falta de concorrência eleva o preço da compra de sepulturas e praticamente iguala o valor dos alugueis de gavetas e covas rasas em todos os cemitérios. O preço das sepulturas varia de R$ 20 mil a R$ 65 mil. O aluguel das gavetas fica em torno de R$ 150.

Os cemitérios
No Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio, um dos mais valorizados da cidade, não há vagas. A direção do local não informa preços, diz que apenas a Santa Casa pode fornecer os valores. E acrescenta que é preciso ligar no dia seguinte ao óbito para saber, logo pela manhã, se há disponibilidade de vagas. “Conseguir sepultar no mesmo dia do óbito é impossível”, explica o funcionário, que pediu para não se identificar.

No Cemitério de Jacarepaguá, Zona Oeste da cidade, a situação é semelhante. Não há sepulturas nem para comprar, nem para alugar. Também não há vagas em gavetas. “Para conseguir um lugar é preciso ligar com 24 horas de antecedência e mesmo assim a oferta é mínima”, diz um atendente, comentando que nesta quarta-feira (17) havia apenas duas sepulturas que já haviam sido reservadas na noite anterior. O valor gira em torno de R$ 25 mil. O aluguel sai por R$ 221.


Sepultura parcelada
Em Irajá, a falta de vagas também é uma constante, mas o cemitério facilita o pagamento. Uma sepultura de R$ 27 mil pode ser parcelada em dez vezes de R$ 1.100 com uma entrada de R$ 16 mil. O aluguel de gavetas sai por R$ 150 em praticamente todos os cemitérios, mas conseguir uma vaga é questão de sorte.

Falta de conservação é problema nos cemitérios (Foto: Liana Leite/G1)

No Cemitério de Ricardo de Albuquerque, no subúrbio do Rio, havia apenas uma sepultura disponível para alugar na terça-feira (16). Funcionários informaram que na quarta (17) a oferta era nula e que na quinta existia a possibilidade de surgir uma gaveta para alugar, mas não deram certeza. O valor é R$ 151.


Em Campo Grande, Zona Oeste a situação também não é muito diferente. “Ligando de manhã não se acha mais nada para alugar. É preciso reservar à noite para o dia seguinte”, informou uma funcionária. Ela garantiu que há sepulturas para comprar, mas é preciso pagar R$ 20 mil e esperar pela construção que pode durar até 24 horas.


Maior da América Latina
Uma das únicas exceções na capital é o Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Portuária. Um dos maiores da América Latina, o lugar tem mais de um milhão de sepulturas. Apesar da oferta, o funcionário alerta para os altos preços. “Quanto mais perto do portão, mais caro, podendo chegar a R$ 65 mil”, diz. “O melhor é alugar uma sepultura por R$ 1.500 e depois de três anos transferir os ossos para um jazigo, que vai custar R$ 17 mil”, ensina.

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