Donos devem escolher a solução que faça mascote sofrer menos.
O filhote Alfie vai ficar hospedado enquanto sua dona viaja para os Estados Unidos
Donos de cães e gatos costumam dizer que eles dão alegrias o ano inteiro. Mas, com a chegada das festas de fim de ano e o aumento na procura por roteiros de viagem, a dúvida é com quem e aonde deixar o bichinho de estimação?
As opções incluem a casa de parentes e amigos ou hospedagens próprias para animais. Há também quem prefira desistir da viagem - o que pode ser, muitas vezes, a pior alternativa.
Seja qual for a escolha, o importante é que os mascotes sofram o menos possível com a ausência dos donos.
Há 4 anos e meio no Rio, a assessora de relações internacionais, Katie Angelo Pierozzi, vai passar o Natal junto com a família, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Pela primeira vez, ela vive o drama de ter que se separar de Alfie, um filhote da raça Pembroke Welsh Corgie de quase 4 meses.
“Aqui no Brasil, não tenho com quem deixá-lo porque meu marido é de São Paulo e toda a família dele é de lá. Então estou procurando uma hospedagem para ele”. Katie já percorreu alguns locais, mas ainda se decidiu.
“Estou morrendo de pena, mas se eu gostar do lugar não vou ficar preocupada. Ele é bonzinho. Acho que vou sofrer mais do que ele. Gostei muito de um lugar em Vargem Grande (Zona Oeste do Rio), mas ainda não fechei com eles por causa do preço, que é alto. Mas achei muito bom. Eles têm programação de lazer, corrida e piscina”.
De malas prontas para a Europa, a jornalista Daniela Amorim também está à procura um lugar para deixar sua estilosa vira-lata em segurança. Para não incomodar a mãe, que receberá vários hóspedes no final do ano, o jeito é pagar pela estadia. Um impasse, no entanto, não estava nos seus planos, já que o local que costuma hospedar Lua Maria está lotado no fim de ano.
“Fiquei arrasada, porque ela já está acostumada lá. Mas uma amiga que também está procurando um lugar para seu cachorro foi visitar uns hotéis no fim de semana. Então, estou esperando uma indicação. Tem que ser um lugar confiável, que tenha veterinária. E sempre levo algumas coisas dela, como a ração que ela come e os brinquedinhos pra ela se sentir perto de casa”.
Advogada desistiu de viajar
Entra ano e sai ano, a rotina da advogada Roberta Mendes é sempre a mesma no fim do ano: nada de viagens. Dona de um buldog francês, há 6 anos ela abre mão de viajar para ficar com Nicole. “Não viajo nunca. Não tenho coragem de deixá-la num hotel. Fiz uma experiência uma vez e não foi boa. Quando voltei, ela estava irritadiça, sofrida e triste. Nunca mais fiz isso”.
Roberta conta que, às vezes, conta com a ajuda de um amigo ou da empregada para cuidar de Nicole, mas, se eles não podem, o jeito é ficar em casa com sua mascote.
Hospedagens para animais
A oferta de locais que oferecem hospedagem para cães e gatos é grande. A diferença está no pacote de serviços oferecidos e no preço.
Em uma área de 80 mil metros quadrados, o Tunghat's Resort promete banhos de piscina, jogos com bolinhas, trilhas, brincadeiras no passeador de grama, música, muita diversão no lago e transporte. Tudo pensado para que o animal fique bem mesmo longe de casa.
“Acredito que uns 20% sintam a ausência do dono, mas temos uma infraestrutura preparada para reverter esse quadro e, em 10 anos, nunca tive que pedir para ninguém ir buscar seu cachorro. Cada cachorro tem uma particularidade, por isso é importante conversar com o dono antes para saber, por exemplo, que tipo de comida ele gosta”, explica o zootecnista do espaço, Allan Wajnberg.
O espaço acomoda 80 cachorros e a diária no final do ano fica em R$ 45. Todas as vagas já estão preenchidas, mas ainda é possível encontrar lugar nas férias. Nesse caso, o valor cai para R$ 35.
Inaugurado no dia 6, o ACA Resort, em Vargem Grande, na Zona Oeste, tem 12 vagas para cães de raças pequenas e quatro para gatos. Mas isso é só é o começo. “Vamos ter cem vagas, numa área de 4 mil metros quadrados, com piscina, brincadeiras e animais soltos o dia inteiro. Eles só são recolhidos à noite. Temos duas pessoas só para brincar com eles. E temos também estrutura de UTI para qualquer tipo de emergência, com oxigênio, monitor cardíaco e eletro. O espaço é todo protegido com telas para evitar ataque de gaviões”, conta a veterinária e dona do espaço, Ana Carolina Albuquerque.
A diária fica em R$ 70 para cães, e R$ 50 para gatos. Animais violentos não são aceitos, e o dono precisa ir ao local para conhecer o espaço antes de fechar contrato.
No Golden Sunshine, cães ferozes também são proibidos. O local tem capacidade para 60 cachorros, e a diária no fim do ano custa R$ 85 (para animais de grande porte) e R$ 75 (de pequeno). Segundo a proprietária, Andréia Calderare, alguns animais podem ficar deprimidos nos primeiros dias, mas depois costumam se enturmar. Há 15 funcionários para supervisionar os cachorros e o ideal é que eles já conheçam o espaço.
“A gente quer o bem-estar do animal, não queremos deixá-lo estressado. Às vezes sugiro que fique com alguém da família, ou quando é muito idoso, que fique no próprio ambiente. E se for uma situação de risco, a gente nem aceita com o animal”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário