- Eu quero um ménage à trois com você e outra mulher.
Ela topou.
E contou tudo na edição deste mês da revista Marie Claire americana.
O pedido não me supreendeu totalmente. Ele já falara daquela fantasia antes - assim como praticamente todos os homens que conheço. Eu disse sim. Talvez pelo peso deste aniversário ou pelo fato de que ele raramente pede alguma coisa. Talvez por estar assustada com o preço altíssimo de um Rolex. Ou sinta pena por ele ter chegado à meia-idade fadado a dormir com a mesma mulher pelo resto de sua vida. E talvez – só talvez – seja porque eu mesma ache a ideia interessante.
Uma vez dito sim, o desafio de Pamela agora era bem mais difícil do que simplesmente aceitar. Como organizar o sexo a três? Como arrumar essa mulher? Os dois não tinham um casamento aberto. Jamais tinham feito swing ou coisa parecida. Ou seja: experiência zero neste tipo de aventura.
Por algumas semanas, eu ocasionalmente mencionava o nome de alguma amiga ou conhecida. “Você a aceitaria?”. “Com certeza”, ele respondia. No fim, praticamente todas as minhas amigas e mulheres de amigos estavam em nossa lista – incluindo as grávidas!
O humor de Pamela é o melhor do texto. Mesmo sendo algo bastante complicado – e que pode gerar conflitos matrimoniais -, colocar em prática um ménage à trois pode ser algo extremamente engraçado. Não à toa fez tanto sucesso no ano passado o segundo filme de série Os Normais, em que Rui e Vani viram a noite atrás de uma mulher para fazer sexo a três.
Chegaram a comentar sobre o “presente” a alguns amigos. Mesmo os homens os olharam petrificados. A impressão é de que, apesar de comum, mesmo os homens ficam impressionados quando um casal “normal” tenta, de verdade, colocar a fantasia em prática. Logo Pamela percebeu que escolher alguém próximo a eles não era uma boa ideia. Um dia, num concerto, encontrou uma leve conhecida, amiga de amigos. Pensou que com ela poderia dar certo. “Que tal ela?”, perguntou ao marido. “Sim!”, ele respondeu. A impressão é de que a “sujeita” do menage pouco importava, desde que fosse minimamente atraente. Ele desejava o acontecimento.
Antes de propriamente convidar, decidiu sondar a moça. Falou-lhe sobre o desejo do marido para seus 40 anos. Para sua surpresa, porém, a mulher desandou a falar sobre o quanto detestava a simples ideia de um menage. Falou sobre as pressões de seu ex-namorado e sobre as experiências ruins de amigos. Ou seja: aquela estava fora da lista. O jeito seria começar tudo de novo.
A data do aniversário passou e Pamela não conseguiu dar o presente. Mas apesar do deadline perdido, não desistiu. Acabaram concordando que a mulher teria mesmo que ser uma profissional – algo que o marido, em princípio, não queria. “Talvez houvesse alguém nesses sites que não tenha gonorréia”, escreve Pamela. Acabou conhecendo N. Simpática e educada, divorciada, um filho, não muito nova. Encontraram-se duas vezes antes do grande dia. Na primeira vez, falaram de amenidades e questões domésticas. Na segunda, foram mais diretas.
Em nosso segundo encontro, combinamos algumas regras para o menage. Evitar que a coisa fique pornográfica demais ou romântica demais. Meu marido não faria um movimento sequer sem que nós permitíssemos. Vamos marcar no apartamento que ele usa com escritório e ele só chegará quando estivermos prontas. “Você acha que ele vai concordar com estes termos?”, N. perguntou. “Ele ficaria agradecido simplesmente por estar ali”, eu respondi.
Marcaram a data. Mas a segunda parte da matéria ainda não saiu. Fiquei curiosa para ler o desfecho, pela curiosidade e pela leitura divertida (quer souber inglês, vale a pena ler na íntegra). Mas o segundo e último capítulo ficou para a edição seguinte… No entanto, soube por um post do site Jezebel, feito pela articulista Latoya, que Pamela achou o encontro “um tédio”.
Por que será?
E você, daria um presente desses para o seu parceiro?
Acha que uma situação dessas pode atrapalhar o relacionamento (ou ajudar)?
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