O roteiro foi o mesmo da noite anterior. De diferente, apenas o adversário e o momento do apagão. Após ter uma vantagem de 20 pontos contra a República Dominicana, o Brasil perdeu o controle do jogo no último quarto e repetiu o vexame da partida contra os Estados Unidos. Com a derrota por 85 x 77, a seleção de Rubén Magnano se despediu da briga por uma medalha nos Jogos Pan-Americanos nesta sexta e terá que se contentar com a disputa pelo quinto lugar. Enquanto isso, dominicanos, que fizeram a festa dentro de quadra após a partida, vão para a semifinal.
- Sempre falo que uma partida perdida é um aprendizado. Mas, menos de 24 horas depois (da derrota para os Estados Unidos), parece que não aprendemos nada. Quanto tempo mais vamos precisar para aprender? - disse Rubén Magnano após a partida.
O grande nome do jogo foi Jack Martinez. Com 22 pontos, o dominicano infernizou a marcação brasileira e deixou a quadra exaltado pela torcida mexicana. Para ele, a vitória em Guadalajara teve gosto de revache por conta da derrota na semifinal da Copa América de Mar del Plata, que valeu a vaga olímpica para o Brasil.
- É uma revache, claro. Nos últimos anos, perdemos muitos jogos para eles. Em Mar del Plata, vencemos um jogo, mas perdemos o que realmente valia algo. Ficamos muito felizes por vencer aqui. Eu me sinto muito bem em eliminar o Brasil.
Durante a partida, o Brasil se cansou de cometer erros. Assim como na derrota para os Estados Unidos, no entanto, conseguiu abrir uma boa vantagem no placar. De nada adiantou. Os dominicanos passaram a marcar sob pressão e conseguiu a virada. Marcelinho Machado, com 17 pontos, foi o cestinha da equipe brasileira.
O jogo
Após a derrota contra os Estados Unidos, a seleção tinha pedido cuidado com um dominicano em especial: Jack Martinez. E foi justamente ele quem fez a diferença no primeiro quarto. O ala, destaque da equipe na campanha da Copa América, brilhava com belos passes, rebotes nos garrafões e oito pontos no primeiro quarto. Do outro lado, o Brasil teimava nos arremessos de três, quase todos com a mira desregulada. No fim, vantagem rival de 20 a 19.
A mira brasileira melhorou no segundo quarto. Nos dois primeiros lances, a seleção já havia tomado a dianteira no placar. Após belo passe de Marcelinho, Cristiano Felício conseguiu bela infiltrada e uma enterrada sensacional, chegando a seis pontos de vantagem: 30 a 24.
Mais uma vez, a seleção deixou os dominicanos encostarem e a diferença caiu para um ponto. A sorte, porém, é que Jack Martinez passou a errar tanto quanto os brasileiros. Uma bandeja de Nezinho, em contra-ataque rápido após bola recuperada na defesa, deixou o Brasil cinco pontos à frente, com 38 a 33. As duas seleções perdiam ataques em sequência, mas o time de Magnano terminou o primeiro tempo à frente: 40 a 33.
O segundo tempo começou com uma cesta de três de Marcelinho. Com 11 pontos à frente no placar, a seleção chegou a ensaiar um novo apagão, assim como no terceiro quarto da partida contra os Estados Unidos. Benite, de três, e Marcelinho, com quatro cestas em sequência, e Murilo, em novo arremesso de três, deixaram o Brasil com vantagem de 15 pontos no placar. Depois, chegou a abrir 66 a 46. Porém, os 20 pontos viraram 13 ao fim do terceiro quarto.
E toda esta vantagem foi embora nos últimos dez minutos. A virada veio faltando três minutos, quando o desespero bateu à porta dos brasileiros. Marcelinho Machado tentou um arremesso de três e a bola não deu nem aro. No contra-ataque, Victor Luz fez uma bandeja, sofreu a falta e colocou a República Dominicana na frente: 75 a 72.
A partir daí, foi um festival de erros de um lado e acertos do outro. A torcida exaltava Martinez, cestinha do jogo com 22 pontos. Magnano ainda pediu tempo e tentou dar novo ânimo aos atletas, mas a equipe não conseguiu se recuperar do novo golpe. No fim, com 29 a 8 no último quarto, os dominicanos iniciaram uma festa, com dança e gritos no centro da quadra, enquanto os brasileiros se despediam cabisbaixos.
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