A Universidade Estadual de Londrina (UEL) promoveu no início da noite de sexta-feira (19) a formatura do grupo de 14 estudantes de Medicina que foram impedidos de participar da colação de grau com os demais, devido a punição disciplinar. O grupo conseguiu na Justiça o direito de receber o diploma, antes que a apuração do caso - que ficou conhecido como "Baderna no HU" - tenha um desfecho.
Há também um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, que pode resultar em inquérito policial para apuração de responsabilidades.
A cerimônia extraordinária, realizada no anfiteatro do Hospital Universitário (HU), foi marcada por clima tenso. A maioria dos 80 colegas de final de curso estava presente e formou uma espécie corredor, praticamente impedindo que a imprensa registrasse imagens do grupo punido. Os formandos desta sexta-feira estavam - quase todos - visivelmente constrangidos. Familiares ameaçaram fotógrafos e cinegrafistas.
O cerimonial da UEL não fez a chamada nominal dos formandos desta sexta-feira, evitando o registro dos nomes. Quando o grupo recebeu os diplomas, familiares puxaram o coro de "Justiça! Justiça". Nenhum formando quis dar entrevista.
No dia 20 de novembro, dezenas de formandos do curso de Medicina da UEL comemoravam em um bar nas proximidades do HU o final do curso, quando resolveram levar a "festa" para o interior do hospital. As cenas foram registradas pelas câmeras da segurança do local. Alguns portavam bebidas e outros chegaram a explodir rojões. O cortejo invadiu o Pronto-Socorro do hospital, onde pacientes eram atendidos.
O caso tornou-se notícia nacional. Por meio das imagens, a reitoria da UEL conseguiu identificar 14 alunos - embora o grupo participante da baderna fosse maior - e suspendeu a formatura deles até a conclusão da análise dos fatos pela direção. Os demais receberam diplomas na sexta-feira passada, em cerimônia no campus universitário, com alunos de outros cursos.
Na esteira do caso, uma estudante de Medicina denunciou por meio de carta que o trabalho executado pelos internos (estudantes do sexto ano) não tem o devido acompanhamento de médicos plantonistas. O reitor Wilmar Marçal determinou à Auditoria Interna da Universidade que apure a denúncia.
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